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Zero a 300

O último The Grand Tour | VW ID Buzz finalmente chega aos EUA | O fim do sedã Infiniti e mais!

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O trailer da despedida do “The Grand Tour”

The road is long
With many a winding turn

Não devia me sentir assim; afinal de contas o que altera em nossa vida o fim de um programa que, falando sério, já estava meio velho como os seus apresentadores, e tinha já frequência bem esporádica há alguns anos? E cujo fim já está anunciado faz tempo? Na verdade, altera muito, no fim das contas.

Dizem que a gente só sente mesmo o quão algo é importante para a gente quando a gente perde essa coisa definitivamente. Quem quer que seja o cara que disse isso, sabe das coisas: o sentimento de perda neste momento é realmente grande. Como assim acabou?

Acaba de sair a chamada/trailer para o último Grand Tour. Sim, o trio Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May resolveram parar com seus famosos programas, que começaram no Top Gear da BBC há 22 anos atrás. Apropriadamente, o último programa se chama “One for the Road”, significando algo que pode ser traduzido em seu significado (se não literalmente) como “um brinde antes de pegar a estrada, e ir embora”.

O teaser mostra os carros em que os três tem sua última aventura, todos cupês europeus dos anos 1970: um Lancia Beta Montecarlo para Clarkson; um Ford Capri amarelo para Hammond, e finalmente um Triumph Stag para May. Tá, tecnicamente este último é um cabriolet, mas ok, dá para entender o tema.

Nunca mais haverá um programa sobre automóveis como o que os três fizeram. Simplesmente por não ser exatamente sobre carros, mas sim sobre tudo que ele traz para a gente: aventura, emoção, diversão e amizade. O programa era engraçado, divertido, leve, mas ainda assim, firmemente apoiando a existência desta máquina maravilhosa. Para mim, sempre significou tudo que é a amizade entre homens (cheia de humor autodepreciativo), e, principalmente, a liberdade. Sim, a liberdade que o carro proporciona. Ao pegar carros velhos e baratos e sei lá, cruzar o Saara, deixavam isso claro como água. E o programa, divertido para todos, não só os entusiastas, fez mais pela causa do automóvel que qualquer outro.

Confesso que o trailer me pegou de jeito. Apenas mostra imagens do programa, ao som de “He Ain’t Heavy, He’s My Brother”, do The Hollies, e quando no fim Clarkson diz: “Então, pela última vez… aqui vamos nós”, confesso que uma furtiva lágrima teimou a escorregar do canto do olho esquerdo, por mais que tentasse evitá-la. We shall never see his likeness again.

“Jeremy Clarkson, Richard Hammond & James May embarcam no seu último Grand Tour depois de 8 anos”, diz a Amazon. O programa vai ao ar na plataforma de streaming Prime Video em 13 de setembro. (MAO)

 

Volkswagen ID Buzz lançado nos EUA

O VW ID Buzz acaba de ser oficialmente lançado para a venda nos EUA. Ein? Sim, não estava disponível ainda. Este deve ser um dos lançamentos mais prostrados da história. Parece algo antigo já, em seu lançamento, não? O início das vendas nos EUA vem nove meses depois do lançamento aqui no Brasil, no qual estivemos presentes, em dezembro do ano passado.

VW ID Buzz e Tiguan 2024: um dia com os novos VW

Quão velho é o desenho do ID Buzz? O veículo foi mostrado pela primeira vez como um carro-conceito no North American International Auto Show de 2017! A versão de produção foi revelada também há dois anos e meio: em março de 2022. No segundo semestre de 2022, os europeus podiam comprar o carro já. História antiga, esta van elétrica.

Mas o real problema dessa de outra forma interessante tentativa de reviver a famosa e adorada Kombi, agora na era elétrica, não é este lançamento esticado demais. É o preço, agora está claro. No Brasil, nem pode ser comprado, apenas alugado, a preços de doer os olhos. Agora sabemos o preço nos EUA: parte de US$ 61.545 (R$ 341.574), e vai até US$ 71.545 (R$ 397.074).

Se você pensar que um Toyota Sienna começa em US$ 39.135 (R$ 217.199), e mesmo o mais caro deles (ou o mais caro Honda Odissey) nunca chega nem a US$ 55.000 (R$ 305.250), vemos que realmente o carro é caro demais. Este é o sentimento geral hoje sobre ele. Vamos ver como irá no mercado americano.

Mas veja isso: o carro chegará aos concessionários “até o fim do ano”. Lançamento de carro antigo é realmente algo raro. (MAO)

 

Infiniti Q50 descontinuado; marca tem apenas SUV agora

Esta notícia me fez lembrar do aparecimento da marca Infiniti, lá nos idos de 1989. Como a Lexus lançada ao mesmo tempo, Infiniti era a marca de luxo da Nissan. Como a Lexus, começou com um sedã de luxo V8, ao preço do Mercedes-Benz 300E de seis cilindros em linha. O Q45 não foi tão bem recebido na época como o Lexus LS400, especialmente pelo seu desenho diferente, sem grade dianteira; mas era um carro sensacional, com um V8 de alumínio DOHC de 4,5 litros, bem mais forte que o Lexus aos 282 cv.

O Q45 MY 1990: primeiro Infiniti

Agora, vem a notícia de que a Infiniti descontinuou seu Q50; agora é mais um passo para a singularidade SUV, tendo somente veículos deste tipo em sua linha. Sim, a Infiniti é agora uma marca de SUV apenas.

O sedã Q50 chegou pela primeira vez para o ano modelo de 2014 e durou apenas uma geração, com apenas pequenos ajustes de estilo ao longo de uma década. Em seu último ano veio exclusivamente com um V-6 de 3,0 litros biturbo conectado a uma caixa de câmbio automática de sete velocidades e oferecido com tração traseira ou integral. Enquanto as versões básicas produziam 300 cv, e o modelo Red Sport 400, como diz o nome, dava 400 cv. Este último podia fazer o 0-96 km/h em 4,5 segundos.

O Q50 também teve uma versão híbrida que utilizava um V-6 de 3,5 litros para um total de 359 cv, mas essa configuração foi abandonada após 2018. Um quatro cilindros turboalimentado de 208 cv foi oferecido como uma variante de nível de entrada de 2016 a 2019. Uma versão esportiva “Eau Rouge” foi mostrada, mas nunca entrou em produção.

A Nissan prometeu ser 100% elétrica em 2030;  o sedã Infiniti pode voltar nesta fase, mais adiante, desta forma, talvez compartilhando plataforma com um Maxima elétrico. Mas de qualquer forma, mais um camarada caído no caminho do novo futuro desejado. (MAO)

 

Carbon Piranha: um Ford Sierra R500 para 2025

Poucos carros de rali são mais icônicos que o Ford Escort RS Cosworth — o esportivo que nos foi negado nos anos 1990. O que pouca gente lembra, contudo, é que ele não era exatamente um Escort, mas um Sierra vestido de Escort. O Sierra, que havia sido o carro de rali da Ford até então, havia saído de linha e o Escort o substituiria no WRC. O jeito então foi montar um Escort sobre o Sierra e chamá-lo de Escort RS Cosworth.

Agora, passados mais de 30 anos desde que o Sierra acelerava pela Ford no WRC, um projeto com um nome estranho para brasileiros e apoiado pela própria Cosworth, pretende trazer o Sierra RS de volta para o presente: trata-se do Carbon Piranha. E ele não é brasileiro, claro. Ninguém chamaria um carro de piranha no Brasil.

O projeto é idealização de um clube online de entusiastas chamado Auto Vision Club. O clube irá restaurar e modernizar um dos 500 Sierra RS500 Cosworth produzidos para homologação, mais exatamente o exemplar número 148. A receita inclui, além do powertrain revisado pela própria Cosworth para chegar aos 300 cv (trata-se do 2.0 turbo original), ele também irá receber uma carroceria de fibra de carbono para tentar fazer o carro chegar a menos de 1.000 kg — o que resultaria em uma relação peso/potência de, ao menos, 3,33 kg/cv. (Leo Contesini)

 

O Audi Quattro de motor central está sendo recriado

Não é todo mundo que conhece o Quattro RS001. Ele foi um protótipo de motor central-traseiro desenvolvido em 1984/85 para o Grupo B, mas que acabou destruído por ninguém menos que Ferdinand Piech, o chefe da Audi na época. Como o Grupo B foi cancelado, o carro foi guardado e nunca mais se falou nele. Até agora. Depois de 40 anos, a EPSmotorsport, da Austrália, está recriando o carro que a Audi nunca lançou.

O RS001 foi feito para enfrentar os rivais de motor central-traseiro do Grupo B no WRC, como o Peugeot 205 T16 e o Lancia 037, que nem precisou de tração integral para vencer a Audi em 1983 — algo que explica a intenção da Audi e de Piëch com um Quattro de motor central, não? O carro foi desenvolvido por Walter Röhrl na então Tchecoslováquia, e, segundo o piloto, a mudança da posição do motor solucionou os problemas dinâmicos do carro.

O problema é que fotógrafos-espiões viram algumas fotos do carro em testes e as publicaram em uma revista. Quando Piëch viu, ficou furioso e mandou destruir o carro.

Agora, a EPSmotorsport decidiu dar ao mundo o carro que a Audi não deu. Usando um Audi Quattro 1990, eles criaram um chassi tubular de cromo-molibdênio e uma carroceria de fibra de carbono como a original. O design do carro foi baseado em uma miniatura, que foi escaneada e ampliada para produzir a matriz das peças. É o máximo que foi possível fazer, uma vez que o original se perdeu para sempre há 40 anos.

A suspensão usa braços de controle de um Audi R8 e amortecedores customizados da KW. Os freios são da Alcon e as rodas, Rotiform ROC-H. Além disso, ele tem um quadro de instrumentos com os mostradores VDO da época, como os carros de rali da Audi usavam.

A construção levou um ano, e agora o carro está finalizando os testes no dinamômetro para ajuste do motor. Claro, trata-se de um cinco-em-linha de 2,5 litros tirado de um Audi RS3 moderno, com 733 cv e 69 kgfm. Como não está pronto, o carro não foi pesado, mas a EPS pesou o carro sem a dianteira e viu 980 kg na balança — a estimativa é que o carro, em ordem de marcha, tenha menos de 1.100 kg.

O carro deverá ser finalizado ao longo destes últimos meses de 2024. Depois disso, irá para o último lugar onde os Quattro brilharam depois do fim do Grupo B: a Subida de Pikes Peak. (Leo Contesini)