nao ha duvida de que quando o nosso mercado se abriu em 1990 as coisas melhoraram tivemos acesso a mais opçoes de carros e o mercado cresceu; mais empresas vieram para ca o brasil parecia pronto para crescer e se tornar maior e a decisao foi acertada mas como nada vem de graça a pequena e titubeante industria nacional acabou nao estou falando de general motors e volkswagen; estou falando da industria nativa de gurgel a puma e todo o resto no meio era uma industria que se mantinha aos trancos e barrancos que nunca conseguiu se firmar de verdade mas era uma industria brasileiros fazendo carros bolados por brasileiros par vender a brasileiros muita gente vai dizer que mereceu acabar que era ruim precaria pode ser mas ainda assim era algo que hoje olhamos com carinho uma industria realmente nacional o fato de nao termos um fabricante genuinamente nacional me soa como um fracasso de nosso povo sim de fracasso somos acostumados mas nao precisava ser assim deviamos ter um plano para isso para o desenvolvimento de uma industria local ou vamos parar com isso de produzir aqui e importar sem imposto duma vez se nao queremos isso um plano seria otimo do jeito que esta nao esta bom nem para os consumidores nem para a industria mas ja que nao temos um plano de futuro vamos falar um pouco do passado de uma epoca em que tinhamos uma estranha variedade nativa de automoveis sim eles existiram os carros genuinamente brasileiros o que prova que somos capazes; se deu certo ou nao e outro assunto e uma industria baseada na maior parte na resina poliester reforçada com fibra de vidro; uma forma sensacional de se fazer carrocerias sem se precisar de muito capital nada de prensas gigantes nada de fabricas de solda a ponto e plantas de imersao antiferrugem apenas conhecimento e muito trabalho braçal; um metodo totalmente em linha com os esforçados trabalhadores de nosso pais de tempos em tempos vamos falar um pouco deles aqui carros brasileiros mesmo o interlagos por exemplo e alpine transplantado o sp2 por exemplo nao entra por ser de fibra nao estao todos aqui so alguns exemplos importantes da especie começando pelos ecarros exsporte oito exemplos de carros esporte nacionais de fibra de vidro gt malzoni/puma gt dkw a puma naceu nas pistas de dentro da equipe dkw vemag de competiçao uma origem nobre de estirpe puro sangue mesmo mario cesar de camargo filho o marinho um dos pilotos da equipe conhece uma figura importante aqui era o fazendeiro de matao no interior de sp e cosplay de carrozzieri que foi talvez o maior designer brasileiro genaro domenico nuncio rino malzoni para combater os interlagos da equipe willys marinho convence rino a criar para ele um carro mais leve encurtado baseado nos sedas dkw de corrida para que ele mesmo pudesse usar em competiçoes nasce o primeiro gt malzoni ainda com carroceria em chapa de aço mas bem mais baixo e leve que os sedas no qual era baseado tinha entre eixos encurtado em 230 mm este primeiro carro de marinho tinha cambio agora no assoalho e motor preparado de 85 cv foi um grande sucesso em competiçao durante o ano de 1964 o que gerou mais duas evoluçoes ainda em aço e vindas da oficina de rino em matao um para competiçao e outro mostrado no stand da vemag no salao do automovel de sao paulo em 1964 com o nr 10 de marinho nas portas para ficar mais leve uma carroceria de fibra e criada tres carros sao encomendados pela vemag um molde e tirado do carro do salao e tres carros de corrida sao construidos o malzoni gt definitivo de 1965 pesava 750 kg e com motores de competiçao de 100 cv mostrou se um davi matador de golias virava interlagos em tempo de ferrari e na frente das carreteiras com motor v8 americano venceu a maioria das competiçoes que participou em 1965 e seu sucesso impulsionou marinho malzoni e masteguin a produzir o carro em serie tomando o empresario luis roberto alves da costa como socio capitalista formaram a sociedade lumimari ltda junçao da primeira silaba dos nomes dos socios aproximadamente 45 carros sao produzidos com o nome malzoni gt em 1966 com o fim da equipe vemag de competiçoes firmava se o preludio do fim da dkw a vw comprava a dkw na alemanha e em 1967 seria a vez da vemag duas coisas importantes acontecem para nossa historia marinho sai da sociedade lumimari e em seu lugar vem jorge lettry o cerebro da equipe vemag agora efetivamente desempregado tambem passa a trabalhar na empresa o jovem anisio campos um aprendiz de rino malzoni [caption id= attachment_325403 align= aligncenter width= 800 ] rino malzoni e a familia no salao[/caption] o molde da carroceria que existia ate ali era precario e lettry resolve criar um novo no processo anisio campos acerta varios problemas antigos e efetivamente cria uma nova versao desta carroceria esta evoluçao do malzoni gt e lançado com um novo nome mais simples e forte sugerido por lettry puma gt mas o fim da dkw deixava a empresa sem uma base para seu magnifico carro esporte; o que nos leva a talvez nosso mais classico esportivo e o puma definitivo o puma tubarao vw rino malzoni e anisio campos trabalhando na oficina da fazenda do primeiro em matao usando chapas de aço direto criam um novo puma vw deste carro em aço e tirado um molde para produçao em fibra de vidro o chassi era o do karmann ghia encurtado em 250 mm o carro era belissimo com linhas puras e originais e curvas acentuadas em uma carroceria baixissima de apenas 1140 mm de altura obviamente era inspirado pelo lamborghini miura mas tambem obviamente era algo diferente e original um carro minusculo pequeno leve mas com espaço para um adulto dentro sentado com a busanfa a um palmo do chao um classico instantaneo tinha inicialmente um motor vw 1500 mas com dupla carburaçao e escape proprio para 60 cv uma unidade alegre e viva com um barulho fantastico e que propiciava um desempenho interessantissimo para sua epoca a suspensao era recalibrada em carga de mola e amortecedor e dava um comportamento otimo evoluiria depois para 1600 cm² e freios a disco e varios estagios de preparaçao opcional ate 2100 cm³ durou ate 1975 quando foi substituido por um carro mais tranquilo e maior na plataforma de brasilia mas ate hoje e um classico cobiçado de nossa industria com mercado ate nos eua para onde muitas unidades foram exportadas bianco gt toni bianco era o mestre das carrocerias no mundo das competiçoes brasileiras ate que as tecnicas de moldagem de fibra de vidro tornaram o negocio mais facil mas o talentoso toni nao se fez de rogado aprendeu a fazer carrocerias de fibra tambem e continuou sua carreira de criador de automoveis o seu furia era um carro de corrida de motor central traseiro mas era mais que isso era magnificamente lindo e seguramente um dos mais belos e originais desenhos de carroceria ja criados no brasil https //flatout com br/furia cinco carros uma lenda/ quando acabou de fazer os furia toni pegou um chassi vw adaptou a carroceria do bianco para ser montado num chassi sem modificaçao alguma e voila nasceu o bianco gt com o tempo seria modernoizado com o tarpan e receberia ate versao conversivel; mas e o primeiro bianco de 1976 que permanece o mais belo [caption id= attachment_325394 align= aligncenter width= 977 ] toni e o bianco [/caption] se tivesse investimento e uma mecanica mais ambiciosa toni teria vendido biancos para todo o mundo pela força de seu desenho apenas mas a operaçao dele sempre na corda bamba financeira nao durou muito farus ml o carro esporte mineiro de bh veio em 1978 com um nome cheio de ligaçoes familiares farus vinha de familia russo personificada por alfio e giuseppe pai e filho que idealizaram e produziram o veiculo o primeiro carro se chamava farus ml929 o ml de maria luisa a mae de giuseppe nascida em 1929 era diferente do normal aqui no brasil por ter motor central traseiro transversal em chassis proprio usava motor e cambio fiat 1300 do 147 rallye com carburador duplo a estrutura por debaixo da carroceria de composito de fibra de vidro era um chassi tipo espinha dorsal que suportava na frente a suspensao direçao e freios do fiat 147 recalibrada para o menor peso devido ao motor central atras se repetia a suspensao mcpherson e freios dianteiros do 147 junto com seu motor e cambio o pequeno carrinho nao era nenhum foguete portanto mas seu comportamento em curvas era decididamente esportivo e divertido para tentar remediar a falta de potencia mas nao o entusiasmo grande arma do pequeno fiat fiasa depois vieram o ts 1 6 com mecanica vw passat longitudinal e o beta com motores de monza 1 8 e depois 2 0 o seu calcanhar de aquiles era o desenho com teto muito reto sem curvatura suficiente e outros erros basicos de desenho industrial mas era original corajoso e um carro deveras interessante a empresa durou ate a abertura de mercado e depois fechou miura o miura brasileiro nao tem nada a ver com o miura da lamborghini o nosso e dos anos 1970 um desenho em cunha totalmente no espirito da epoca mas mesmo assim diferente e original um desenho coeso e incrivel ainda mais se considerando de onde saiu de uma pequena oficinas de capas e bancos em porto alegre chamada aldo auto capas sim uma oficina que fazia estofamentos nada mais que isso o desenho e do filho de um marceneiro bielorrusso de porto alegre chamado nilo laschuk entao designer da marcopolo o primeiro miura era algo simplesmente incrivel uma cunha quase perfeita com farois escamoteaveis e uma porta traseira curva original extremamente baixo com um perfil proporcional e interessante as portas nao tinham moldura de vidro e la dentro toda a experiencia em interiores da aldo auto capas aparecia bancos bem desenhados carpetes de qualidade acabamento de primeira o motorista ficava quase deitado esticado e o volante walrod esportivo tinha uma absoluta novidade regulagem eletrica de altura o sistema foi criado por itelmar gobbi um dos donos da empresa usando um motor de limpador de para brisa os pedais tambem podiam ser regulados manualmente os limpadores de para brisa so apareciam funcionando eram cobertos em descanso e o desenho de nilo para o painel de instrumentos era tambem sensacional tres pods carenados para os dois instrumentos principais a frente e um a direita para os auxiliares as rodas claro eram scorro a empresa durou bastante tempo todos os seus carros um sucesso durante a decada de 1980 passaram a uar mecanica de passat e santana em chassi proprio; os desenhos hja nao era tao felizes mas eram populares; como foram os acabamentos rebuscados e os sintetizadores de voz que fizeram a marca famosa na epoca tambem acabou com a abertura das importaçoes hoffstetter [caption id= attachment_325379 align= aligncenter width= 999 ] o carro original portas de vidro [/caption] lançado no salao do automovel de sao paulo de 1984 este carro e uma verdadeira nave espacial extraterrestre com portas tipo asa de gaivota obra do engenheiro mario hoffstetter e inicialmente criado como um prototipo de competiçao trata se do mais exotico carro nacional ja produzido em alguma quantidade o desenho e praticamente uma copia do maserati boomerang de giugiaro que tambem mostrou um original volante de cubo fixo como a maserati nesta epoca pertencia a citroen pode se entender de onde veio esta ideia popularizada no c4 decadas depois o boomerang era um conceito porem; nem a citroen teve coragem de produzir algo tao far out o hoffstetter usava mecanica 1 8 de gol gt chassi espinha dorsal onde se montava o conjunto mecanico dianteiro motor transeixo suspensao e freios do gol gt atras e na dianteira o que parece olhando fotos o conjunto completo dianteiro do chevette era carissimo e portanto sempre foi raro e pouquissimos foram fabricados aurora 122 c visitando o salao do automovel de sao paulo de 1990 topei com o chassi pelado do aurora fiquei completamente bisbetico com aquilo chassi tubular suspensoes proprias nos quatro cantos por triangulos superpostos desiguais um motor central traseiro transversal de monza mas com dois carburadores weber horizontais duplos prometendo preparaçao ardida o ‘122’ era a cilindrada do motor de monza em polegadas cubicas 2 litros so o fato de que o chassi nao era de fusca nao era uma espinha dorsal e as suspensoes nao eram derivadas de carros de grande serie e sim proprias deixava claro que aquilo era especial tudo era feito de forma correta e profissional o exterior do carro deixava um pouco a desejar em estilo e execuçao mas o interior era inacreditavelmente profissional e de qualidade o carro esporte brasileiro parecia que estava amadurecendo finalmente mas no mesmo salao estava o ferrari f40 simbolo de uma abertura de mercado que chegava o aurora ficou para sempre marcado como uma copia tabajara do ferrari uma grande injustiça o sonho do engenheiro oduvaldo barranco de fazer cinco auroras por mes acabou ali mesmo antes de começar lobini h1 o lobini e a junçao dos nomes dos criadores o entusiasta financiador jose orlando lobo e o engenheiro fabio birolini uma das ultimas e mais profissionais tentativas de se fazer um esportivo nacional e uma incrivel criaçao propria nacional usando motor central traseiro de a3/golf gti 1 8 turbo uma olhada nas entrevistas que fizemos com o fabio birolini valem a pena aqui; senao que para somente nos ajudar a entender as dificuldades que alguem enfrenta para tentar criar uma industria nacional nao precisava ser assim ne parece ate crime desejar isso hoje em dia https //flatout com br/a historia da lobini contada por seu criador fabio birolini parte 1 flatout entrevista/ https //flatout com br/a historia da lobini contada por seu criador fabio birolini parte 2 flatout entrevista/
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