Há alguns dias, perguntamos aos leitores quais eram os carros mais emblemáticos da década de 1990, que estão se tornando ou já são colecionáveis. Você já viu a primeira parte da lista com as respostas dos leitores aqui e a segunda parte, aqui. Agora, chegamos à terceira – e última – parte, que você confere agora!
Nissan 300ZX
Foto: at260
Sugerido por: Gustavo Tittelo Orlandi
Ainda que jamais tenha sido importado para o Brasil de forma oficial, o Nissan 300ZX era um dos favoritos dos clientes de importadores independentes. Lançado em 1989 e produzido até 2000, o 300ZX de segunda geração (Z32) tinha linhas arrojadas, com perfil em forma de cunha e proporções imponentes. E, na versão mais interessante, um V6 biturbo de três litros e 300 cv, capaz de levá-lo até os 100 km/h em menos de seis segundos.
O 300 ZX não fez sucesso apenas no Japão: nos EUA, ele foi um dos esportivos mais vendidos no ano de 1990, e no resto do mundo, tornou-se um dos ícones de Gran Turismo. Ah, e ele também emprestou os faróis para outro ícone da década de 1990…
Lamborghini Diablo
Foto: Maxime Ballet
Sugerido por: nós mesmos, e daí?
A real é que todo Lamborghini é um carro marcante, e não poderia ser diferente com o touro noventista. O Diablo, lançado em 1990, surgiu em uma fase de transformação da fabricante italiana, que havia acabado de ser comprada pela Chrysler.
Foto: Garrett Wade
Foi um sopro de ar fresco muito bem-vindo: o Countach, lançado em 1974, sofria demais com o peso da idade e não havia boa reputação que lhe poupasse da aposentadoria. O Diablo era um carro maior e muito mais moderno, com linhas mais arredondadas e suaves, porém não perdia a identidade da Lamborghini (mesmo com faróis de Nissan). E isto também incluía a mecânica: o primeiro Diablo tinha nada menos que 492 cv em seu V12 de 5,7 litros, e era capaz de chegar aos 100 km/h em 4,5 segundos.
Lembre-se: estamos falando de um carro lançado 26 anos atrás. Não era à toa que todo moleque que curtia carros tinha (ou queria ter) uma foto do Diablo pregada na parede do quarto.
Fiat Coupé
Foto: Rupert Procter
Assim como o Opel Calibra, na Europa o Fiat Coupé não foi especialmente marcante, pois era só mais um entre os cupês derivados de modelos médios – no caso, ele tinha a mesma plataforma do Tipo e do Tempra. No entanto, com bons motores (especialmente um 2.0 16v turbo emprestado do Lancia Delta Integrale, com 200 cv) e visual bastante ousado, de autoria do polêmico Chris Bangle, o Fiat Coupé até que vendeu bem, com cerca de 72 mil unidades fabricadas entre 1993 e 2000.
No Brasil, foi o design do interior, assinado pelo estúdio Pininfarina, que conquistou os entusiastas. Uma faixa na cor da carroceria atravessava todo o interior e abrigava os mostradores individuais, garantindo aspecto bastante esportivo. Isto, mais alguns elementos estéticos externos como os faróis com projetores cobertos por uma lente de acrílico e as lanternas traseiras circulares, faz com que alguns entusiastas comparem o Coupé às Ferrari da década de 1990.
Nissan Skyline GT-R R32
Parece que o ano de 1989 foi mesmo o ano de ouro para os esportivos japoneses: o Nissan Skyline GT-R R32 também foi lançado naquele ano. Se você não sabe por que ele é um ícone noventista… de que planeta você veio, cara? Brincadeira: o R32 foi o primeiro Skyline GT-R da era moderna. Baseado na versão de competição para o Campeonato Japonês de Carros de Turismo (Japanese Touring Car Championship, ou simplesmente JTCC), foi ele quem inaugurou a fórmula “seis cilindros em linha + dois turbos + tração integral” que durou mais duas gerações.
O chamado RB26DETT era uma maravilha de 2,6 litros que, com a dupla de caracóis, entregava 280 cv oficialmente e mais de 300 cv na prática. O potencial de preparação deste motor é imenso, mas mesmo original ele já impressionava: o 0-100 km/h era cumprido em 4,7 segundos. E que carro bonito, meus amigos!
Mazda RX-7
Foto: Lawrence Yeh
A primeira geração do Mazda RX-7 foi lançada em 1978, mas o maior ícone de todos provavelmente é o terceiro modelo, fabricado entre 1991 e 2002. O visual do carro é atraente até hoje, suas aparições em games, animes e filmes são muitas, de “Initial D” a “Velozes e Furiosos”, passando por Need for Speed e Gran Turismo, e ele é o único dos lendários japoneses dos anos 1990 a não ter pistões no motor.
Foto: John Renna
Isto porque o RX-7 era movido pelo emblemático 13B, um motor rotativo Wankel de dois rotores com deslocamento de 1,3 litros com dois turbos e 280 cv. Eficiência volumétrica é isto.
Ah, e o ronco é simplesmente inesquecível!
Dodge Viper
Seria um total absurdo falar de ícones da década de 1990 e não citar o Dodge Viper da primeira geração, lançado em 1992. Para mostrar que os americanos sabiam fazer supercarros, a Dodge decidiu colocar um V10 de oito litros na dianteira de um cupê grande, violento e muito, muito bonito.
O motor, ao melhor estilo ianque, era derivado dos V8 Magnum, com comando no bloco e tudo, e era capaz de entregar nada menos que 405 cv a 4.600 rpm e 63,9 mkgf de torque a 3.600 rpm. O câmbio, obviamente, era manual de seis marchas – o negócio era brutal mesmo. Zero a cem? 4,5 segundos. Máxima? 290 km/h. Em 1992.
O mais incrível é que a receita do Viper permaneceu a mesma até hoje – o que a Dodge fez foi aumentar gradativamente o deslocamento e a potência do motor, adequar os outros sistemas do carro ao novo desempenho e atualizar o desenho. Ainda que a atual (e última) geração do Viper seja mais distante esteticamente, ele ainda terá um V10 naturalmente aspirado, câmbio manual e tração traseira quando deixar de ser produzido no ano que vem. Isto é que é manter a tradição.