Ontem perguntamos aos leitores quais carros eram bem legais quando foram apresentados como conceitos, mas perderam o encanto na hora de virar carros de produção. Chegou a hora de saber quais foram as respostas dos leitores — com algumas sugestões por conta da casa!
Subaru WRX Concept
Este acima é o WRX Concept apresentado pela Subaru em 2013. Com ele, a empresa mostrou que a versão de alto desempenho da quarta geração do Impreza, lançada em 2011, seria bem diferente do resto da linha — na verdade, ele até perderia o nome Impreza e passaria a se chamar só “Subaru WRX”. Com linhas musculosas e uma traseira curta, o conceito era tão bacana que a gente deveria ter desconfiado.
A versão de produção manteve uma leve conexão com o conceito, especialmente na dianteira, mas suas proporções estão bem menos agressivas. Mas o maior “prejuízo” foi na traseira — as lanternas em forma de bumerangue e a tampa do porta-malas alta deram lugar a uma retaguarda praticamente igual à do Impreza sedã.
Não é um carro ruim (longe disso, com um boxer turbo de 2,5 litros e 309 cv no STI e um sistema de tração integral recalibrado), mas até mesmo os fãs da Subaru esperavam algo mais próximo do conceito.
Mitsubishi Concept X
Antes de revelar ao mundo a mais recente geração do Evo, a Mitsubishi apresentou em 2005, no Salão de Tóquio, um conceito que prometia levar o maior rival do WRX a um novo nível — o Concept X. Seu visual era uma prévia do futuro Lancer, mas com ele aconteceu algo semelhante ao caso do WRX: ele prometia linhas mais musculosas e arrojadas.
Não que o Evo X tenha decepcionado neste quesito, mas as expectativas dos fãs eram mais altas. E hoje, sete anos depois, todos eles lamentam a iminente morte do Lancer Evolution X, que será o último da linhagem…
Toyota Corolla Furia Concept
No Salão de Detroit 2013 a Toyota nos fez acreditar que o Corolla deixaria de ser um carro competente com visual genérico para se tornar um carro competente com visual matador. O responsável por isso foi o Corolla Furia Concept, um sedã bastante agressivo, com visual inspiradíssimo, linha de cintura alta e traseira curta — quase um cupê de quatro portas. A versão do carro para os EUA (o vermelho abaixo) até que seguiu o espírito do conceito — um tanto diluído, claro:
Já a versão para o mercado europeu (e também para o Brasil) tem um apelo menos esportivo e mais luxuoso — ainda muito bonito, mas bem diferente do conceito. Contudo, é mais condizente com a posição do Corolla no nosso mercado.
Chrysler Crossfire Concept
Em 2001 a Chrysler apresentou em Detroit o Crossfire Concept — um clássico grand tourer, com capô longo, traseira curta e um V6 supercharged com 330 cv, de origem AMG (a Daimler-Benz e a Chrysler haviam se fundido em 1998). O estilo retrô agradou, e o vidro dianteiro dividido — inspirado nos carros da década de 50 — dava ao conceito um charme inconfundível.
Em 2004 o Crossfire de produção foi lançado. Se as linhas gerais não se afastavam muito do conceito, o mesmo não pode ser dito da dianteira, que foi modificada para ficar mais moderna e ganhou faróis e grade mais tradicionais, enquanto o para-brisa dividido deu lugar a uma peça convencional.
Alfa Romeo Brera Concept
Em defesa do Brera, o modelo final ficou bastante parecido com o conceito desenhado por Giorgetto Giugiaro e apresentado no Salão de Genebra em 2002 — e é, sem dúvida, um dos Alfa Romeo mais bonitos dos últimos anos. Acontece que o conceito era um GT com motor V8 Maserati de quatro litros e 405 cv, potência que era levada às rodas traseiras por uma transmissão sequencial de seis velocidades…
… enquanto o carro de rua, lançado em 2004, era um hatchback que parecia uma versão em miniatura do conceito. Capô longo, teto baixo, linha de cintura ascendente e uma traseira pornograficamente bonita, feito sobre a plataforma do Alfa 159. Justamente por isso, ele tinha motor transversal (quatro-cilindros de 1,8 litro ou V6 de 3,2 litros com injeção direta e 185 cv) e tração dianteira — decepcionando aqueles que esperavam que a Alfa voltasse a empregar a “tração nas rodas certas”.
Dodge Charger R/T Concept
Era 1999 e, como já dissemos, a Chrysler tinha acabado de se unir à Mercedes-Benz e estava com fôlego renovado. Naquele ano, o Salão de Detroit foi testemunha da volta do nome Charger depois de 12 anos. Ele não lembrava muito o Charger clássico do fim da década de 60, mas era um sedã esguio e baixo, com linhas fluidas e foi muito bem recebido na época.
Seis anos depois, em 2005, veio o Dodge Charger de produção. Ele compartilhava a plataforma com o Mercedes-Benz Classe E e foi elogiado por isso, mas seu visual ficou bem mais tradicional do que o sugerido pelo conceito, e o novo Charger demorou alguns anos para ser aceito. No fim das contas isto aconteceu — e a geração atual do Charger (uma evolução da anterior, ao menos na estética) acaba de ser reformulada — e de se tornar sedã mais potente do mundo.
Lamborghini Portofino
Para marcar a compra da Lamborghini pelo grupo Chrysler em 1987, o Salão de Frankfurt recebeu o Lamborghini Portofino Concept, projetado pelo então designer-chefe da Chrysler Kevin Verduyn. Mas ele não era um superesportivo em formato de cunha com motor V12 atrás dos bancos, como mandava o figurino: era um sedã com linhas arredondadas, quatro portas “tesoura” (que abriam em sentidos opostos) e não tinha coluna central. O motor era um V8 de 3,5 litros, emprestado do Lamborghini Jalpa, tinha 255 cv e era montado em posição central-traseira.
Em 1994 a Chrysler vendeu a Lamborghini a um conglomerado asiático, que por sua vez vendeu a marca italiana à Volkswagen em 1998. Sendo assim, nenhum Lamborghini de produção foi inspirado pelo Portofino. Contudo, ele acabou influenciando alguns carros dentro do grupo Chrysler — em especial a primeira geração do Dodge Intrepid, lançado em 1993, que herdou as proporções gerais e a identidade visual sugeridas pelo conceito — mas não era, nem de longe, tão invador quanto este.
Chevrolet GPix
Em 2008 a Chevrolet levou ao Salão de São Paulo o conceito GPix — um SUV (ou crossover compacto) que tinha a missão de adiantar a identidade visual da nova família de modelos Chevrolet para países emergentes. A recepção foi positiva: o GPix era bem proporcionado e agressivo na medida certa e o futuro parecia promissor.
Infelizmente as expectativas não se confirmaram: o Agile, modelo derivado do conceito, era um hatch feito sobre a plataforma do Celta que, por sua vez, a herdou do Corsa lançado em 1994. A razão para isto pode ser um reflexo da crise econômica de 2009, que afetou gravemente o setor automotivo no mundo todo e forçou a Chevrolet a atualizar um projeto antigo com uma nova carroceria — contendo custos, porém trabalhando com uma plataforma de quase 15 anos de idade.
O resultado foi um hatch de proporções estranhas — a carroceria era alta para maximizar o espaço interno, mas a plataforma do Corsa ainda era estreita demais. Além disso, a seção dianteira era tinha grade e faróis demasiadamente grandes, algo que foi atenuado na reestilização promovida no Agile em 2013.