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Car Culture WTF? Zero a 300

Os curiosos kei cars japoneses “transformados” em superesportivos

Os kei cars são uma das coisas mais legais da car culture japonesa: carros compactos, com motores de menos de um litro, feitos para proporcionar locomoção urbana de forma econômica e prática. Eles são carros mais baratos de comprar e manter rodando (até a documentação custa menos), e por isto mesmo são muito populares.

É por isso que as fabricantes do Japão investem até mesmo em modelos com caráter esportivo e visual inspirado em carros maiores e mais potentes. O Suzuki Cappuccino, por exemplo, parecia um mini Dodge Viper, tinha 63 cv em seu três-cilindros de 660 cm³, tração traseira e pesava só 700 kg. O Honda Beat, da mesma época, era parecido, mas tinha motor central-traseiro – layout que foi herdado pelo atual Honda S660, que tem até turbo em seu motor 0.6.

Mesmo que não andem tanto, estes pequenos automóveis são capazes de proporcionar bastante diversão ao volante – eles raramente passam dos 700 kg, têm entre-eixos curto, balanços pequenos e transmitem bastante feedback ao motorista por conta das dimensões reduzidas. O vídeo da Best Motoring abaixo, um comparativo na pista entre o Suzuki Cappuccino e o Honda Beat, é uma boa demonstração disto:

No entanto, há quem prefira levar um passo além este negócio de kei car esportivo. Como? Transformando os minicarros japoneses em ícones entusiastas. Ou menor, réplicas em menor escala que podem não ser 100% precisas, mas são no mínimo interessantes. Duvida? Então dá uma olhada neste “Toyota Supra”… que na verdade é um Suzuki Cappuccino disfarçado. Sim, é verdade!

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Nem dá para reclamar da heresia: o Cappuccino não é um carro raro, nem caro, e não tem status de ícone entusiasta (apesar de parecer extremamente divertido de se guiar). Além disso, estamos falando de um projeto feito no Japão, onde aparentemente não existem limites quando o assunto é modificação automotiva.

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Detalhe para o nome do carro: NATS CHILD SPEED 660GT. “Criança velocidade”?

O mini-Supra é obra de estudantes da Nihon Automobile High Technical School, a NATS, uma universidade especializada na formação de engenheiros automotivos que fica em Narita, no Japão. Ele foi apresentado em 2014, durante o Tokyo Auto Salon, e ficou surpreendentemente fiel ao Supra.

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Os caras usaram fibra de vidro para os painéis da carroceria, que foram moldados à mão, e adaptara os faróis e lanternas originais do Supra. O resultado é um visual autêntico, mas a proporção dos faróis e lanternas em relação à pequena carroceria dão ao mini-Supra ares de personagem de anime.

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A carroceria dourada, para nós, parece uma referência ao Supra da Top Secret. A mecânica provavelmente foi mantida intacta, ou seja: o carro ainda tem um três-cilindros com turbo, comando duplo no cabeçote e 64 cv.

No ano seguinte, a NATS levou outro projeto para o Tokyo Auto Salon: a “réplica” de um BMW M3 E30 feita com base em uma… Suzuki Mighty Boy.

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Você provavelmente lembra da Mighty Boy, a pequena pick-up kei com nome de super-herói vendida pela Suzuki entre 1983 e 1987. Na época, a regulamentação para kei cars limitava o deslocamento a apenas 550 cm³, e não 660 cm³ – sim, eram motores ainda menores.

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Mas isto não impediu os alunos da NATS de transformar a Mighty Boy em uma homenagem a um dos esportivos mais emblemáticos de todos os tempos, equipado com um quatro-cilindros de 2,3 litros e 195 cv. Até que não ficou tão ruim!

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O visual da dianteira ficou muito autêntico na grade, nos para-choques e nos faróis e as cores da BMW Motorsport caíram bem ao filhote de M3 E30. Ao mesmo tempo, a opção por lanternas que lembram versões em menor escala daquelas usadas no Série 5 E34 podia ter sido melhor pensada – não faltam opções que lembram as lanternas do M3 E30.

Dito isto, a turma de 2009 não foi muito feliz na hora de transformar o Cappuccino em um mini Nissan GT-R. As linhas do roadster da Suzuki são arredondadas, e suas proporções diminutas não funcionam muito bem com as formas retilíneas do GT-R.

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Os faróis e lanternas autênticos também ficaram grandes demais, mas o Supra que veio depois ficou bem mais harmônico. Além disso, a moldagem dos painéis da carroceria não ficou muito boa – dá para ver imperfeições nos contornos do carro, o que não ajuda em nada no aspecto geral.

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Ao menos rendeu algumas fotos curiosas:

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Uma das conversões mais legais foi apresentada no Tokyo Auto Salon de 2007, quando os estudantes da NATS transformaram um Honda Beat em um mini-NSX.

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Faz sentido: assim que foi apresentado ao público, em 1991, o Beat ficou mesmo conhecido como “mini-NSX” por causa do seu layout com motor central-traseiro. O que o pessoal da NATS fez foi só deixar seu visual mais parecido com o do clássico esportivo da Honda.

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Claro, nem só a NATS realiza este tipo de modificação. Olha só: segundo o Speedhunters, o pequeno Porsche 911 abaixo também é um Suzuki Cappuccino, mas trata-se de um projeto independente feito por algum entusiasta. Por mais que as portas tesoura sejam meio too much, o resultado geral ficou bem mais interessante.

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E aqui, um bônus – repare como interior do Suzuki Cappuccino é parecido com o interior do 911:

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E existem outros exemplos, também. Este Subaru Vivio targa, por exemplo, foi caracterizado como o Impreza WRX 555 de Colin McRae. Com para-choques inspirados no modelo de rali, apliques nos faróis e a cor certa na carroceria, até que ficou bem parecido. E tudo em casa.

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Agora, talvez o exemplo mais irônico de todos seja este Autozam AZ-1, o mini-supercarro de fábrica da Mazda: ele foi “transformado” em uma Ferrari F40!

A dianteira do kei car, que originalmente tem simpáticos faróis circulares, ganhou as formas da F40, com lentes de acrílico sobre faróis quadrados. No caso do AZ-1, porém, os faróis escamoteáveis são meros retângulos adesivados no capô em forma de cunha.

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O carro também ganhou um novo para-choque dianteiro e rodas inspiradas nas clássicas Speedline da F40. No entanto, o motor (que é central-traseiro, como na F40) continua sendo três-cilindros turbo de 657 cm³ e 64 cv. A F40, para quem não lembra, usava um V8 biturbo de 2,9 litros capaz de entregar pelo menos 480 cv. Coincidentemente, a Ferrari saiu de linha em 1992, mesmo ano em que o Autozam foi lançado.

Se você conhece outros exemplos de kei cars transformados em esportivos, não faça cerimônia e deixe nos comentários!