Já debatemos sobre as melhores maneiras de passar um fim-de-ano gearhead e estamos no meio de uma série de listas de coisas bacanas para comprar no fim do ano, como games, livros e até jogos de corrida para smartphone. Mas ainda não falamos de algo que você pode curtir com seu carro — até agora. E não é nem um acessório ou item de conforto ou manutenção para o seu amigo de quatro rodas e sim para você, que vai viajar no fim de ano — sozinho ou com a família — e vai passar algumas horas (ou mesmo dias) ao volante: um par de óculos escuros.
É claro que você pode dar óculos escuros de presente neste Natal a alguém, mas por que alguém não pode ser você mesmo — até porque óculos são um acessório bastante pessoal, que as pessoas gostam de escolher com cuidado. É a sua cara, não a dos outros. E, se você acha que se presentear com um belo par de óculos para dirigir é vaidade demais, saiba que, depois de proteger a visão, a maior função de um bom par de óculos escuros é te deixar mais estiloso — ou todos seriam iguais, não concorda?
Sendo assim, vamos mostrar aqui alguns modelos para todos os gostos e rostos — todos com a cara de quem curte acelerar, e todos com proteção solar garantida.
Ray-Ban Aviator
É fácil encontrar fãs de carros que também tenham uma quedinha por aeronaves — não é à toa que os carros voadores como o DeLorean mexem tanto com o imaginário coletivo gearhead. E os óculos escuros do modelo Aviator, da tradicionalíssima Ray-Ban. A história dos óculos Aviator (que aqui no Brasil, não é raro chamarem de “Aviador”) se confunde com a própria história da Ray-Ban.
O Aviator foi o primeiro modelo da marca e foi originalmente desenvolvido em 1936 para proteger os olhos dos pilotos. Suas lentes convexas eram grandes e projetadas para cobrir o máximo possível da área de visão e evitar que a luz entre diretamente no globo ocular sob qualquer ângulo. Um ano depois o Aviator foi colocado à venda e tornou-se, ao longo das décadas, um verdadeiro ícone — especialmente na década de 1980, quando apareceu no rosto de Tom Cruise e Val Kilmer em Top Gun, sobre os olhos de nove entre dez atros do rock, e era acessório obrigatório dos pilotos de Fórmula 1 quando estavam sem o capacete. O Aviator Classic, com armação dourada e lentes esverdeadas, custa R$ 450 direto no site da Ray-Ban.
Carrera Speedway
Se você foi ao cinema no ano passado, foi para assistir a “Rush — No Limite da Emoção” (Rush, 2013), não foi? O filme que conta a história da rivalidade entre o mulherengo e talentoso James Hunt e o implacável Niki Lauda foi aclamado por público e crítica, e já é considerado um dos melhores filmes sobre automobilismo já feitos. Contudo, o assunto aqui é outro: os óculos usados por Chris Hemsworth para compor o papel de Hunt na película.
O Carrera Speedway é inspirado no Ray-Ban Aviator (como vários outros óculos que vieram depois dele), mas tem um visual mais pesado e até um pouco datado, mas ao mesmo tempo bastante estiloso. O Carrera Speedway custa cerca de R$ 450.
Carrera Grand Prix
Agora, curiosamente, foi Niki Lauda quem fez propaganda para a Carrera na década de 1970 — a marca, aliás, têm forte ligação com o automobilismo, sendo uma das favoritas dos pilotos de Fórmula 1.
O modelo da propaganda é uma versão antiga do Carrera Grand Prix — não precisamos dizer de onde veio a inspiração para o nome, precisamos? Imitando as linhas do Aviator, porém em plástico, o Grand Prix é vendido até hoje, e é encontrado no Brasil custando por volta de R$ 250. É o mais barato da lista , custando na faixa de R$ 250.
Carrera 80
Os óculos Carrera apareceram no rosto de vários personagens de Rush — e o outro protagonista, Daniel Brühl, usava um Carrera 80 em várias das cenas nas quais interpretou o indestrutível e metódico Niki Lauda.
O Carrera 80 é uma releitura assumida do Ray-Ban aviator, com visual ligeiramente mais moderno e uma ponte dupla com o emblema da Carrera. A lente é de policarbonato polarizado, com armação e hastes em metal. Um design atemporal, porém melhorado. Custa por volta de R$ 450.
Evoke Emerson Fittipaldi
Na década de 1970, Emerson Fittipaldi era facilmente reconhecível por duas características: suas costeletas e seus óculos escuros. Em 1973 o piloto — que havia conquistado seu primeiro título, pela Lotus, no ano anterior — decidiu lançar sua própria linha de óculos em parceria com uma marca francesa.
Em 2011, comemorando os 40 anos da primeira vitória de Fittipaldi na F1 e os 10 anos de existência da empresa, a Evoke dediciu relançar o modelo, agora batizado apenas como Fittipaldi.
Os óculos, que usam lentes de policarbonato base 08 (mais resistente contra impactos) e trazem proteção completa contra todos os tipos de raios nocivos, vêm em cinco opções de cures e custam R$ 647 na Evoke Store — a não ser que você queira o modelo revestido em couro que, neste caso, vai lhe custar R$ 2.699.
Oakley Ferrari Carbon Blade
Para o bem ou para o mal, a Oakley é uma das marcas de óculos mais populares do mundo e conhecida por seus óculos de visual esportivo, colorido (pendendo para o exagero em alguns casos), mas a verdade é que a marca têm modelos para todos os gostos. De qualquer forma, por alguma razão, não conseguimos imaginar outra fabricante de supercarros a fazer uma parceria com a Oakley que não a Ferrari.
Agora, já avisamos: em vez do estilo clássico dos óculos que apresentamos até agora, o Ferrari Carbon Blade da Oakley tem design contemporâneo, quase esportivo, e armação de fibra de carbono — que pode ser pintada de preto ou deixar as fibras entrelaçadas expostas. Só para deixar claro, é fibra de carbono mesmo, e não um padrão estampado. As lentes são polarizadas — possuem um filtro que elimina os feixes de luz mais fortes e desconfortáveis aos olhos fundido ao policarbonato. Praticamente todos os modelos desta lista também oferecem lentes polarizadas. Custa a partir de R$ 1.300.
Oakley Holbrook
A prova de que a Oakley também faz óculos mais discretos é o Oakley Holbrook — que deve ser o modelo favorito de Fernando Alonso, que parece estar com um Holbrook branco no rosto 90% do tempo.
Ok, não é exatamente discreto
O Holbrook não é feito de fibra de carbono como o Carbon Blade, mas sim de O-Matter, nome que a Oakley dá ao polímero ultrarresistente usado na armação. O visual é inspirado pelos designs das décadas de 1940, 1950 e 1960, mas as várias opções de cores, tanto da armação quanto das lentes, não o deixam ficar com cara de óculos retrô. Por não usar materiais nobres, também custa menos — a partir de R$ 500.
Porsche Design P8479
Você tem grana. Você tem um Porsche. Você não vai comprar um par de óculos da Oakley com feito em parceria com a Scuderia Ferrari (onde iria parar a rivalidade?). Ferrari F40 vs. Porsche 959? Flat-6 pendurado na traseira contra motor em V atrás dos bancos? Não acabe com isto, cara. Compre um par de óculos da Porsche Design, estúdio fundado pelo próprio Alexander “Butzi” Porsche — neto do Professor Porsche e criador do ícone que chamamos de 911.
Butzi acreditava que “quando você examina a função de um objeto, suas formas se tornam óbvias”, e que a funcionalidade de qualquer coisa deveria ser transmitida por suas linhas. Na prática, isto quer dizer óculos de estilo clássico que combinam muito bem com um passeio de Porsche por sinuosas estradas europeias ao entardecer. Ok, talvez você não chegue a tanto, mas os óculos da Porsche custam bem menos que uma vida assim. Os modelos custam entre R$ 500 e R$ 1.200 mas, se tivéssemos que escolher, ficaríamos com o P8479 — que fica bem no meio termo, custando entre R$ 750 e R$ 800. O visual de lente única lembra a viseira de um capacete, e o toque vintage fica por conta dos parafusos expostos na parte frontal.
Ray-Ban Wayfarer
O modelo Wayfarer da Ray-Ban existe desde 1956 e, na época do lançamento, foi uma revolução por ter armação de plástico em vez de metal. Contudo, depois de uma breve onda de popularidade seguida de uma queda brusca na década de 1970, foi nos anos 80 que o Wayfarer atingiu seu auge — as bandas de rock o usavam, os atores o usavam e os personagens de filmes como Miami Vice o usavam.
Ou seja: se você pretende um dia rodar por aí de Lamborghini Coutach ou Ferrari Testarossa (paletó branco com ombreiras é totalmente opcional) ouvindo os melhores sucessos do New Wave, é um Wayfarer que você quer. Não é à toa que Kavinsky, um dos maiores expoentes do revival oitentista na música eletrônica, usa isto:
O modelo clássico, com armação toda preta e lentes verdes de cristal, custa R$ 530 na loja online da Ray-Ban.
Maui Jim Kapalua 502
Este deve ser o exemplar menos conhecido da lista, mas tem tudo para agradar muita gente: minimalista, consiste apenas nas lentes de policarbonato e hastes de titânio — mais nada. De estilo que envolve o rosto todo, o Kapalua protege os olhos de forma extremamente eficiente sem poluir visualmente seu rosto e sem obstruir a visão, além de trazer lentes polarizadas e ser muito resistente, ainda que a aparência diga o contrário. Custam cerca de R$ 700 reais em lojas online.
Porsche Design P8600
O visual do Porsche Design P8600 é clássico e ousado ao mesmo tempo, com protetores laterais que certamente seriam úteis ao volante de um Porsche 356 — seria bem mais difícil ser atingido no olho por um inseto ao acelerar o conversível alemão. Mas não se preocupe caso não tenha um 356 — o P8600 é estiloso o bastante para ser usado com qualquer carro. Custa algo na faixa dos R$ 1.000.
James Dean e seu 356. Aparentemente é um Wayfarer, mas dá para entender a ideia, não é?
Persol 714
Bullitt. Não precisamos dizer mais nada, mas vamos dizer mesmo assim. Até porque, embora todos associem o Persol 714, modelo de óculos escuros dobrável inspirado no Wayfarer, ao filme protagonizado pelo estilista Frank Bullitt, a verdade é que Steve McQueen usou o modelo pela primeira vez na tela grande em “Crown, o Magnífico” (The Thomas Crown Affair), lançado em junho de 1968 — três anos antes de Bullitt.
Desde então, McQueen raramente era visto na frente das câmeras (e longe delas) sem um Persol no rosto. O modelo 714 é igual a um dos favoritos de McQueen e, com lente marrom polarizada de policarbonato, é um dos que melhor juntam estilo e função em um mesmo pacote. Custa R$ 900.