FlatOut!
Image default
Mercado e Indústria

Os sedãs compactos que menos cobram por pouco peso e mais potência são…

A série sobre os carros que oferecem os melhores preços por menos peso e mais potência (uma receita que costuma resultar em veículos mais divertidos de dirigir) chega agora a um segmento que pode não ser dos mais desejados, mas que é certamente um dos mais importantes do mercado brasileiro: o de sedãs compactos.

Isso acontece porque o sedã familiar típico é o médio, que nós já abordamos nesta série. São eles que oferecem espaço suficiente para a família e para sua bagagem. Mas, no Brasil, eles custam muito caro, ficando fora do alcance da maior parte desse perfil de motorista — a não ser quando se tornam usados. Quem opta por um modelo novo para não ter dor de cabeça acaba caindo nos sedãs compactos. Pode notar que, no Brasil, todos eles costumam ter porta-malas grande. É o que dá para corrigir sem encarecer demais o projeto.

Optamos por misturar desta vez os sedãs compactos e os compactos premium para não dar confusão. Já explicamos que os tais compactos premium são uma forma relativamente recente de definir carros que não são nem compactos, com entre-eixos acima de 2,50 m, nem médios, já que seus entre-eixos ficam abaixo de 2,60 m (hoje, a medida mais frequente é 2,70 m). Mas, para não haver rolo, tá todo mundo no mesmo saco: se não chega a médio, é compacto.

Além dos sedãs médios, já falamos também de esportivos compactos, SUVs compactos, hatchbacks médios, compactos premium, dos carros com a melhor relação entre peso, potência e preço no geral e também das picapes médias.

A ideia, para quem não acompanha a série desde o princípio, é mostrar os modelos que cobram menos por carrocerias mais leves e motores mais potentes. Futuramente poderemos criar outra série levando em conta o torque, o zero a 100 km/h e vários outros dados, mas, no momento, vamos focar apenas nestes três elementos. Foi o critério que adotamos para todos os modelos à venda no Brasil.

Vale repassar o raciocínio por trás do levantamento, que durou uma semana inteira para ser tabulado (e que nunca termina): praticamente todas as marcas reajustaram seus preços, com as honrosas exceções de Honda, Lifan e Chery. A GM mexeu, mas mexeu para baixo, o que colocou seus modelos no páreo entre os dez primeiros colocados. De que adianta subir os preços se você não está vendendo, não é verdade?

Voltando ao levantamento, ele chegou aos 471 modelos e versões que mencionamos no início. São os mais leves e mais baratos de cada carro à venda no Brasil, com cada um dos motores e das carrocerias que eles oferecem. Com os dados de peso, potência e preço de cada um.

Consultamos engenheiros, economistas e contadores atrás da melhor fórmula que juntasse preço, potência e peso e a que eles nos sugeriram foi potência/peso/preço, ou, mais tecnicamente, (potência/peso)/preço. Eis a calculadora que criamos para esta conta:

Imaginamos como exemplo um carro de 200 cv, 1.500 kg e R$ 90.000. O resultado da divisão da potência pelo peso e disso pelo preço dá 14,81 x 10e-7, ou 0,000001481, mas preferimos a forma reduzida. Quanto maior é o número, melhor é o equilíbrio do carro entre os três fatores.

Experimente mudar a potência para 500 cv. Vai dar 37,04 (x 10e-7…). Ótimo! Experimente, agora, diminuir o peso para 900 kg. O resultado será 24,69, se os demais valores continuarem os iniciais. Por fim, diminua o preço para R$ 50.000. O índice pula para 26,67. Percebeu? Pode brincar à vontade com a calculadora acima. Inclusive para ver como se saem os carros que você anda considerando comprar.

Infelizmente o Brasil não tem muitos modelos compactos e esportivos. Os que existem não são nada acessíveis (como quase todos os carros não são), o que os torna ainda mais raros de ver. Nessa lista, a menor que fizemos até aqui, só conseguimos reunir 11 concorrentes. E os dez melhor, segundo os critérios desta série, foram os seguintes:

 

10º – Chevrolet Prisma LT 1.4 e Fiat Grand Siena Essence (21,24)

Novo-Fiat-Siena-Essence

Este é o primeiro caso neste levantamento em que temos um empate entre os primeiros colocados. Algo bem difícil de acontecer, considerando o espectro de notas, mas, enfim. foi o que sucedeu.

chevrolet-prisma-lt-2013-11

O Prisma não é exatamente potente, mas é leve. O Grand Siena tem o terceiro motor mais forte entre os dez líderes, mas é o setimo mais pesado. Em preço, os dois estão bem próximos. É o que explica eles dividirem a décima colocação.

 

8º – Lifan 530 (21,52)

Lifan-530

O Lifan segue a tradição dos chineses de se dar bem em segmentos de entrada, mas, neste caso, foi o preço o principal responsável por seu oitavo lugar. Ele fica em nono em potência, nono em peso e tem o terceiro melhor preço. A relação peso/potência de apenas 11,07 kg/cv não é das melhores, mas permite que ele não faça feio.

 

7º – Nissan Versa SV (22,03)

Nissan-New-Versa-SV

O Versa se destaca pelo motor, que tem 111 cv. Seu peso é apenas o sexto mais baixo da lista, enquanto seu preço é o sétimo mais baixo. Bateu com sua colocação nessa lista. Se custasse menos, poderia ter aproveitado melhor sua boa relação peso/potência.

 

6º – Chery Celer Sedan (22,53)

Chery-Celer-Sedan

Eis outro chinês. A exemplo do Lifan, ele se destaca pelo preço, o segundo menor da lista. Considerando que ele tem motor 1.5 e que o primeiro colocado é 1.0, isso já é digno de nota. Outra coisa é que o Celer Sedan só tem origem chinesa. Ele já é fabricado no Brasil, mais especificamente em Jacareí. Se fosse um pouco mais leve, teria ficado em colocação bem mais interessante. E ele é o mais pesado entre estes dez modelos, com 1.210 kg.

 

5º – Ford Ka+ SE 1.5 (23,13)

Ford Ka Plus SEL

Não encontramos fotos do Ka+ SE, apenas do SEL, mas, como a imagem é apenas para ilustrar a reportagem, fomos com essa mesmo. E o Ka+ ficou em quinto por uma razão simples: tem o quinto motor mais potente, o quinto peso mais baixo e é o sexto colocado em preço.

 

4º – VW Voyage Trendline 1.6 (23,68)

VW-Voyage-Trendline

O motor do Voyage, apesar de 1.6, é da família EA-111, ou seja, ainda tem a potência de 104 cv com etanol. É baixa para um carro tão leve (o segundo mais da lista). Seu preço, o quinto mais alto, também não o ajudou. Podia ter ficado muito mais bem colocado. Se trouxesse o 1.6 MSI, ou EA-211, e um preço mais camarada, tinha nadado de braçada por aqui.

 

3º – Hyundai HB20S Comfort Plus 1.6 (25,39)

Hyundai-HB20S-Comfort-Plus

O sedã compacto mais potente dessa lista é também o que tem a melhor relação peso/potência, de 7,9 kg/cv. O peso, de apenas 1.011 kg, ajuda muito, mas o preço, não. O HB20S é o terceiro mais caro. Se custasse menos, estaria pelo menos em segundo lugar. Aliás, ele estava, antes de a GM abaixar os preços de seus veículos.

 

2º – Chevrolet Classic (25,65)

Chevrolet Classic

Ele provavelmente não dura muito no mercado. O Celta, seu irmão mais novo, já partiu dessa para melhor. Mesmo assim, o Classic ainda é procurado por quem quer um modelo de manutenção barata. E que também custe pouco. O Classic é o sedã mais barato entre os dez primeiros colocados: custa apenas R$ 34.600. Também tem a pior relação peso/potência da lista, mas cobra pouco. Bem pouco, se comparado aos demais. E é o que acaba por colocá-lo bem nesta lista. Preço sempre terá aqui um peso mais alto. Como tem no seu bolso.

 

1º – JAC J3 Turin S (26,25)

JAC J3 Turin S

Não é só o preço baixo que coloca o JAC J3 Turin na primeira colocação. Até porque ele é o quarto mais barato, apenas. Também não é o peso, de 1.100 kg., o terceiro mais alto. É a potência de seu motor 1.5, que fica em 127 cv com etanol. A relação peso/potência é de 8,66 kg/cv. Não é a melhor da lista, mas é a segunda melhor, o que lhe dá uma justa vitória.

Para ver a posição de todos os compactos premium que entraram nesse ranking (as versões mais leves e mais baratas para cada motor oferecido na linha), confira a tabela abaixo: