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Car Culture Zero a 300

Os Shelby Mustang de 1.000 cv, um Dodge Charger restomod e o renascimento de um AMC Javelin no SEMA

Você não achou que o SEMA Show tivesse acabado nos Dodge, Chevy e Mustangs que vimos até agora, achou? Pois nesta quinta-feira (2) o evento continuou à toda e foi a vez da Shelby e dos Ringbrothers mostrarem suas criações em Las Vegas.

Começando pela Shelby, o espírito de seu fundador sobrevive nas mais recentes criações da preparadora, como mostra o Super Snake Wide Body Concept. O modelo ainda é um conceito, mas antecipa a série especial de 50 unidades que a Shelby irá construir em 2018. Ele ganhou um novo bodykit para acomodar a bitola 115 mm mais larga na traseira e 63,5 mm mais larga na dianteira. Parte disso se deve às novas rodas Weld de 20 polegadas, com 11 polegadas de largura na dianteira e 12,5 polegadas (!!) na traseira, calçadas em pneus Michelin Pilot Sport 305/30 e 345/30, respectivamente.

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Além dos para-lamas mais largos, a Shelby também criou um novo capô, uma nova asa traseira e um novo para-choques dianteiro. O motor 5.0 V8 ganhou o supercharger Ford Performance/Roush, escape Borla e um intercooler Shelby para produzir 750 cv. A dosagem de tudo isso será feita pelo novo câmbio automático de 10 marchas desenvolvido com a GM.

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Para controlar a agressividade do powertrain, além das rodas e pneus imensos, o Super Snake WB ganhou novos braços de controle Ford Performance na dianteira, semi-árvores de transmissão na traseira (também Ford Performance), freios Shelby/Brembo nas quatro rodas, com sistema de arrefecimento e prisioneiros reforçados para as rodas.

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O outro Mustang da Shelby é a nova edição do Shelby 1000, que foi lançado pela primeira vez em 2011, sendo uma das últimas criações de Carroll Shelby. Segundo o finado ícone, a potência de 1.000 cv foi escolhida porque “500 cv não rendem mais capas de revistas” e ainda hoje, mais de cinco anos depois, o carro continua chamando atenção primeiro por sua potência, depois por sua receita de preparação. O motor 5.0 do GT40 foi removido e substituído por um 5.2 de virabrequim cruzado montado com os cabeçotes do motor 5.2 do GT350 e um compressor Whipple (achou que fosse Roush, não é?) para chegar aos 1.000 cv.

Obviamente quando se dobra a potência de um carro você precisa também modificar todo o resto, por isso ele tem bitolas mais largas, semi-árvores reforçadas, cardã com maior número de estrias, freios Brembo com pinças de seis pistões e prisioneiros de roda reforçados. Também serão feitos apenas 50 exemplares do modelo.

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Depois temos os muscle cars dos Ringbrothers, primeiro um Dodge Charger que deixaria Dom Toretto com inveja e Frank Bullitt preocupado.

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Seu nome é Defector e tudo começa com um Hemi 6.4 construído pela Wegner Motorsports e que, milagrosamente, não tem um supercharger cravado no meio do V. A carroceria parece toda original, mas sob a pintura “Greener on the Other Side” (algo como “mais verde do outro lado”) o carro ganhou novas caixas de ar laterais e novos para-lamas traseiros para se adequar ao novo entre-eixos alongado em 75 mm. Isso também resultou no encurtamento do porta-malas em 50 mm.

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A suspensão traseira foi modificada por um sistema four-link, enquanto as rodas originais foram trocadas por modelos HRE de 19 polegadas com inspiração nas rodas de aço da época. Os freios são da Baer com pinças de seis pistões na dianteira, e o escape veio da Flowmaster.

No lado de dentro, o Defector manteve o aspecto original, embora com materiais mais refinados, como couro legítimo e madeira de verdade no console central. Os vidros das portas trocaram as máquinas de manivela por motores elétricos e o volante original foi substituído por um elegante Nardi com aro de madeira.

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A segunda criação dos Ringbrothers é um AMC Javelin AMX — a resposta da AMC ao Challenger, ao Camaro e ao Mustang na guerra dos pony cars. Como a AMC desapareceu nos anos 1980, ele é um tanto esquecido se comparado aos rivais, mas seu potencial é imenso, como mostra o Defiant, como foi batizado o projeto.

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Como a AMC acabou adquirida pela Chrysler, soa sensato instalar em seu cofre um motor Hellcat, não? Especialmente se você completar o V8 com  com um novo compressor Whipple de 4,5 litros, um sistema de combustível da Holley e um escape Flowmaster que resultam em nada menos do que 1.050 cv. O câmbio é automático, feito pela Bowler, e é conectado ao diferencia Chevy 12-bolt por meio de um cardã de fibra de carbono.

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Como o Charger Defector, o entre-eixos do carro foi aumentado em insanos 16,5 cm com o reposicionamento do eixo dianteiro ainda mais para a frente. Com isso, os para-lamas precisaram ser refeitos (com fibra de carbono), bem como toda a porção dianteira do carro (capô, para-choque, grade).

A suspensão é montada no subchassi Detroit Speed, que também suporta a nova caixa de direção (pinhão e cremalheira) novas barras estabilizadoras e os amortecedores RideTech. Na traseira outro subchassi apoia a suspensão four-link. As rodas são da HRE, de 20 polegadas, e os freios Baer com (adivinhe só…) pinças de seis pistões na dianteira.