FlatOut!
Image default
Top

Os trechos mais marcantes de todos os circuitos do automobilismo

Mesmo quem nunca foi a um autódromo — quanto mais a um autódromo famoso —, sabe apontar um circuito preferido e um trecho marcante. Pois foi justamente isso o que pedimos para nossos leitores, e agora temos a lista com algumas das curvas, retas e seções mais legais do automobilismo.

Eau Rouge — Spa-Francorchamps, Bélgica

eaurouge

Encabeçando a lista, o trecho mais famoso de Spa-Francorchamps: a curva mais alucinante do automobilismo, um S de alta velocidade que vem depois de uma bela descida. Graças à repentina variação de relevo (de repente, você está em uma subida), forças G verticais imensas atuam verticalmente sobre o carro e o piloto precisa contorná-la de pé embaixo quase sem curso de suspensão — que já está quase toda comprimida, o que torna incrivelmente fácil uma perda de controle. Como se não bastasse, ela termina em uma curva de direita quase cega — e o piloto ainda precisa carregar bastante velocidade por ela, porque depois vem uma reta. Você pode ler mais sobre os desafios de Eau Rouge neste post.

Corkscrew — Laguna Seca, EUA

The Corkscrew at Mazda Raceway Laguna Sega

Quem joga Gran Turismo lembra muito bem do “saca-rolha” de Laguna Seca: você se prepara para uma curva à direita em uma subida, com ponto de tangência encoberto pelo cume cego, seguido por uma repentina queda na elevação. É um desafio muito grande contorná-la com perfeição, e não é raro que em games e corridas amadoras os pilotos prefiram “pegar um atalho” pelos bancos de areia.

Túnel de Monaco

Todo o circuito de Mônaco é um dos mais emocionantes do automobilismo — um circuito de rua que alterna como poucos curvas extremamente técnicas e trechos de alta velocidade. Mas apesar de suas várias curvas icônicas, como o S da Piscina e o grampo do Fairmont Hotel, um dos trechos mais marcantes é o túnel — o ronco dos carros é amplificado, a velocidade é bem alta e as luzes dão um show à parte. Para completar, depois do circuito vem uma chicane que, tecnicamente, é o único ponto de ultrapassagem do circuito.

Caracciola Karussel (ou simplesmente “O Carrossel”) — Nürburgring Nordschleife, Alemanha

circuitos (2)

O Karussel é uma das curvas mais lentas de Nürburgring, mas é também uma das mais icônicas. É uma das duas curvas inclinadas do circuito e, no lado de fora, é pavimentada em concreto. Trata-se de um longo grampo, extremamente desgastante para os pilotos que precisam segurar com força o carro, e também fornece um belo espetáculo visual — tanto que é um dos locais favoritos dos fotógrafos de automobilismo, graças à baixa velocidade dos carros e à variação de ângulo provocada pelo desenho da curva.

S do Senna — Interlagos

circuitos (9)

Em 1989 a Fórmula 1 voltava para Interlagos depois de um jejum de nove anos, em que o GP do Brasil foi disputado no Rio de Janeiro, no extinto autódromo de Jacarepaguá. Contudo, para que isso pudesse ocorrer, o traçado passou por uma série de reformas para se adequar aos carros mais rápidos e às crescentes exigências de segurança, e também por uma repaginação na infraestrutura, com novos boxes e arquibancadas. Seguindo sugestões de Ayrton Senna, o circuito foi encurtado e recebeu um S para ligar as duas retas do novo traçado.

130R — Suzuka, Japão

A curva 130R é a assinatura do circuito de Suzuka, projetado como pista de testes da Honda. Ela recebeu este nome por causa de seu raio de 130 metros, e pode ser contornada de pé embaixo a mais de 300 km/h na Fórmula 1. Ela é a curva que mais exerce forças — até 4 G. Depois de um acidente grave em 2002, com o piloto Allan McNish (que escapou praticamente ileso), a curva foi modificada para ter dois pontos de tangência, o que em tese a tornaria mais segura. Contudo, em 2003, o piloto de MotoGP Daijiro Kato sofreu um acidente na 130R e morreu — o que significa que, mesmo depois das mudanças, 130R continua sendo extremamente perigosa.

Curva 8 — Istambul, Turquia

circuitos (5)

O Circuito de Istambul, inaugurado em 2005, é um dos únicos projetados por Hermann Tilke que não têm o estigma de ser extremamente entediante. Parte disto se deve à curva 8, com quatro pontos de tangência, que é costuma ser comparada à 130R por ser contornada em alta velocidade, exercendo muita força de aceleração lateral sobre o carro e o piloto.

“Os Esses” — Road Atlanta, EUA

circuitos (6)

Entre as curvas três e cinco do circuito de Road Atlanta ficam os famosos “Esses” — uma combinação de três curvas com aclives e declives que permitem uma trajetória quase reta e muito rápida, porém com uma boa dose de técnica necessária. Também dá para ver boa parte do traçado enquanto se percorre os esses, o que pode te ajudar a entender o circuito como um todo e estudar melhor seus tempos de volta. É uma das pistas favoritas dos jogadores na série Forza Motorsport.

Mount Panorama, Austrália

circuitos (7)

É difícil escolher um trecho marcante em Mount Panorama, também conhecida como Bathurst — todos os leitores que citaram o circuito australiano onde ocorrem as provas da V8 Supercars disseram que “todo o circuito” é marcante. De fato, Mount Panorama é um traçado longo (mais de 6 km), bastante técnico e, na contramão dos circuitos modernos, com uma grande variação entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo (174 metros de diferença). Se for para escolher uma parte, que seja o trecho no topo da montanha, especialmente estreito e muito rápido, cercado por muros. Qualquer erro pode ter consequências desastrosas.

Reta Mulsanne — Circuit de La Sarthe, França

O palco das 24 Horas de Le Mans é um circuito de rua com 13 km de extensão cujo trecho mais marcante é, sem dúvida, a reta Mulsanne, onde o Porsche 917 alcançou mais de 380 km/h na década de 60, e os protótipos do Grupo C já passaram de 400 km/h nos anos 80. Até 1990, era uma reta de 6 km ininterruptos. Porém, preocupada com a segurança dos pilotos, a FIA decidiu que não sancionaria um circuito que tivesse uma reta de mais de 2 km de duração. Por isso, naquele nao foram adicionadas duas chicanes ao circuito. Contudo, os carros foram ficando cada vez mais rápido, e hoje a média de velocidade do circuito é de 247 km/h — bem próxima dos 251 km/h que o Porsche 917 estabeleceu como recorde em seus anos de ouro.