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Pagani Huayra BC: 800 cv e uma overdose de fibra de carbono

Faz pouco tempo que contamos a história do Pagani Zonda e de seu criador, Horacio Pagani. E, se você leu, deve lembrar que uma das características mais marcantes é a quantidade de edições especiais que o Zonda teve desde sua estreia, em 1999, ao fim de sua produção em 2011. Na verdade, mesmo depois que o sucessor Huayra foi lançado, em 2012, o Zonda continuou ganhando edições especiais.

Só que agora é a vez do Huayra. Quer dizer, sendo 100% honestos, o Huayra já teve algumas versões exclusivas, como o one-off 730S que foi encomendado pelo mexicano Alejandro Salomon, o Salomondrin (aquele cara que colocou cinco hipercarros, incluindo seu Huayra, para brigar na pista). No entanto, nenhuma delas adicionou mais potência aos 730 cv do V12 biturbo de seis litros fornecido pela AMG.

Ou seja: estamos diante de uma grande estreia. O Pagani Huayra BC foi apresentado ontem à noite (18) e traz, como principal novidade, os 800 cv de seu motor retrabalhado. Será que agora dá para encher o peito e dizer que o Huayra é um hipercarro? Vejamos…

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A Pagani não detalha as modificações que fez no motor, mas a gente sabe os números. Se o V12 6.0 biturbo do Huayra “comum” entrega 730 cv 5.800 rpm e 102 mkgf de torque a 2.250 rpm, o BC tem 800 cv e 112,1 mkgf de torque — as rotações não foram divulgadas.

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A transmissão de dupla embreagem e sete marchas, por outro lado, é totalmente nova. Fabricada pela XTrac (a mesma que fornece o câmbio dos carros do WRC), a caixa promete cortar os tempos de troca pela metade, de 150 milissegundos para 75 milissegundos, e ainda pesa 40% a menos que a anterior.

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Falando em redução de peso, o Huayra BC capricha neste departamento: são 132 kg a menos que o modelo “standard” — que, para um superesportivo, já é bem leve com seus 1.350 kg. Ou seja, o Huayra BC pesa 1.218 kg. E, embora a Pagani tenha sido econômica nas informações sobre o motor, há alguns detalhes bacanas sobre os componentes responsáveis pela dieta bem sucedida.

Pagani Huayra BC3

Primeiro, o belíssimo sistema de escape de titânio, que pesa apenas 2,9 kg — 7,1 kg a menos que o original. Os freios Brembo, projetados especificamente para o Huayra BC, são 6% mais leves; e as rodas forjadas APP economizam outros 9 kg. Os componentes da suspensão, como amortecedores e braços triangulares, são feitos de Avional, uma liga de alumínio especial usada em aviões, e são 25% mais leves. Por fim, toda a fibra de carbono usada pelo Huayra BC é especial — Horacio Pagani não revela seu nome, mas diz que é 50% mais leve e 20% mais resistente que a fibra de carbono convencional.

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E o material também aparece no interior, com diversos detalhes de acabamento (como nos pedais) em fibra de carbono fosca com elementos em preto brilhante. Com couro vermelho, Alcantara perfurada e aquela pornográfica (podemos usar esta palavra aqui?) alavanca de câmbio com mecanismo exposto, o interior é uma das coisas mais bonitas — ainda que não no sentido tradicional da palavra — no carro.

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Quer dizer, o lado de fora também chama a atenção, mas é pela complexidade dos novos elementos aerodinâmicos. A carroceria do Huayra teve todos os painéis modificados com exceção do teto, e tudo foi desenvolvido em parceria com a Dallara, que fornece os chassis para Fórmula Indy — ou seja, é forma sobre função. No entanto, um resultado impossível de tirar os olhos.

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O enorme splitter frontal é novo, bem como as “canaletas” nas laterais dos para-choques e as saias laterais, além do difusor e da enorme asa na traseira. Mais uma vez, faltaram informações mais específicas sobre o aumento no downforce, mas podemos ter certeza de que estamos diante de um carro que “gruda” no chão com muito mais firmeza em alta velocidade.

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E isto é tudo o que sabemos a respeito do novo Huayra, ao menos até agora. Ah, mais dois detalhes: a fabricante italiana já disse que serão 20 unidades, e que o “BC” no nome do carro são as iniciais de Benny Caiola — grande amigo de Horacio Pagani e seu primeiro cliente. No mais, é provavel que surjam mais detalhes até o Salão de Genebra, que acontecerá em meados de março.

Diz aí: o que você achou do Pagani Huayra BC?

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