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Project Cars Project Cars #236

Peugeot 205 1.6 16v “NSR”: relembre a história do Project Cars #236

Estamos de volta com mais um Best of Project Cars, desta vez com um delicioso croissant sobre rodas, o Peugeot 205 1.6 16v do leitor Eurípedes Marley — praticamente um 205 GTi feito na garagem de casa.

 

O início

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A história deste 205 começa quando Eurípedes decidiu que não poderia continuar usando seu 306 diariamente e foi atrás de outro carro para substituí-lo. Na procura encontrou um 207 1997 verde, com apenas 93.000 km rodados e… a 600 km de distância de sua casa. Foi aí que o “problema” começou. Não por causa da distância ou pela idade do carro, mas porque Eurípedes voltou para casa dirigindo o 205 e gostou tanto da dinâmica e se divertiu tanto ao volante do francês que ao chegar em casa pensou: “Vou ter que encontrar outro daily driver“. Mesmo assim, na frente da família e dos amigos ele jurou que iria manter o carro original. E você sabe o que isso significa em 99% das vezes, não é?

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A empolgação era tanta que logo ao chegar em casa Eurípedes começou a fazer uma revisão geral no carro atrás de eventuais defeitos e reparos necessários, uma higienização no interior e um trato no visual. Com tudo pronto, foi só lavar e começar a usar.

 

Os primeiros upgrades

Como previsto, Eurípedes começou a usar o carro diariamente. A ideia era simples: é um carro com bom desempenho, econômico, equipado com ar-condicionado e nem um pouco visado por ladrões de carro. Como bom gearhead, Eurípedes começou a dar um trato no visual do carro: primeiro instalou os faróis de neblina amarelos, no padrão típico da Peugeot (e dos carros franceses em geral) e repintou as rodas brancas com a cor Chrome Shadow, também um padrão da PSA. Como ele mesmo diz, foi aí que a coisa começou a perder o rumo.

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Um dia, voltando para casa o carro morreu no meio de uma grande avenida da cidade. Após tentativas insistentes de fazer o motor ligar, o carro finalmente pegou, andou um quilômetro e parou. Procedimento repetido, mais um quilômetro e parou de novo. E assim sucessivamente ao longo de cinco quilômetros. Ao verificar o que aconteceu, Euripedes encontrou “um strogonoff” sob a tampa da admissão. A junta do motor 1.4 fora para o espaço. Logo agora que ele pensava em um upgrade turbo para o Peugeot.

 

O swap de motor

Normalmente o reparo do motor envolveria a desmontagem, limpeza, substituição das peças comprometidas e a remontagem. Normalmente é nessa hora que aparecem aqueles amigos com ideias mirabolantes, como por exemplo, instalar um motor 1.6 16v mais moderno no lugar do 1.4 original. Não tão normalmente, esse amigo por acaso tinha um motor 1.6 16v TU5JP4, retirado de um Citroën Xsara 2002. Também por acaso os amigos tinham as ferramentas necessárias para fazer o swap todo por conta própria. Todas mesmo.

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O swap usaria o câmbio do 1.6, e não incluiria modificações de performance para não comprometer a confiabilidade no uso diário. Apenas o coletor de escape foi modificado por um modelo 4×1. A injeção também seria original, bem como chicotes, sensores e o máximo possível de itens originais para manter a simplicidade e o custo baixo. Para ajudar, o motor estava em perfeito estado, bastando apenas uma boa limpeza antes da remontagem e instalação.

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Mas você sabe, um swap de motor nunca é fácil. Por mais que digam que tudo é plug and play, sempre tem algo que você pluga e não play, ou pior, sequer pluga.

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O bicho pegou no chicote elétrico do motor, no suporte superior do motor e em alguns acessórios dos periféricos devido às diferenças de um cofre para outro. Felizmente tudo foi contornado com um pouco de inspiração e muita transpiração e logo o carro já estava pronto para sua primeira partida.

 

Mais upgrades

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Com o motor pronto, Eurípedes partiu para outros upgrades. Nada de potência, lembre-se. O negócio foi mais sutil: novos freios vindos do 306 GTI, com discos maiores, e rodas de aço estampado Fumagali no lugar das Peugeot Laser, mais pesadas.

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Depois veio um toque de personalização ao interior: um volante original do Peugeot 205 GTI e o quadro de instrumentos do Citroën BX. Em seguida veio o escape novo, feito de inox com canos de duas polegadas, o que ajudará na respiração do motor quando Eurípedes decidir dar um tapa na admissão do carro.

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Por último, o 205 ganhou um jogo de amortecedores Bilstein e molas originais PSA, porém mais curtas.

 

Um último problema

O tal suporte superior do motor acabou forçando uma posição diferente do conjunto motor-câmbio. Como resultado, uma das semi-árvores acabou reposicionada e, com o tempo, foi para o espaço. Diante disso Eurípedes precisou reposicionar o motor para reposicionar as semi-árvores da forma correta. Bastou encontrar o suporte correto e o problema foi resolvido.

 

Os últimos upgrades

Um dos pontos fracos do Peugeot 205 é sua estrutura pouco rígida. A solução foi “travar” o bichinho com uma barra frontal para unir as longarinas e uma outra barra de amarração ligando as torres dos amortecedores dianteiros. Tudo foi feito à mão sob medida. Depois ele ainda comprou um spoiler traseiro, algo que ajuda a reduzir o arrasto, permitindo uma velocidade final mais elevada, e um jogo de arcos de para-lamas.

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Para coroar o projeto Eurípedes ainda encontrou um jogo de rodas Speedline originais do 205 GTI dando sopa no Mercado Livre. Não pensou muito antes de arrematá-las. Bastou um banho de tinta et voilà: estavam prontas para completar o visual do carro.

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No final, o carro ficou com um visual quase GTI e com a mesma potência do GTI original dos anos 1980, com o motor 1.6 XU5JA, de 115 cv.   Nada mau para aquele carro que queria ser apenas um daily driver diferente, barato e eficiente, não é mesmo?