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Project Cars #71

Peugeot 306 Phase III Rallye: a montagem, instalação e acerto do novo motor do Project Cars #71

Bom pessoal, estamos aqui novamente para contar mais sobre o projeto do meu filho. Agora vamos entrar finalmente na parte mais técnica, mostrar o que realmente rolou durante o swap e as mágicas do seu Jadir! Espero que curtam, comentem, opinem, perguntem e, principalmente, se empolguem para tirar do papel aquele projeto escondido e há tanto guardado, assim como eu acabei fazendo!

 

O cabeçote, lembram?

Pois é, nesse meio entre as idas e vindas antes de ir oficialmente pra JJ, seu Jadir já estava trabalhando no cabeçote na oficina para cumprir o prazo que combinamos e também para conhecer melhor o problema que ele iria arrumar em poucos dias.

Mas felizmente o trabalho rendeu e ele conseguiu terminar bem rápido. Quando fui lá ver o resultado tive a certeza que foi a escolha certa: olhem como ficou a câmara que tinha sido sabugada (que eu comentei no post anterior):

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E esse abaixo é o trato feito nos dutos. Tudo medido e conferido para não ter diferenças nas paredes e no fluxo. Coisa linda!

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Como haviam duas válvulas diferentes (por conta da porrada provavelmente o antigo dono colocou qualquer uma só pra rodar), o seu Jaja fez um jogo de válvulas sob medida para a necessidade do cabeçote. O resultado foi esse:

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Finalmente, a montagem!

Com o cabeçote pronto e demais periféricos em mãos, hora de começar a montar, porque àquela altura eu já estava mordendo a ponta da mesa de tão ansioso.

Nesse ponto eu já era praticamente funcionário da JJ. Todo sábado cedo batia cartão lá para ver a evolução e ajudar no que eu podia (no fim não ajudei em nada, mas sem dúvida aprendi muita coisa).

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Foi tudo medido, ponto a ponto, o motor foi pré montado para fazer o balanceamento completo do conjunto, evitando trepidações desnecessárias e com tudo isso feito o motor começou a ser fechado.

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O trabalho de fluxo no virabrequim foi uma preocupação extrema minha, para evitar o pesadelo que tive com o motor antigo, então seu Jájá deu atenção nisso para garantir que ficasse 100%

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O trabalho no bloco também foi de fino trato. Tudo foi medido e a retífica foi feita detalhadamente para evitar problemas pequenos. No bloco anterior há um chanfro pequeno na parte superior. Esse chanfro deixa um pequeno espaço entre a junta que gera um turbilhonamento durante a combustão. Isso pode que elevar muito a temperatura e acabar comprometendo a junta. Isso, claro, considerando o meu setup – aspirado, pistão, bloco, taxa etc.

 

Começando a tomar forma

Em pouco tempo o motor foi fechado e avaliado por completo novamente pra assegurar que estava tudo OK. Nesse ponto a coisa começou a atrasar um pouco, novamente por conta de peças faltantes, como:

– suporte de acessórios – alternador, compressor, bomba de DH. Já que para o 1.8 é bem diferente, mas foi resolvido sem muitos problemas;

– tubulação pro radiador de óleo – consegui em Sampa na Belquip graças à ajuda de um brother!

– acionamento da embreagem – isso foi treta! Todo mundo dizia: “Ah relaxa isso é tranquilo!” e eu sabia que ia dar m*%$#. No fim eu estava certo! O acionamento no 1.8 puxa a haste em direção do motorista (o garfo empurra o rolamento contra o platô) e no 2.0 ele empurra em direção à frente do carro (nesse caso o rolamento é acoplado no platô).

Ou seja, me ferrei na hora de montar um câmbio de 1.8 com volante, embreagem e platô de 2.0. O jeito foi estudar o sistema e adaptar, coloquei um garfo de 2.0, fizemos uma adaptação para o suporte do cabo (como ele empurra, a ponta é fixa nesse suporte) e comprei o cabo do 2.0. Felizmente deu tudo certo!

Essas brincadeiras atrasaram o projeto em praticamente um mês e meio — desde a busca pelas peças, até a compra e o recebimento, mas no fim deu certo. Àquela altura ele estava assim, aguardando para entrar no cofre:

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Já montou? E agora? Falta muito?

Como vocês devem imaginar, nesse ponto do projeto eu estava pior que mulher com TPM.  Certo dia fui a uma reunião com um cliente em Itajaí (SC) e na saída passei reto e fui até Floripa só pra ver o andamento! É, eu sei, é muita doença.

A montagem do motor no cofre foi Mumu com Fanta uva (pra mim, que estava há 170km de distância né, Jadir?). Mas falando sério: não houve problemas mecânicos nessa parte do projeto.

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Depois de tudo em cima e montado, mecanicamente falando, vem a parte que mais me apavora sempre, a elétrica! A PSA tem alguns problemas sérios com o entendimento da palavra: “padrão”. Quem tem PSA e fuça sabe do que eu estou falando.

Bom, o fato é que encontrei uns três tipos de esquemas elétricos do meu carro e nenhum deles batia totalmente com o que existia fisicamente —  lembrem-se que eu ainda tinha uma vantagem grande, a Fueltech. Mesmo assim foi um trabalhão para achar tudo e conseguir fazer o chicote ficar 100%.

 

Ligooooou!

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Depois de sete longos meses (de projeto) e nove meses com o carro parado, em uma bela quinta-feira estava eu na labuta quando o telefone toca. Eis o que se seguiu:

Eu – Pronto!

Jadir – F#@$ aqui cara, más noticias…

Eu – Fala logo antes que eu morra aqui!

Jadir – O bichinho roncou, e roncou bonito!

Nessa hora a gente se solta né? Rodei a baiana no meio do pátio da empresa.

Foto12

Enfim, o carro ligou e já com saúde, ligou ventoinha, Fueltech mostrou tudo o que tinha que mostrar, painel funcionando, câmbio ok etc.

Na sexta-feira ele iria pro dinamômetro para acerto fino e medição. Nessa ponto perguntei ao Jadir: “faríamos um mapa com a mistura um pouco mais rica para eu rodar até amaciar e depois um novo mapa mais agressivo, ou já vamos fazer com a faca nos dentes?”

A resposta dele foi exatamente essa: “Nãããããão, o mapa já vai ser pra descer o fumo! Não tem essa de amaciar mais, isso é do tempo que eu retificava motor na lima! Do jeito que eu montei, já é pra rodar bem e com saúde!”

Dei risada, mas aquela risada contida, com medo. Brincadeira! Confio na palavra dele.

E como prometido, lá foi o carro para o dino na sexta-feira. Ele veio bem forte, mas descobrimos um problema que afetaria o acerto. A Fueltech veio com um probleminha, ela não estava acionando o motor de passo, então o acerto foi feito provisoriamente pelo sensor de posição da borboleta até a correção desse problema no módulo. Depois o acerto será feito pelo sensor de pressão no coletor (MAP)

Ainda tem bastante chão até a conclusão do projeto. Mas já tenho os feedbacks da preparação até o momento, que será o papo do próximo post. Abraços!

Por Eurípedes Marley, Project Cars #71

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