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Project Cars #395

Project Bikes #395: a transformação de uma velha Honda Turuna em uma nova Café Racer

E aí, pessoal do Flatout! Me chamo Leonardo Spagnol, tenho 20 anos e sou de Tapejara, uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul. Sou acadêmico do curso de Engenharia de Produção na Universidade de Passo Fundo, cidade próxima daqui!

Minha paixão por carros, motos começou cedo, desde criança podemos dizer pois sempre fui aficionado por qualquer coisa que possua rodas. A paixão foi aumentando com as coleções de carros da hot wheels, onde possuo até hoje, assim como as miniaturas de motos de corrida.

Meu “primeiro projeto” foi esse mero Fusquinha de brinquedo, há muitos anos atrás. O mini projeto em si não foi nada de mais, apenas uma pintura simples, fita isolante para imitar película e nada mais, o Fusquinha não tem portas nem nada, mas tenho ele comigo até hoje!

fusca

O tempo foi passando e a vontade de criar algo único foi aumentando junto, lá por meados de 2009 , peguei minha primeira bicicleta que estava jogada num canto, e com a ajuda do pessoal aqui da empresa, criamos uma bike muito louca: “Guidão Seca-suvaco”, banco recuado e um suporte com rodinhas de skate, e saía empinando por aí bem feliz, a magrelinha chamava atenção por onde passava, hoje ela está guardada em um depósito, pneus furados, rodas tortas, mas cada vez que a vejo bate a nostalgia, infelizmente não tenho fotos dela, uma pena. No ano de 2012, quando ainda tinha 15 anos, a paixão por automobilismo aumentou drasticamente, foi o ano que eu projetei esse simulador!

Comprei um Kit Logitech G27, fiz os desenhos do cockpit, arrumei um banco no ferro velho e mandei por um estofado novo, enfim, depois de alguns dias, estava pronto o meu mais novo hobby! Foram noites e noites jogando com uma galera que conheci, muitos deles pilotos reais como Rubens Barrichello, Vitor Genz, Felipe Lapenna, Marcos Gomes, Beto Monteiro, enfim, uma infinidade de gente profissa no assunto.

simulador

No ano de 2014 comecei a faculdade, foi também o ano em que ganhei o primeiro carro, um BlackGol, edição limitada do Gol G5. Como estudo a noite, o simulador acabou ficando encostado no meu quarto, onde raramente tenho jogado. Mas, foi no ano de 2015 que começou o projeto que dá origem a esse Project Bike. Lembro que comecei a seguir algumas páginas relacionadas as Cafe Racers, e a vontade de me aventurar no mundo das duas rodas foi tomando conta, lembro que estava louco pelas baixas cilindradas, especialmente as da Honda.

Certo dia, estava com alguns amigos e descobri que um deles estava com uma CG bolinha 1982, dei uma volta e aí a vontade de ter uma tomou conta de vez. A minha vontade era achar uma Turuna, devido duas coisas principais, o Tanque, e o motor OHC. A Turuna em si é uma moto atualmente rara, difícil de achar por aí, mas estava convicto que era uma dessas que eu queria. Certo dia, numa segunda-feira à tarde, estava com minha namorada e olhando um grupo voltado as ditas Cafe Racers, onde na época o grupo tinha em torno de 15.000 pessoas participando, e do nada vejo um cara colocando uma Turuna 1982 a venda, vejo os comentários e descubro que esse cara era aqui da minha cidade, sim, uma cidade de 23 mil habitantes, e um cara no meio de 15.000 membros espalhados pelo Brasil, publica que tinha uma Turuna.

No mesmo instante comentei com a minha namorada e mostrei a ela — não poderia deixar passar a oportunidade, mandei mensagem ao cara e começamos a negociar. Dali uns dias, fui ver a moto, estava bem judiada, tinha muita coisa para fazer, foram dias negociando um valor, tinha até desistido do negócio, porém depois de uns dias resolvi dar o último lance, e deu certo!

Só que tinha um porém: o documento. O cara tinha apenas o recibo em branco, do ano de 1999, e apenas o nome do antigo dono e algumas informações de que ele morava em uma cidade próxima, no interior do interior, enfim, não conhecia quem era, não sabia onde morava, não tinha número de telefone nem nada, as únicas coisas que tinha era o recibo e uma procuração em meu nome. Foi aí que resolvi fazer uma busca no Facebook em pessoas com o mesmo sobrenome e da mesma cidade, mandei uma mensagem a um rapaz pedindo se conhecia esse senhor, por muita sorte, era o tio dele, e ele me passou o número do telefone!

No mesmo minuto liguei explicando a situação e tentando fechar uma data para nos encontrarmos para pegar a assinatura dele. No dia seguinte, eu e meu amigo da CG 82 (Abraço Bruno), largamos em direção a essa cidade vizinha, alguns quilômetros de estrada de chão e achamos o senhor, fomos ao cartório e pegamos a assinatura. Depois dali foi um alívio, voltamos para casa mais tranquilos.

No dia seguinte, uma sexta-feira, fui buscar a moto, ela não estava andando, carreguei encima da camionete e trouxe para casa, assim estava quando chegou em casa:

turuna_como_era

Foi aí que tudo começou, mais aliviado por ter conseguido realizar parte de um sonho. Então era hora de definir o projeto, na verdade como eu já havia há alguns meses acompanhando e curtindo as tais Cafe Racers, já tinha muitas ideias na cabeça e sempre que surgia algo novo eu passava para o papel. Porém eu queria algo único, não queria apenas uma Cafe Racer, como eu gostava muito das “Brat styles”, resolvi juntar as duas culturas em um mesmo projeto, como semiguidões para dar um ar mais racer mas mantendo o banco clássico das Brats. Minhas inspirações foram geralmente motos gringas, principalmente as CB750F, a famosa sete galo, devido ter diversos projetos bacanas com ela. Minha maior inspiração foi essa maravilhosa CB feita pela Steel Bent Customs, da Flórida, vale a pena dar uma olhada no trabalho dos caras, tem muitos projetos legais.

turuna_como_ficou

Foi a partir das fotos dessa bela moto que eu rabiscava por cima no Photoshop, mudando algumas coisas aqui e outras ali. Para chegar a um resultado parecido, tinha muita coisa há se fazer, foi naquela mesma sexta-feira a noite que eu já comecei a desmontar toda ela, no dia seguinte ela já estava assim:

turuna_desmontada

Depois disso foi começar a produção das peças modificadas, tais como os semiguidões, pedaleiras recuadas, suporte para farol e bateria, banco e mais uma infinidade de coisas que detalharei nos próximos capítulos.

Abraços e até a próxima.

Por Leonardo Spagnol, Project Cars #395

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