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Project Cars Project Cars #103

Project Cars #103 – o desenvolvimento do sistema de freios do Baja SAE Velociraptor

Olá galera do FlatOut! Depois de apresentar nosso projeto e detalhar suspensão e direção, neste terceiro post veremos mais conteúdo técnico e teórico sobre os sistemas de freio do Baja Velociraptor. Vamos nessa?

 

Sistema de freios

Os freios, como todos nós sabemos, são de grande importância para qualquer veículo, e por isso não seria diferente para um baja (afinal de contas uma hora é preciso parar, né?). Para isso foi decidida a utilização de freios a disco tanto no projeto anterior como neste de 2014 por diversos fatores, entre eles, o fato de ser um sistema confiável, compacto, de fácil manutenção e dimensionamento. Além disso, se comparado ao freio a tambor, o freio a disco possui uma maior progressividade (permitindo uma frenagem mais “enérgica”, porém mais suave), maior refrigeração e resistência ao fading.

Assim, no projeto de 2012 utilizávamos um sistema formado por 3 pinças de freio, cilindro mestre, discos e linhas rígidas e flexíveis. Como pode-se reparar não foi citado a utilização de um servofreio (hidrovácuo) como auxílio no acionamento do freio, visto que o veículo é de pequeno porte, (além de que seria inviável colocar um trambolho desse no baja) não comprometendo a frenagem.

Anexo2

Sistema de freio – projeto 2012

 

Freio dianteiro

No sistema dianteiro, o projeto de 2012 utilizava duas pinças (dois êmbolos cada) da conhecida Honda Twister, fixadas no montante de cada roda. Além de ser uma pinça confiável e utilizada por diversas equipes, ela é relativamente barata se comparada a outros modelos além de possuir uma manutenção bem simples.

Porém, apesar de a transferência de carga no momento da frenagem ser para dianteira, o veículo como já foi dito, possui uma massa relativamente pequena (cerca de 180 kg) e a utilização de duas pinças somando quatro êmbolos ao todo, era superdimensionada. Então optamos (depois de algumas avaliações) pela utilização da pinça de freio da Suzuki Burgman. Mas por quê? Pois esta apesar de possuir o êmbolo cerca de 5 mm maior que a da Twister, possui apenas um êmbolo, ganhando assim um sistema mais refinado, compacto e com uma redução de massa considerável.

A esquerda a pinça da Twister e a direita a pinça da Suzuki que será utilizada 

 

Freio Traseiro

Como foi dito anteriormente, no projeto de 2012 eram utilizadas três pinças de freio, certo? Com duas pinças na dianteira, sobra apenas uma para traseira então? Pode isso, Arnaldo? Pode sim. O fato é que o carro é blocado o que nos permite colocar apenas uma pinça de freio na saída do redutor, entre a flange e a homocinética. Assim a construção e projeto do sistema se tornam mais simples e compacto, além de tornar o sistema mais “protegido” de meios externos. Bom pelo menos era pra ser…

Anexo4

Sistema traseiro 2012: Redutor, flange, disco de freio, homocinética e semi-eixo.

Anexo5

Disco de freio: notem que ele está um “pouquinho” empenado

O fato é que o disco de freio traseiro, no último projeto, havia ficado na mesma altura do chão que o redutor. Assim na ultima competição regional, por conta de um obstáculo (um tronco ou pedra, não sabemos ao certo), o disco de freio acabou empenando no enduro (entortou mesmo). Como ninguém percebeu na hora (nem mesmo o piloto), continuamos por correr deste modo. Consequência: o disco empenado acabou arrancando uma das pastilhas de freio, e ao ser acionado, o êmbolo comprimia a pastilha que havia restado no disco e o mesmo…. bom, acabou “calçando” no próprio corpo da pinça. O resultado foi esse:

Anexo6 Anexo7

Reparem na parte superior esquerda como o disco “usinou” o corpo da pinça

Além disso, depois de muitos testes em campo, constatou-se que ao contrário do sistema dianteiro, o traseiro estava sobrecarregado. A única pinça que ali trabalhava quando em uso intenso acabava destruindo as pastilhas em menos de 1 hora, e ainda, o desgaste do disco traseiro era bem maior que o dianteiro. Resolvemos então, para o projeto de 2014, utilizar a mesma pinça de freio que será utilizada na dianteira (Burgman), porém duas delas. O disposição será a mesma, mantendo-as na saída do redutor.

 

Discos de freio

Os discos de freio são projetados e dimensionados de acordo com nosso projeto. São fabricados por corte a laser em chapas de aço SAE 1020 com 4,76mm de espessura. Deste modo, neste novo projeto, teremos discos dianteiros com 160mm de diâmetro e traseiros com 152mm.

Anexo8

Novos discos de freio cortados a laser, traseiro e dianteiro respectivamente.

Desta vez deixamos os discos traseiros com uma distância maior do chão se comparado ao redutor, evitando que haja outro problema de empenamento caso tenha um osbstáculo a frente (resumindo se bater em alguma coisa vai ser no redutor e não no disco).

Anexo9

Sistema traseiro 2014: Redutor, flange, disco de freio, homocinética

No próximo post, iremos mostrar o sistema de transmissão e os primeiros testes do Baja Velociraptor. Até mais!

Anexo10

Por Matheus Rizzieri, Project Cars #103

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