Fala, amigos do FlatOut! Demorei a escrever de novo, pois tive alguns imprevistos na restauração. O carro ainda não está ligando conforme prometi, mas está quase lá.
Nesse meio tempo, minha opção de cambio econômico foi por água abaixo. Fui revisar o câmbio de três marchas da Dodge que eu tinha e vi que precisaria de algumas reformas que não compensavam para mim no momento. Mais uma lição aprendida: antes de mandar uma peça para o mecânico, revise-a primeiro. Por isso tive que comprar um câmbio de quatro marchas de Opala, o famoso clec-clec, no Mercado Livre e enviar para meu restaurador, assim como uma nova embreagem, já que a estria do câmbio do Opala é fina, e a do Dodge é mais larga.
Meu diferencial, que arrumei um de Maverick V8 adaptado para o Opala (Dana 44 – relação 3,07:1) está em meia vida. Como o carro está saindo como se fosse zero-quilômetro, não achei justo usar uma peça que no futuro teria que mexer. Fui atrás de um Dana 30 original, também de 3,07:1, e com sorte achei rapidamente uma unidade em excelente estado. Arrematei.
Meu escapamento de inox também está finalizando, assim como o interior.
Tive contratempo também com o parabrisa. O que veio, ficou 15mm mais alto, o que atrapalhou na montagem e necessitou ser refeito novamente. Por fim, está sofrido adaptar o motorzão 4.8 no cofre do carro devido à diferença de posição do suporte do motor, mas acredito que em breve já estarei com o motor instalado. Seguem algumas fotos da última visita, com detalhes do interior:
Cofre do motor pronto
Interior e painel praticamente pronto
Bancos traseiros que na verdade não cabe ninguém…
Vista da traseira
Acabamentos da porta e do painel
Como não tenho muitas novidades neste post, decidi também falar sobre o Santa Matilde em si. Ter um carro nacional de produção exclusiva é algo muito legal. Muitas pessoas nem sabem que carro é esse, já que ao todo fizeram apenas 937 unidades. Graças ao esforço de alguns, conseguimos juntar vários proprietários ao redor do Brasil inteiro num grupo de Whatsapp que tentam manter o legado deste carro nacional que por muitos, foi o melhor já feito até hoje. Já somos 50, entre proprietários e fãs. Nós mantemos uma busca incessante para rastrear os 937 carros, saber onde estão e identificar eles na página do cadastro nacional, onde já temos 370 carros identificados — quase 40% da produção. Caso alguém aí conheça um proprietário de Santa Matilde, por favor, peça para entrar em contato conosco.
Neste grupo conheci pessoas que tem SM há 30 anos, outros que já tiveram e venderam mas ainda são apaixonados . Posso dizer que me deram um “gás” para a conclusão do meu carro, após o apoio de todos, troca de informações e inveja de ver várias SM lindas rodando por aí. Tem pessoas que nem eu que estão ralando pra ter a sua rodando, outras que tem cinco, mas em comum um senso de preservação e manutenção do carro, havendo uma troca intensa (e diária de informações). Posso dizer que nos tornamos uma família (que as vezes briga também, principalmente puristas x mais permissivos). Sou da ala do meio termo, que gosta do carro original sem tuning mas com algumas melhorias, porém não sou contra aos tunados. O importante é ter um SM rodando.
Com a permissão deles, gostaria de colocar no post fotos de várias SM’s do pessoal do grupo que está ao longo do Brasil inteiro (Manaus, Belém, São Paulo, Brasilia, Salvador, Vitória, Campinas, Curitiba e outros que esqueci) onde mostra a enorme variedade existente entre os modelos, sendo hatch, sedan/coupe ou conversível, frente nova e até mesmo o último modelo. Será legal para a galera mais nova que não conhece ou nunca viu este tipo de carro na rua!
Agora acho que no próximo post o carro já estará completo, pois as principais partes já foram compradas e a montagem segue em andamento. A espera é longa e sofrida, mas vai valer a pena. Um abraço a todos.
Por André Bringhenti, Project Cars #124
