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Project Cars Project Cars #199

Project Cars #199: a busca de um Gol AP 1.8 para andar forte na estrada e nas pistas

Fala, galera! Meu nome é Giovanni Grigolo e vou contar a minha história com o meu Volkswagen Gol. Primeiro, gostaria de agradecer pela oportunidade de participar do Project Cars e, também, a todos que votaram para que isso fosse possível.

Antes de escrever sobre o Gol que atualmente está comigo, preciso contar sobre outro Gol e como tudo aconteceu. Eu, desde muito cedo, fui apaixonado por esse mundo de motores, combustíveis, pneus, fumaça e demais coisas que só nós entendemos. Ainda criança, tive um walkmachine e uma scooter, que já consertava, modificava e cuidava, o que considero meu ponto de partida para esse mundo gearhead. Mas é claro que sempre ficava sonhando com os meus 18 anos, momento em que poderia finalmente dirigir legalmente. Esse dia chegou, mas eu ainda não tinha o principal: meu primeiro carro. Conversando com meu amigo e parceiro – meu pai, a orientação era de que eu buscasse algo zero km, moderno, para que tivesse um veículo confiável, econômico… mas não adiantou muito.

Eu queria mesmo um Gol e, ainda, da geração quadrada, pois queria modificar o carro e a diferença de dinheiro que sobraria me serviria para isso. Mas por que um Gol? Na época lembro que na minha mente havia vários motivos. Começando pelo fato do meu pai ter tido um Gol 1993 zero km, modelo CL, motor 1.6, que me marcou muito na época. Lembro que ele trocou as rodas e pneus, colocou um bom som, modificou as lanternas pelo modelo do GTi e mais alguns detalhes. Na cabeça de uma criança de 10 anos isso era o máximo.

Outro fator era ver a quantidade de Gols na arrancada, se tinham vários andando lá devia ser bom. Também por ser fã da marca e gostar visualmente do modelo quadrado. E, finalmente, por ter uma leve noção de que era um modelo mais fácil e barato de modificar, com maior acesso às peças.

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Dia em que o Gol chegou em casa. Março de 2002

E esse foi o escolhido, meu primeiro carro. Um Gol GL 1.8 1993 Bordô. Procuramos muito e achamos esse que julgamos estar em boas condições, com praticamente tudo original. Então, aos poucos fui modificando o carro. Algumas coisas que fiz na época não faria novamente hoje, mas isso a gente aprende com o tempo. Nossos gostos mudam. As peças, como previsto, não eram tão caras, então foi relativamente fácil fazer as modificações.

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Gol com as modificações. Agosto de 2003

Após a revisão de todos os itens básicos e a troca de algumas peças estéticas, chegou a hora de realizar o sonho: turbinar. Sempre fui fã de carros turbo. Mas não tinha muito conhecimento de como funcionava, o que precisava, mas tentava pesquisar e aprender. Era uma época em que estudava e ainda fazia estágio, então a grana era curta e a única forma que encontrei para turbinar o carro foi comprando um kit “completo” usado. Lembro que tudo custou menos que uma turbina nova, e já tinha inclusive escapamento e bomba de combustível. Um ótimo negócio! Só que não. E aí já vai uma dica: nunca comprem um kit turbo usado, a não ser que tenham certeza do que estão comprando. É uma loteria.

Procurei uma oficina relativamente boa, para o que poderia pagar, e instalei o kit. Logo de cara descobrimos que a turbina estava condenada. Tinha que retificá-la ou comprar uma nova. Decidi por comprar uma nova, parcelada em 3x, o que custou mais que o kit todo.

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Mecânica do Gol. Ainda esperando a turbina nova

Agora com a turbina nova o carro podia rodar. Até que ele ficou bom, mas a bomba de combustível cansada já não mandava pressão suficiente, a embreagem original não dava conta e patinava, mas mesmo assim fui usando o carro. Tudo era novidade e estava curtindo, mesmo com os detalhes, mas em pouco tempo o carro começou a soltar muita fumaça pelo respiro da tampa de válvulas. Hoje eu sei que a falta de combustível e um superaquecimento fizeram uma canaleta de pistão quebrar.

Usei o carro assim por incríveis seis meses, quebrado, até que o motor chegou no limite e decidi tirar o kit, montar o motor original e vendê-lo. Assim poderia comprar um carro original e parar de me incomodar um pouco. Foi cansativo, mas faria tudo novamente. A experiência foi importante.

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Voltando para a oficina para montar a mecânica original. Maio de 2004

Nessa fase acredito que seja feita a separação entre quem realmente ama e quem simplesmente gosta. Quem só gosta já abandona tudo e nunca mais quer ver essas coisas na frente, quem ama segue adiante para o próximo capítulo. Coloquei na minha cabeça que naquele momento não poderia ter um carro modificado, mas faria tudo para ter outro da maneira correta no futuro, e assim foi. O Gol foi embora e comprei um Corsa Hatch 1.6 2001 completo, que era do meu pai desde 0km.

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Como não podia deixar de ser, fiz algumas modificações, cheguei até a participar de um TrackDay (o primeiro de muitos que estavam por vir), mas mantive o motor totalmente original para evitar gastos e problemas.

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Corsa no 2º Tuning Day Yokohama. Novembro de 2006

Paralelamente e aos poucos, aproveitei para aprender. Procurava informações em revistas e livros. Comecei a participar de grupos de e-mail (que eram mais comuns nessa época) e alguns fóruns e sites. Algumas pessoas não ajudam e te ignoram, mas outras tem muita boa vontade em ensinar e ajudar, é incrível. Fiz amizades verdadeiras que duram até hoje. Tentei também melhorar financeiramente, pois já sabia que, nesse mundo de performance, nada é fácil e barato.

Outro ponto importante de ser comentado é que eu pretendia não depender mais de mecânicos, somente em casos onde não tivesse conhecimento suficiente ou na falta de uma ferramenta adequada. Queria gastar o valor de mão de obra em ferramentas que podiam ser minhas para sempre. E como personalização e preparação são coisas muito pessoais, queria muito fazer as coisas do meu jeito. Eu iria montar meu carro.

O tempo passou e aos poucos a possibilidade de comprar um outro carro para modificar foi tomando forma, e mais uma vez eu e meu pai saímos à caça de outro Gol. Dessa vez queria um modelo CL, com o mínimo de opcionais possíveis, afinal seria um carro para andar rápido, então não fazia questão de conforto, muito menos de peso extra. Não foi uma busca fácil, pois queria um carro muito íntegro. Acabamos vendo um anúncio interessante e fomos ver o carro.

Assim que entrei na garagem da casa já sabia que seria aquele o escolhido. Um Gol CL 1.8 1993 Cinza, em ótimo estado. O carro estava bem original, estrutura e lataria perfeitas. Forros de porta sem furos. Só não tinha a roda original “boca de fogão” aro 13, mas no lugar tinha um jogo de Orbital aro 14, estava bom. Lembro como se fosse hoje a sensação que tive quando entrei naquela garagem. E assim foi, compramos o carro. E a partir desse dia começou o projeto e as histórias do Gol que está comigo até hoje, o que vou contar em detalhes no próximo texto. Até lá!

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Por Giovanni Grigolo, Project Cars #199

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