Amigos GearHeads, desculpem pela demora para continuar o meu PC238. Graças a Deus estou trabalhando bastante, mesmo com a crise. Então, vamos continuar a história do meu Chevette Hatch SL Turbo? Para quem não ainda não viu a primeira e segunda postagem elas estão aqui e aqui.
Após sofrer uma leve batida com o Chevette Hatch no track day em Fevereiro de 2014, e como a funilaria do carro já apresentava alguns locais com corrosão e também pontos com o verniz da pintura descascando, passei a pensar seriamente na restauração da funilaria. Como o carro estava andando normalmente (a batida não afetou nada da mecânica, nem mesmo os faróis quebraram), eu esporadicamente ainda andava com esse Chevette hatch para matar a saudade de sentir a turbina enchendo e a grudada no banco. Eu ainda tinha o outro Chevette hatch irmão gêmeo desse (falei dele no segundo post), e até mesmo participei da realização do primeiro evento chamado GM Day, realizado em Curitiba/PR, no dia 29 de março de 2014, e levei os hatches gêmeos, apesar do “irmão mais forte” estar machucado.
Após esse evento, em abril de 2014 decidi abandonar o projeto “Placa Preta” do Chevette Hatch SL original e coloquei essa “Codorna” à venda e anunciei em alguns sites especializados, mas só venderia se conseguisse um valor justo para o mesmo. Decidi também iniciar a restauração do meu Chevette Hatch Turbo, e assim como para oficinas mecânicas — o Clube Chevetteiros Curitiba também tem parcerias com oficinas de restauração/funilaria. Depois de visitar três delas e fazer orçamentos, escolhi uma da qual eu já conhecia o trabalho realizado em alguns carros de amigos e conhecidos, com a vantagem de estar localizada a três quadras da minha casa. Assim conseguiria acompanhar de perto toda a evolução dos trabalhos no meu Chevette Hatch.
Deixei o carro na oficina no dia 27 de abril, com a promessa de entrega do carro em 60 dias, ou seja, em final de junho deveria estar com o Chevette pronto. Nesse meio tempo, entre abril e início de maio de 2014, surgiram interessados em comprar o Chevette Hatch Original, mas geralmente oferecendo trocas em outros carros antigos ou mesmo mais modernos, o que não me interessava.
No dia 13 de maio, 03 dias antes do meu aniversário, ganhei um primeiro presente, mas esse foi “presente de grego”… acabei sendo demitido do meu emprego, e esse é um momento em que todo pai de família fica apreensivo e preocupado com o bem-estar e sustento da família. Dois dias depois, no dia 15 de maio, véspera do meu aniversário, surgiu um interessado no Chevette Hatch Original, pediu para ver o carro, agendamos em um local conhecido, andou no carro e então me falou que o carro não era para ele, mas sim para um amigo que mora no estado de São Paulo, que viu o anuncio na internet e pediu para que ele fosse ver o meu Hatch.
Nesse momento, ele ligou para o comprador, passou a impressão dele sobre o carro, e após isso, me passou seu celular e falou que o comprador queria negociar, então conversei com ele e fechamos o negócio. Na manhã seguinte, dia do meu aniversário, ganhei um presente de verdade… o comprador já havia depositado o dinheiro da venda na minha conta, e com todas as informações anotadas, fui ao cartório, preenchi o recibo de venda no nome do comprador, e após o almoço o amigo do comprador foi rodando com o carro para São Paulo. Com esse dinheiro da venda, fiquei mais tranquilo até me recolocar no mercado de trabalho e caso conseguisse me recolocar logo no mercado de trabalho, teria o dinheiro suficiente para pagar a restauração do Chevette Hatch Turbo.
Durante minha busca por um novo emprego, eu acompanhei e até mesmo ajudei um pouco nos trabalhos de restauração do meu Chevette Hatch. Optei por não retirar o motor, suspensão e nem a elétrica do carro, pois a pintura do cofre do motor estava em ótimo estado e para limpar a parte de baixo e componentes de suspensão, mandaria lavar por baixo. Retiramos apenas os vidros, bancos e carpet do interior, para limpeza e higienização dos mesmos. Como bom curioso que sou, eu mesmo quis “cutucar” os pontos de corrosão da lataria e descobrir o real estado. Alguns desses pontos haviam sido corrigidos pelo meu amigo e dono anterior, o Márcio, com fibra de vidro e massa plástica, e durou 12 anos (ele tinha reformado o carro em 2002). Dessa vez fizemos de uma forma melhor os consertos na lataria, com chapa moldada e soldada, em todos os lugares necessários.
Lembram-se de como ficou a frente do Chevette após a batida? Optamos por recuperar o capô, paralamas e mini-frente. Vejam como ficou após a recuperação manual das peças… alinhamento perfeito!!!
Se eu for descrever tudo que foi feito na restauração da funilaria, vai ficar chata a postagem… seguem mais algumas fotos:
Enquanto o serviço de restauração era feito, mesmo desempregado, conforme minhas possibilidades financeiras permitiam e utilizando parte do dinheiro da venda do Hatch Original, fui comprando as peças necessárias, como novos faróis originais Cibié Bi-Iodo, aros dos faróis, novos piscas (ou seta, ou indicadores de direção), borrachas de porta, grades dianteiras entre outros.
O mais complicado de encontrar e comprar foram os borrachões e batentes dos parachoques, devido a serem muito raros, já que somente em 1982 os parachoques eram pretos e os borrachões saíram ondulados e com friso cromado (de 79 a 81, o parachoque era cromado e borrachão e batentes lisos, sem estrias). Desde que comprei o Chevette Hatch, em 2010, eu procurava para comprar e nunca tinha encontrado. Por isso, conforme propaganda da época, a linha 82 do Chevette foi chamada de “Faixa Preta”.
Decidi trocar minhas rodas aro 15 por rodas aro 16, e após alguma procura, achei um jogo de rodas Binno modelo “Stock Car” por um bom preço e as comprei. Coloquei provisoriamente pneus Bridgestone Turanza medida 185/55 que sobraram da troca de pneus que fiz no meu Honda Fit EX 2009 e que eu havia guardado justamente porque já tinha em mente colocar um jogo de rodas 16” no Chevette Hatch.
Durante todo esse tempo de restauração do Chevette Hatch, eu estava desempregado e buscando nova oportunidade de trabalho, e logo nos primeiros dias após minha demissão, após distribuir alguns currículos, fui chamado para uma entrevista de emprego no dia 21 de maio, e fui contratado em início de agosto, após mais duas entrevistas. Ou seja, nas duas últimas semanas antes da entrega do Chevette, eu já estava mais tranquilo por ter encontrado um bom emprego novamente.
O Chevette Hatch era para ter ficado pronto em 60 dias, mas levou pouco mais de 100 dias para a conclusão da restauração, e no dia 15 de agosto de 2014, levei o Chevette “0 km” para minha casa.
Logo nos dias seguintes, 16 e 17 de agosto, participei do evento Curitiba Motor Show, junto com meus amigos do Clube Chevetteiros Curitiba. Nem preciso dizer a minha felicidade em estar num evento como esse com meu “novíssimo” Chevette Hatch!!!
Com o Chevette Hatch Turbo com a aparência zerada, na próxima postagem contarei sobre a montagem do novo motor, novidades no gerenciamento dele e também um novo set-up de suspensão e rodas/pneus. Até breve… prometo não demorar dessa vez.
Por Henrique Murakami, Project Cars #238