E aí, pessoal do FlatOut? Tudo certo? Primeiramente queria agradecer os votos que me colocaram no Project Cars e a confiança na minha história. Meu nome é Rodrigo Lourenço, tenho 28 anos, moro em Fortaleza/CE e sou Analista de TI, casado e sem filhos — ou melhor: quando me perguntam digo que tenho um, e ele é verde e tem 20 anos de idade. Um Gol CLi 1996.
Minha história com o Gol começou em 2002, quando eu tinha 16 anos. Na verdade, não foi somente com o Gol, mas sim com esse sentimento forte pelos carros. Naquele ano meu pai havia recebido um valor de indenização do trabalho e resolveu realizar dois sonhos de uma só vez: construir uma casa nova e mais confortável, e comprar o primeiro carro para a família.
Depois de procurar, escolhemos um Gol CLi 1.6 AP 1996 Verde Light, equipado com volante, bancos e pneus. Ah, tinha um ventilador de ar forçado também! Mais básico que isso, impossível.
Meu pai até que é cuidadoso na parte estética dos carro como rodas, som etc, mas quando se fala de mecânica o bicho pega. Eu ficava furioso, pois meu plano sempre foi pegar o carro pra mim desde o dia que o vi. Cheguei ao ponto de ficar dentro da garagem no carro lendo o manual do proprietário, ingenuamente pensando que haveria alguma dica de direção. Se qualquer eletrônico o manual ensina a usar, por que um carro seria diferente? É claro que não deu certo.
Procurando o capítulo que ensina a dirigir
Passados alguns anos, finalmente consegui tirar minha carteira — aos 21 anos, muito tarde para quem é fissurado em querer dirigir. Na verdade aprendi a dirigir na velha senhora, uma Kombi de onde meu trabalhava. Ela estava carregada de galões de gasolina e num campo de futebol esburacado. Era a receita para o caos.
Com a CNH na mão, chegou a hora de pedir o carro emprestado ao pai. Até que foi tranquilo: “Pode sair, mas coloque gasolina!”. Assim sempre o fiz, salvo nos momentos de aperto.
Durante essas idas e vindas no ano de 2009, indo trabalhar com o carro tive meu primeiro acidente. Ao me aproximar de um cruzamento com o sinal no amarelo, diminuí a velocidade e parei. Mas olhando no retrovisor já percebi que o cara não fez o mesmo. Só pensei: “vai bater”.
Lembro de tirar o pé do freio para amaciar a pancada. O motociclista bateu na quinta traseira esquerda do carro. Ao descer vi que a mão do cara estava sangrando. Dei uma flanela para ele colocar no ferimento e, após o susto, ele explicou que pensava que eu ia passar no vermelho e por isso não reduziu. Me sensibilizei com a história de que ele ia para a última fase de uma entrevista de emprego, peguei os dados do cara, já que ele se declarou culpado e disse que pagaria o prejuízo. Para encurtar a história, fomos despachados por familiares do cara, dizendo que ele não pagaria nada. Depois de várias tentativas, nos demos por vencidos e saímos com o prejuízo.
Resultado do acidente, para-choque ralado, parte inferior da lanterna e tampa amassada, lanterna já trocada pela do GTi
Isso e outras coisas foram desanimando meu pai, que quando desgosta do carro já quer vender e comprar outro. Isso, logicamente, aumentava a minha aflição. E se ele vendesse o carro antes de eu ter grana para comprar o Gol dele?
Então veio 2010, um ano decisivo para o Gol. O carro estava em péssima condição. A suspensão estava no osso, ou melhor no ferro. A carroceria tinha batidas em vários pontos, a pintura do capô estava queimada, o motor bebia como um V8 (4 km/l). Estava em estado lastimável.
Então, vendo que meu pai queria trocar o carro, fiz a proposta: “Vamos comprar um carro novo. Te ajudo pagando a metade das primeiras parcelas até completar o valor de venda do Gol pra mim”. Mas qual o valor de venda do gol? Ainda parcelado do jeito que ia ser feito? Acabou me fazendo um preço de pai pra filho e fomos a um feirão que estava acontecendo aqui na cidade. Meu pai pegou um Celta e eu fiquei com o Gol.
Agora sim dono oficial do Lego. Muita coisa a fazer!
E assim começou a história do Lego, meu Gol de estimação. Nos próximos posts conto o início dos reparos e as modificações que fui fazendo nele. Até lá, pessoal!
Por Rodrigo Lourenço, Project Cars #252