Olá a todos! Estou de volta depois de alguns meses sem escrever pra o PC#274 — mais por falta de inspiração do que de continuação do projeto. Desde o último texto, fiz algumas mudanças pra deixar o velho Tubarão 75 amarelo (50 tons de amarelo) com um visual ainda mais exclusivo e agressivo. Na verdade houve uma acontecimento nada a agradável neste meio tempo que foi o estopim para estas mudanças. Quem ainda não viu as etapas anteriores, pode ler as primeiras partes neste link.
Quem acompanha o meu PC desde o início, sabe que tenho ao todo três Chevettes Tubarão. Um deles fica guardado em uma garagem fora do meu prédio a alguns quilômetros daqui e outros dois ocupam uma vaga dupla que tenho alugada no edifício onde moro. Um certo final de semana eu estava com o Chevette 75 vermelho no polimento, o rosa pantera 73 na outra garagem e o amarelo ficou sozinho no meu prédio. Eu tinha um compromisso em Porto Alegre, a 120 km aqui da minha cidade e fui de moto. Saí daqui na sexta à tarde para voltar no sábado a noite. Somente quando cheguei em casa deparei com uma triste notícia, na verdade um dos maiores pesadelos de um “gearhead”: meu Chevette amarelo havia sido roubado de dentro da garagem. Mas como assim?
Eu moro em um bairro chamado Cidade Alta, que é um dos bairros mais movimentados da cidade e fica anexo ao centro, mas não muito distante do meu prédio fica um bairro barra pesada, daqueles aonde nem a polícia gosta de dar as caras. Para piorar a minha rua é uma das principais passagens para outros bairros, incluindo estes periféricos. Meu prédio é totalmente cercado por fios eletrificados, a garagem tem dois portões e pra chegar a garagem a pé são três portas.
Na sexta feira a noite por volta das 21h alguém deixou as portas abertas e pra piorar dois assaltantes que haviam acabado de roubar duas bicicletas no centro da cidade e estava em fuga passaram na frende do meu prédio e viram as portas abertas, entraram para roubar outra bicicleta e furtar algo que estivesse dando sopa. Com certeza a intensão não era roubar um carro mas foi a maneira que eles encontraram de fugir quando um morador fechou todas as portas do prédio eles ficaram trancados na garagem.
Resumindo: eles quebraram o vidro, abriram a porta, o alarme disparou mas tinha o controle da garagem no console e a chave de outro Chevette no porta-luvas. Como o miolo de ignição já é gasto, qualquer outra chave parecida é suficiente pra dar a partida. Com o alarme disparado e o desespero da fuga o bandido bateu o Chevette numa coluna da garagem e raspou a lateral em outra. Conseguiu abrir a garagem fugiu em alta velocidade. Um morador que estava lá fora viu o Chevette saindo com alarme disparado e cantando pneus e avisou minha mãe que estava em casa. Quando minha mãe chegou a delegacia para registrar o roubo o Chevette já havia sido encontrado pois o corta-corrente do alarme fez com que ele parasse no meio da rua antes de os vagabundos chegarem onde planejavam.
Resultado: para-choque dianteiro, para-lamas esquerdo e capô amassados além da grade quebrada. Um vidro lateral direito quebrado e o para-lamas traseiro direito raspado. De dentro do carro levaram apenas o rádio mp3 Pioneer e por sorte não danificaram o painel. Por dentro ele ficou intacto. Nem cortaram os fios do radio, apenas desconectaram os plugues. O carro foi roubado na sexta mas só consegui retirar do pátio na terça-feira às 17h. Voltei pra casa rodando. O concerto da lataria ficou a cargo de profissionais de restauração. Pedi para apenas desamassar e alinhar, sem chapear e pintar pois isto eu mesmo faria. Só de mão-de-obra pra deixar tudo alinhadinho foi R$ 700 reais. Comprei um para-choque novo mas não precisei usar, o antigo ficou bem alinhado e como pretendia pintar eles de preto daria pra usar o mesmo. A grade eu ja tinha uma de reserva.
Quando aconteceu isso, já faz uns meses, eu estava desempregado portanto tinha tempo para botar a mão na massa (literalmente) e assim o fiz. Foram várias horas de aplicação de massa plástica e muita lixa pra deixar tudo bem lisinho. O alinhamento do pessoal da restauradora ficou ótimo, digamos que voltou tão bom quanto antes, mas a pintura ficou bem danificada então não teve outro jeito. Massa pra corrigir as falhas. Aonde ficou lata exposta eu tratei com TF7(anti-ferrugem que serve como fundo) e depois pintei tudo de forma “artesanal”. Fiz o mesmo trabalho no para-choque dianteiro e pintei de preto semi brilho, o mesmo que usei no retrovisor e naquela faixa preta entre as lanternas traseiras.
Outro detalhe que deu um toque especial foi a pintura das pinças de freio em amarelo. Na verdade todos sabem que as partes do disco que não sofrem o atrito das pastilhas acabam ficando oxidados então lixei e limpei os discos e e pintei as partes que estavam oxidadas de prata alumínio. Foi necessário dar um fundo em prata nas pinças antes de usar o amarelo. E pra finalizar a parte mais chata de fazer em preto foi as molduras das janelas, inspirados no Chevette GP mas que particularmente valeu a pena porque junto com o para-choques deu uma nova atitude ao carro.
Para encerrar este PC pretendo fazer uns vídeos bem legais andando pelas estradas sinuosas da região. Fechar com chave de ouro. Por enquanto fiquei com esta sequência de fotos de como ficou o PC#274 praticamente finalizado.
Lembram do Chevette 1973 Rosa Pantera? Depois de mais de cinco anos juntos, restauração completa, acabei vendendo ele pra São Paulo e comprei o mais raro de todos os Chevettes, um modelo que se pensou estar extinto até 2016, quando dois modelos originais foram encontrados, um em São Paulo, outro em Pelotas aqui no RS.
Por Gutto Moraes, Project Cars #274