FlatOut!
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Project Cars Project Cars #279

Project Cars #279: a evolução do projeto e um pequeno problema no motor do meu Honda Fit

Olá, pessoal. Nesta terceira parte do meu PC, falarei dos problemas ocorridos no meu carro. Na verdade ele nem parece ser meu mais. Só fica uns dias aqui em casa e depois vai para a oficina.

 

Reparos concluídos e reconhecimento do carro na rua

Peguei meu carro na concessionária, já depois do 3° Hot Lap Distrito Racing em Outubro, então não testei o carro numa pista ainda. A seguradora pagou um absurdo no conserto. Foram R$ 12.154,00. Quase o valor do carro. Saindo da concessionária com o carro, muito feliz, fui direto para um posto, colocar Podium pra dar umas esticadas, só que quando o frentista tentou abrir a tampa do tanque, estava travada. Voltei pra Honda, e conseguiram destravar. Acho que ficou algum fio desconectado. Voltando pro posto, tive pane seca no meio da W3 Norte, uma das mais movimentadas avenidas de Brasília, e num horário de pico!

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Como eu nunca tinha passado por pane seca, levei maior susto, pois meu motor já estava um lixo, aí ouvi uns estouros, o carro morreu e olhei pro painel e vi aquela árvore de natal. Quase tive um treco. Um amigo trouxe um galão de gasolina e tudo foi resolvido.

Na concessionária mesmo, já tinha funcionário me esperando quando fui buscar o Fit, pois ele segue o Flatout, e passando pelos carros batidos reconheceu o meu. Mais tarde eu indo embora, passando pela Ponte JK, ouço um barulho grave, uma reduzida agressiva e aceleração intimidadora, olho pro lado e vejo um HB20, que talvez o dono tenha me reconhecido. O carro estava com um barulho bonito e com um abafador enorme, quase do tamanho do que coloquei. Deixei ele acelerar uns 10 metros e nem ultrapassei, porque não gosto muito de racha em vias públicas. Só fiz uma graça e uma demonstração pra ele e parei.

 

Como usei o carro até estragar o cabeçote

Em janeiro de 2014 comprei o Fit, fui muito cuidadoso com ele sempre. Andei uns 8 meses com ele quase sem acelerar mesmo. Quem conhece o Fit 1.3 a Gasolina, sabe que se andar até 80 km/h nele, o carro chega a marcar mais de 21 km/l, por causa das 8 velas, maior eficiência da queima, etc. Todo dia eu rodava mais de 100 km nele e tentava bater meu próprio recorde de economia. Sempre estava entre 20 e 23 km/l. No segundo semestre de 2014, comprei aquelas rodas 17 do primeiro post.

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Com isso, o carro baixou para entre 15 e 17 km/l, então comecei acelerar mais o carro, esqueci este negócio de consumo. Nas trocas de óleo sempre baixava em torno de 1 litro, a cada 7 mil km. No manual do Fit, fala que pode baixar até um litro a cada mil quilômetros.

Como na maioria dos carros japoneses, pelo menos Honda e Toyota, não tem tuchos hidráulicos, o que pela manhã ao ligar o carro, dá pra ouvir uns barulhos de válvula no motor frio. Para amenizar isso, comprei o um aditivo à base de cloro, para óleo. Pesquisei o caminho feliz na internet, coloquei no meu carro, e ficou uma maravilha. Diminuiu mesmo o barulho do motor. Até mudou aquela sensação de carro esguelado com giro alto. Com uns dois dias voltou ao normal, o carro. Algo em torno de quatro meses após eu colocar isso (não lembro bem as datas), participei de um Hot Lap num kartódromo aqui em Brasília. Fiz 38 voltas com o carro, em turnos de cinco voltas, sendo que só três de cada cinco são andando forte. O carro já baixava mais óleo nesta época, e fumava um pouco em 6000 rpm, mas quase imperceptível. Tem vídeos dele andando no primeiro post.

Nem mexi no carro após o Hot Lap. Só troquei o óleo e conferi se havia vazamentos. Só vi um lugar melado de óleo, na parte frontal do motor, na válvula PCV, mas era coisa mínima. Fui pra Bahia no carro uns quatro dias após o Hot Lap. A viagem deu 4.000 km. Foram 17 horas de viagem na ida, parando só alguns minutos para lanchar e abastecer. Eu andava de 120 km/h para cima. Nesta viagem já baixou mais óleo. Tive que completar 1,5l de óleo nesses 4.000 km.

Quando cheguei em Brasília, na mesma semana levei meu carro num mecânico da Honda, para regular as válvulas. Lá ele verificou meu motor e estava tudo ok. Só a válvula PCV estava quase entupida com uma borra estranha. Eu sempre trocava o óleo com uns 4.000 km e usava semi-sintético ao invés do óleo mineral Honda. Ao abrir a tampa do cabeçote, achei que teria borra, mas nada, o mecânico falou que estava igual novo.

Logo após eu comprar aqueles pneus de Fórmula 3, resolvi trocar o óleo do Fit, e colocar mais um aditivo. Acho que mais de 20.000 km depois do primeiro, quase 30.000. Uns dois dias depois, percebi que o carro estava fumando muito, sem acelerar. Desliguei o carro e fui verificar a vareta do óleo. Só tinha uma gotinha de óleo na ponta. Coube um litro e meio de óleo. Completei e zerei o hodômetro, contei quantos quilômetros rodaria antes de baixar um litro. Acho que com 200 km, já tive que colocar um litro, andando normalmente. Incomodado com isso, e com barulhos estranhos no cabeçote, desconfiei que o óleo tivesse estragado, então no outro dia troquei e ficou a mesma coisa. Pela manhã o motor começou vibrar muito. Parecia um motor Perkins na lenta. Pouco tempo depois veio aquela batida na traseira dele. Ficou mais de dois meses na concessionária. Quando peguei, fui fazer as manutenções básicas que faço nele mensalmente, como limpar TBI e as oito bobinas, que sujam muito. Ao remover as bobinas, tinha uma banhada em óleo.

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No suspiro do óleo, tem uma borracha que conecta ao filtro de ar. Como não tive tempo de instalar um reservatório para o óleo do suspiro, e o carro com motor pequeno não derrama muito óleo, deixei apenas um mini filtro nele, para passar nas vistorias dos eventos, pois se não tiver nada, joga óleo na pista. Só que abri o capô estes dias e vi que tinha caído este mini filtro. Estava preso na caixa de marchas. A que a borracha dele virou uma espécie de chiclete e desmanchou, talvez por causa dos vapores ácidos.

Desconfio que o aditivo com base de cloro tenha corroído os retentores de válvula do cabeçote, e também devido ao enrijecimento deles. O que me levou a crer nisso é a composição do produto, algo que descobri lendo a MSDS. Para quem não sabe o que é isso, igual eu não sabia, o MSDS é um documento que informa as propriedades de um determinado produto, de acordo com as normas de determinado país. No Brasil, o equivalente ao MSDS, é o FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico.

No MSDS do produto, que trata da estabilidade e reatividade, fala sobre a decomposição perigosa do mesmo em altas temperaturas. O mais perigoso, é o ácido clorídrico (HCI) ou na forma de gás cloreto de hidrogênio. O ácido clorídrico é uma solução aquosa, ácida e queimante, devendo ser manuseado apenas com as devidas precauções. Ele é normalmente utilizado como reagente químico. Estes ácidos liberados na decomposição estão relacionados ao cloro.

O ácido clorídrico é extremamente corrosivo ao metal. Quem mexe com carros mais antigos, já deve ter visto a corrosão que a água comum de torneira, com cloro e outros minerais, causam ao sistema de arrefecimento do motor.

O cloro contribui para a formação de ácido clorídrico e ácido hipocloroso, que é extremamente agressivo e corrosivo ao alumínio (o motor do Fit é de alumínio). O membro do Fit Clube que me ajudou nesse assunto, falou que normalmente nos EUA, os problemas no motor apareciam depois de três a cinco anos de uso do carro. No meu caso, rodei 60.000 km em um ano e meio — quase os 70.000 km que o antigo dono do meu carro rodou em oito anos.

Troca do escapamento

Pelas críticas da postagem anterior, percebi que não tinha lógica colocar um escapamento de 2,5 polegadas, pois o carro ficaria fraco demais em baixa. Então coloquei o escape todo em duas polegadas, direto do coletor, abafador com corpo de 6”, entrada de 2,5” e saída de 4”. No meio coloquei um intermediário de 2” minúsculo, apenas para reduzir um pouco a ressonância.

escapamento

O barulho ficou brutal. Em ruas ou avenidas fechadas, o barulho é muito forte mesmo. Como falei anteriormente no primeiro post, com Podium meu carro tem perceptível diferença de desempenho. Dizem que só faz diferença em carros com motor maior, mas acho bobagem. Pelo menos o motor tem um funcionamento mais correto.

Aqui está um vídeo de quando já fumava mais ou menos. Mas ainda dava pra andar normalmente:

Aqui temos ele com o novo escape e saindo óleo pelo escapamento. Pelo menos o ronco ficou bonito.

Tem Honda Fit no clube com quase 400.000 km usando óleo 20w50 e não está nem perto de baixar óleo igual o meu. Outro, como o Fit de um amigo meu, William Yamaoka, que já foi taxista no Rio de Janeiro, está com mais de 250.000 km sem abrir o motor e não baixa nada e nem fuma (o meu tem 130.000), e faz zoeiras num nível muito mais elevado que eu. Inclusive este mal dos adesivos, foi mais ou menos inspirado no Fit dele, logo quando comprei o meu. Ele me ensinou muitas coisas sobre manutenção do Fit. Só nunca usou nada diferente das recomendações da Honda.

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Fit do meu amigo William Yamaoka

 

Retífica do motor

O carro está na oficina com motor desmontado. Está também com um barulho estranho no cabeçote, com suspeita que tenha espanado a base do comando, aí faz aquele toc toc chato, que tem em muitos motores de Fit. Estão verificando também se os cilindros estão ovalizados. Se tiver, vou ter que aproveitar e trocar logo as bronzinas e colocar pistões 0.50. Os retentores e juntas serão substituídos, pois estão corroídos.

Com o objetivo de chegar aos 100 cv aspirado, acho que já está próximo. Uma alteração para ganhar uns 6 cv, seria colocar pistões do modelo japonês, já que na versão brasileira, baixaram a taxa de compressão por causa da nossa gasolina. No Japão são 10,8:1, e no Brasil 10,4:1. Mas conseguir estes pistões, não seria nada fácil. Um amigo fez a reprogramação do mapa da injeção antes de mim. Estou aguardando ele me enviar o resultado no dinamômetro. Segundo ele, antes era 73 cv, e agora está com 88 cv na roda, acho que apenas com filtro. O corte foi de 6.600 rpm para 7.500 rpm. Ele ainda vai fazer o escape direto.

Um dos meus objetivos este ano, que me fez gastar muito neste carro, é baixar uns 2 ou 3 segundos nos Hot Laps. Se baixar uns dois, já não ficarei entre os últimos:

laptime

Obrigado a todos pelo apoio no post anterior. É um projeto bem diferente, por isso votaram para eu estar aqui. Então vou honrar o que prometi, e prosseguir com as rodas de monoposto no meu Fit. Maioria dos lugares que ando aqui em Brasília, alguém reconhece meu carro, elogiam e faço até novas amizades, por isso ignorei as criticas ruins que não tem nada de construtivo, inclusive de pessoas famosas com grande poder de formar opinião.

No próximo post virei com muitas novidades no projeto, e talvez já com resultados no dinamômetro e na pista. Até lá, pessoal!

Por Lucas Ribeiro, Project Cars #279

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