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Project Cars Project Cars #285

Project Cars #285: um “pequeno” problema de motor e a busca pela roda perfeita para o meu Honda Accord EX

Fala, galera! Retomando a história do meu Honda Accord EX 94, após uma longa parada por conta de faculdade pegando pesado e muito pouco tempo pra me dedicar ao meu próprio carro, mas bora lá! Tinha encerrado o último post com a apresentação do carro e explicando alguns dos fatos que me levaram a comprá-lo, das primeiras modificações visuais e do pós acidente com o primeiro carro. Pois bem, daqui em diante se vão quase seis anos de uma batalha chata e exaustiva pra manter esse carro.

Pouco tempo depois que eu comprei o carro, (na verdade uma semana após ter comprado) tive uma desagradável surpresa do carro ferver no trânsito louco de SP. Como estava na garantia da concessionária, eles se responsabilizaram por bancar o conserto na parte de cima do motor, que aguentou por mais alguns meses. Com a km marcando 110mil km e a fama de inquebrável dos Hondas antigos, eu achei que tudo ficaria bem e que não teria mais dores de cabeça dali em diante… ledo engano.

Curti o carro por aproximadamente seis meses, tempo suficiente para marcar presença em vários encontras semanais do HC no McDonalds da Bandeirantes, na época boa que eu ainda curtia bastante esse tipo de interação nos forums de internet, onde sempre havia uma troca de informações muito proveitosa e lógico, sempre com um ou outro louco, mas não vamos entrar nessa polêmica…

Accord Azul 12 Accord Azul 16

Algo que me fez acreditar que meu carro estava em ótima forma foi uma viagem que fiz de SP para Curitiba, lugar que tenho um grande amigo dono de outro Honda Accord; um modelo Station Wagon. Amigo esse que comprou o motor e câmbio manual do meu acidentado sedan branco, fez um corajoso swap na SW dele e montou um carro muito bem acertado, um dos colegas que mais estimo. Tudo indo tranquilo na ida e na volta, salvo um pequeno furo no abafador que acabou por aumentar um tanto e deixar o carro bastante barulhento… acho que peguei um pouco pesado na estrada abusando do potencial do 2.2 já meio cansado, afinal.

Accord Azul 9 Accord Azul 11

Passada essa viagem e poucos meses depois, fiz uso do conhecimento que eu tinha como importador de peças JDM, algo que fazia mais como hobby do que como sustento real, para me presentear com um novo jogo de rodas que eu sempre sonhei. Não são exatamente um jogo de Rays TE37 ultra leves, mas é algo no mesmo patamar de qualidade, num dos desenhos mais emblemáticos produzidos pela Work Wheels, marca japonesa das mais tradicionais na cena japa mundo afora.

As rodas aro 15 já tavam com seus dias contados, e o carro recebeu um jogo maravilhoso de Work Emotion CR Kai na cor grafite, aro 18×7,5. Essas rodas cairam como uma luva para o projeto visual do carro, sem contar o fato de serem absolutamente exclusivas num carro de rua no Brasil (eu nunca vi em nenhum carro que não fosse de drift por aqui) e também por serem consideravelmente mais leves e resistentes que as originais.

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Após uma ajuda do nosso amigo e infelizmente já falecido Raphael Panigalli, que me arrumou um jogo de pneus Yokohama Parada 225/35R18, estava na hora de montar as rodas no carro. Eu achava que não teria mais como gostar tanto daquele carro, mas sim, tinha sim! Depois de montado, o resultado visual foi tão satisfatório e, juntamente com um jogo de molas esportivas Tein S.Tech pra deixar o stance “just right”. É aquela história de sempre depois de você sair do carro, olhar pra trás e saber que escolheu o carro certo, e da satisfação que isso te traz, puro prazer.

Na época, haveria um evento no Kartódromo de Itu, e eu com uma galera apareceríamos por lá. Não me lembro ao certo o nome do evento, se não me engano era o Extremo SHow Itu ou algo assim e acho que foi o primeiro evento no Brasil a mostrar carros de drift em ação, foi ali que o esporte começaria a ganhar popularidade e seria conhecido.

Após curtir o evento, hora de voltar pra capital. Tanque cheio, pé na estrada, mas algo parecia estar bem estranho com o carro. Após um leve abuso na casa dos 170/180km/h a surpresa fatal. Ao reduzir de volta pra velocidade de cruzeiro o motor começou a bater fortemente e consequentemente, desceu por completo. Era o fim da vida útil daquele motor… que eu tenho muitas dúvidas se de fato tinha só 118.000 km quando explodiu.

Carro no guincho, entregue em casa… decepção. Juro que nunca imaginei passar por outro momento tão desagradável, de ver o carro que eu curtia tanto em cima de uma plataforma, com o motor desbielado e com um futuro bastante complicado pela frente, algo que eu só iria descobrir depois.

guincho

De lá pra cá se passaram quase seis anos do momento que o motor desceu e até agora o carro não voltou a funcionar. Mas vamos por partes… e explicando brevemente, após alguns problemas financeiros, e também ter de priorizar minha faculdade, o carro realmente ficou de lado. Somado a isso, diversas idéias de fazer o motor daquele jeito ou de outro, aumentar a potência e todo aquele blá-blá-blá de gearhead que a gente conhece e que não se contenta com a potência do motor original. Foram incontáveis peças e muito dinheiro gasto, juntando muita coisa para remontar o motor e trazer o carro de volta a vida. Nesse meio tempo, muito relutante eu vendi o jogo de rodas pra um colega, pra fazer caixa e poder montar o motor, mas o buraco só aumentava… porque peças de performance pra esse motor no Brasil não existem, e lá fora, mesmo nos States, é algo bem raro e com possibilidades limitadas.

Com o tempo acabei usando outro carro pro meu dia-a-dia, e isso fez o Accord ficar ainda mais em segundo plano, nada era fácil naquele projeto. As correrias com a faculdade, trabalho e vida pessoal pioraram a situação do carro, até que finalmente eu dar um basta na situação e decidir de uma vez que esse carro merecia voltar a rodar, mesmo que fossem com as specs originais. Sinto muita falta do rodar confortável e macio, do interior aconchegante, do barulho ardido do motor Honda e de olhar pra trás e dar um sorriso no rosto sabendo que aquele era o caro que era meu companheiro.

No próximo post, vou listar todas as peças que estão na bancada, as compradas, as que desisti ou não… porque como disse, o carro vai mesmo voltar a andar, e já está na mão de um dos mecânicos que melhor entende de Honda em São Paulo, conhecido de muita gente que curte Hondas e outros japas, o mestre André Pauluk A.K.A Spoon. E ah! quase ia me esquecendo… depois de vender as rodas, consegui comprá-las de volta, e agora estarão no carro com pintura e pneus zerados. Vou deixar duas fotos aqui pra adiantar o que veremos no próximo post!

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Até logo, galera!

Por Caio Cesar Peres, Project Cars #285

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