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Project Cars Project Cars #295

Project Cars #295: a história e a preparação do meu Citroën DS3

Olá, pessoal do FlatOut. Meu nome é Lincoln Silva, sou de São Paulo/SP e vou contar pra vocês um pouco sobre como me tornei um idiota apreciador de carros franceses mais especificamente PSA.

 

Uma rápida história

Essa primeira parte vai ser mais um pouco de história, como cheguei no DS3, vou falar um pouco sobre os clubes que participo (C4Clube e DSClube) etc.

A primeira lembrança de família que tenho relacionada a carros é de um Opala marrom que meu pai tinha (acho que isso em 1986 ou 1987) gentilmente apelidado de “Asdrúbal”.

VTR001

Meu primeiro carro foi um Fiat Uno ELX, depois um Gol, uma Fiat Strada e no início de 2010 comecei a procurar um C4 VTR, mas as pessoas próximas a mim falaram “carro francês não presta”, “carro francês tem manutenção cara”, “carro francês desvaloriza muito” e etc que acabei comprando um Honda Fit. Ficando cinco meses com o Fit e decidi: “Que se dane, vou comprar um C4 VTR!”.

Foi aí que pesquisando na internet (isso em Setembro de 2010), achei um fórum chamado C4Clube. Me cadastrei, comecei a ler sobre o carro e no final de Setembro troquei em uma loja o Fit pelo C4 VTR (usado, com 30.000km). Fotos do dia que peguei o carro:

VTR002

Que carro f*da! Era um C4 VTR Vermelho Rouge (esse é o nome da cor, não é vermelho, nem vinho, nem “bordô” – é rouge!). Bancos em couro com aquecimento, ar-condicionado bi-zone, ESP, ABS, 2.0 16v – para quem estava acostumado com os “pés de boi” o C4 era fantástico!

Em meados de 2012 a Citroën apresenta no Brasil o DS3 (eu já namorava ele à distância quando era vendido só na Europa) e aquilo me deixou com a pulga atrás da orelha.

Em agosto de 2013 eu comecei a trabalhar bastante de madrugada e aos finais de semana – só com o C4 em casa a minha esposa ficava sem carro por causa desses meus horários doidos, então decidimos procurar um carrinho básico para ser o “backup” em casa. Eis que aparece um amigo vendendo um Peugeot 106 1999 1.0 rouge! Fechei negócio e apelidamos ele de “Furioso” (começou com ele esse negócio de apelidarmos os carros lá em casa).

FURIOSO01

O apelido caiu como uma luva! Eita carrinho fantástico! A pintura estava queimada, ninguém me pedia dinheiro no farol (nem bala colocavam no retrovisor)!

Fiquei com o C4 VTR até dezembro de 2013 (se não me engano com 130.000km) – depois de 20 dias de anuncio em um portal de compra/venda o carro foi para o novo dono.

Eu estava decidido – tinha juntado uma grana, mais a que entrou com a venda do VTR – que venha agora o DS3!

Fui ver uns 10 carros, de todos os tipos – surrados, novos, preços exorbitantes e etc. Fiz test-drive que teve pane seca no meio do percurso, escutei de um vendedor em uma concessionária da própria Citroën que o DS3 tinha teto de vidro (!).

Um belo dia, navegando por esses sites de compra/venda de carros, vejo o anuncio de um branco (em uma concessionária Citroën grande em Ribeirão Preto/SP), pego o telefone e ligo lá:

– Alô, queria saber mais informações sobre um DS3 branco que está anunciado.

– Sim, temos quatro DS3 a venda e o branco é o mais bonito, sem nenhuma marca, cheirando a novo e com 7.000km.

– Posso confiar em você? Não vou nem ir ver o carro, vamos fechar por telefone!

– Pode confiar senhor, o carro é um dos melhores seminovos que já tivemos aqui.

Mandei a documentação do financiamento por e-mail e depois de 7dias minha esposa e eu pegamos o ônibus com destino Ribeirão para buscar o carrinho.

Na Europa existem várias combinações diferentes para o DS3 (os nomes são: Chic, Be Chic, So Chic, So Irresistible, Executive, Sport Chic e Dark Light – não vou entrar no mérito da nomenclatura, ok? E espero que ninguém entre…rsrssrs), mas no Brasil veio somente a Sport Chic – Motor THP Gasolina 165cv 1.6 Turbo, sendo que os opcionais eram basicamente bancos de tecido ou de couro (a única exigência da minha esposa era o banco de couro com aquecimento).

E assim ele chegou em casa:

DS3-003 DS3-002 DS3-001

 

Por que Citroën?

Acho que pela “exclusividade”, pelo “ser diferente” e pela tecnologia do carro!

Hoje em dia você encontra VTRs com 100.000km na faixa de R$20.000. Não existem muitas opções nesse valor de carros com 6 airbags, ESP, sensor de tudo quanto é coisa e com o design que esse carro tem. É o tipo de carro que quem não conhece pensa que é um carro de R$50.000 e mesmo com o passar dos anos, continua sendo muito bonito!

Como é difícil gostar de carro francês no Brasil!!! Com o C4, até recentemente, não existiam receitas que fugissem do básico filtro+estap+remap! Os “preparadores” não querem saber de franceses (com os mais antigos, por exemplo Xsara VTS, PUG 205, 206 até tem bastante coisa), mas C4 era coisa de outro mundo, vide Project Cars #120 do Luiz Filipe, #211 do Luiz Fernando e #165 do César.

Mas e a tão falada “manutenção de outro mundo” que todos falam? Vou ser sincero, não é mecânica “de fusca” (não menosprezando o besouro), mas também não é mecânica aeroespacial (a não ser que você tenha um Xantia ou um XM – hehehe)! Aqui em São Paulo existem diversas oficinas capacitadas para manutenção básica e umas três especializadas (uma na zona sul, uma na zona oeste e outra na zona leste). Meu C4 (em três anos) me deixou na mão somente uma vez com um defeito no sensor de rotação.

Por uma questão de proximidade e indicação, comecei a levar os carros em uma das especializadas na zona sul, MotorFast – preço honesto, serviço rápido e hoje os considero grandes amigos!

 

Clubes: C4Clube e DSClube

Quando comecei a pesquisar sobre o C4 VTR, logo caí num fórum chamado C4Clube – me cadastrei, fiz a minha apresentação e comecei a me envolver com o pessoal.

Acho que a maioria dos leitores do FlatOut devem fazer parte de algum clube (hoje em dia você tem clube de tudo, montadoras, genéricos e modelos).

O pouco que sei hoje devo aos amigos que fiz ao longo desses anos no C4Clube e agora no DSClube – os carros são um pretexto para conhecer a galera e depois de algum tempo você percebe que fez grandes amizades!

Uma dica pra quem aqui participa desse tipo de clube: participe, se envolva, não queira as coisas de mão beijada!

 

Projeto Floquinho

Bom, dito todas essas baboseiras vamos ao que interessa – meu DS3!

As coisas que fiz no C4 sempre foram muito penosas (financeiramente falando), sempre parcelava as peças em 100000x e com o DS3 eu decidi que iria fazer diferente: iria juntar o dinheiro antes (quando possível – rsrsrs) para comprar as coisas e digo que é uma estratégia mais confortável!

Meu objetivo (tendo em vista que tirar potência de um carro turbo é muito mais fácil e “barato” do que em um carro aspirado) é ter um carro para o dia-a-dia e que também eu possa usar em trackday. Nada contra quem faça diferente disso, mas eu curto a ideia de usar o mesmo carro no dia-a-dia e em trackday, acho que você cria uma maior “intimidade” com o carro.

Uma das principais bandeiras da Citroën com relação ao DS3 é a personalização interior (cor dos painéis, molduras e etc) e exterior (adesivos laterais, teto, capô e etc) então a primeira coisa feita no carro foi adesivar o teto de vermelho.

DS3_001-teto-vermelho

Na Europa existe um DS3R (THP 200cv) que possui alguns grafismos laterais – esse foi o próximo passo. Conseguimos as imagens vetorizadas em um site gringo, um amigo que trabalha na área de design automotivo os enviou para uma gráfica e fizemos a aplicação (eu recortando o adesivo já colado tentando não cortar a borracha de vedação do vidro:

DS3_Grafismo01

Foram (e ainda são) vários finais de semana utilizando a garagem alheia para mexer nos carros.

DS3_Garage1

Durante o processo de adesivação, sempre nos preocupamos com uma alimentação balanceada (30 xburgers):

DS3_CBs

Depois disso vieram várias variações de cores e adesivos que irei detalhar melhor ao longo dos capítulos seguintes até chegar como ele está hoje.

O segundo passo foi mudar as molas originais por “H&R”.

O carro já vem com uma suspensão  firme mas uma coisa que me incomodava MUITO era o quanto ele quicava quando o asfalto era um pouco irregular, por exemplo em estradas que o pavimento era de concreto (pra quem conhece, o Rodoanel. a Nova Imigrandes ou a faixa da esquerda da Rod Bandeirantes em São Paulo). Em velocidades mais elevadas eu chegava a sentir medo de como o carro pulava.

A mudança das molas melhorou a situação da água para o vinho e não sacrificou o conforto (já reduzido) do carro – até a esposa notou diferença e gostou do resultado.

Uma foto de antes (cima) depois (abaixo) das molas:

DS3_Molas

Bom, vou ficando por aqui e nos vemos em breve na segunda parte desse PC #295.

Cenas dos próximos capítulos:

– Relacionamento com a Citroën

– Troca da válvula de alivio da turbina

– Short Shift

– Novela Intake

– Iluminação

– Escape

– Escape de novo

– Iluminação de novo

– Turbina

Fiquem à vontade para criticas e sugestões na área de comentários!

Abraços!

Por Lincoln Silva, Project Cars #295

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