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Project Cars Project Cars #31

Project Cars #31 – conheça a história do New Fiesta aspirado de Luiz Leão

Fala, galera do Flatout! Meu nome é Luiz Claudio Leão, nasci em Jacksonville, Flórida e moro em Maceió (AL). Tenho 20 anos e sou apaixonado por automobilismo desde que me entendo por gente.  Minha família inteira esta mergulhada no universo dos carros e motores, desde carros de corrida e carros antigos até hot rods e lanchas preparadas (meu avô achou que seria uma boa ideia pegar uma lanchinha de alumínio de 21 pés e instalar um Dodge V8 preparado com um comando bravo, quadrijet e cabeçote taxado) entre outras loucuras. Mas quem realmente me influenciou e me introduziu ao automobilismo e preparações foi meu pai, ou melhor, meu ídolo.

Faço questão de falar sobre meu pai porque além de ele ser a razão de eu estar tão envolvido com carros hoje, ele é um excelente piloto, com muito conhecimento em preparação, e mesmo aos 62 anos ele ainda não perdeu a molecagem.

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Tudo começou com arrancadas aqui em Maceió, aos 17 anos. Ele tinha um fusca 1300 com camisa e pistão de 1600 e um carburador só. Com esse Fusca ele participou de uma categoria de Fuscas e Pumas, e terminou em quinto lugar geral.

Em 1973 meu pai sofreu um acidente muito grave e teve que colocar uma válvula arbitrária no coração. Mesmo contra indicação médica meu pai seguiu seu sonho e alguns anos depois ele voltou às pistas para disputar a Divisão 3. Depois andou de Fórmula Vê e ao mesmo tempo andava de kart e participava do campeonato pernambucano de rali com um Fiat 147. Ele também participou de algumas corridas esporádicas no Campeonato de Marcas, Divisão 1, e entrou na categoria Norte-Nordeste de Formula.

Depois fez algumas corridas de stock car, que na época eram os Opala com motor 4100, e entrou no Campeonato de Marcas. Com um Escort AP 1.8  ele foi tricampeão dos 300 km de Caruaru, campeão Norte-Nordeste, e ao mesmo tempo andou na categoria de Corsa e foi campeão em 1999. Em 2000, iniciou o projeto de um protótipo com motor Subaru que começaria a correr em 2001 com o chassi Aldee.

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Com esse carro ele participou três vezes das 1000 Milhas de Interlagos e algumas corridas do Campeonato Paulista de Protótipos, também foi campeão em categorias Norte-Nordeste. Em 2003 deu uma parada e em 2006, com uma ótima oportunidade decidiu voltar a correr, entrou na metade do campeonato paulista de Spyder Race (protótipos com motor AP2000 carburados) e por apenas um ponto não ganhou o campeonato. Infelizmente o carro quebrou duas vezes em corridas e comprometeram a vitória, mas para mim, que estava acompanhando meu pai pela primeira vez em um campeonato que ele disputava, lagrimas de emoção não faltaram quando vi ele subir no pódio e receber o troféu de vice campeão paulista.

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Nos dois anos seguintes meu pai participou do campeonato pernambucano de Spyder Race (desta vez  com motor AP 1.8)e foi vice-campeão nos dois anos que correu. Infelizmente teve que abandonar as pistas por motivos de saúde.

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Depois do currículo do meu velho, vou falar um pouco de mim.

Tudo começou quando fui morar nos EUA em 2010 e decidi ficar para fazer faculdade lá. Em 2012 mudei para a Flórida para estudar na faculdade de Miami. Foi quando ganhei meu primeiro carro.

Meu pai realizou meu sonho e me deu um Mustang! Tudo bem… não era um 5.0, mas não importa. Aproveitei ao máximo o carro. Ele tinha um motor 3.7 V6, câmbio manual de seis marchas, 305 hp originais e 1.500 kg. Com o apoio do meu pai e a facilidade de preparar um carro nos EUA, não demorou muito ate eu começar a futucar.  O carro tinha escape completo, CAI da Steeda, espaçador de injeção Airaid e um acerto da BAMA feito através de um plug and play da SCT, molas Eibach e pastilhas Hawk de cerâmica completavam o conjunto. Andei em Homestead e o carro era um tesão! Mesmo com o eixo rígido na traseira o carro fazia muita curva, saía um pouco de frente, mas nada excessivo. Deu trabalho para alguns V8!

Mas o ‘Stang durou pouco; por motivos pessoais decidi que o melhor para mim naquele momento era voltar para casa. Cheguei no Brasil em maio de 2013, e junto comigo trouxe a necessidade de um novo carro. A ideia inicial seria um Ford Focus hatch manual 2.0 Duratec flex usado — um carro muito difícil de encontrar conservado, tanto em minha cidade ou em cidades próximas.

O tempo foi passando e a urgência de ter um carro estava crescendo. Certo dia fui à concessionaria Ford daqui de Maceió para ver quais seriam minhas opções caso eu fosse comprar um carro zero, e aí veio o New Fiesta. Fiz um test drive, achei o desempenho bem interessante para um carro 1.6, mas o que eu gostei mesmo no carro foi a suspensão, firme e com uma leve tendência de sair de traseira. Não pensei duas vezes em voltar lá e pegar o New Fiesta Titanium 1.6 manual.

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No começo pensei logo em fazer um swap para o tão desejado Duratec 2.0 Flex, mas depois de estudar o projeto o receio cresceu — não estava seguro para fazer tamanha “cirurgia” e não queria deixar o carro na mão de ninguém, sem contar a falta de tempo e a necessidade do carro no meu dia a dia.

O swap não era mais uma opção, então decidir aceitar o 1.6 na minha vida e procurar “receitas” para o novo Ti-VCT. Primeira coisa que veio na mente foi um turbo. Nunca fui muito fã dos caracóis — minha “tara” sempre foram os aspirados—, mas a ideia do turbo estava grudada feito uma lesma no meu cérebro e fui pesquisar as possibilidades e caminhos para turbinar o carro.

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Queria algo extremamente bem feito e que eu pudesse confiar. Algo que não me deixaria na mão e pudesse ser meu daily andando redondinho, pouquíssimo lag e tudo bem acertado. Turbo pequeno, intercooler, radiador de óleo, injeção stand alone etc. Estava bem animado, porém tive que encarar a realidade: fazer um investimento grande em uma preparação pressurizada para um motor com 12:1 de taxa de compressão e fama de fragilidade é complicado. Além disso, os componentes forjados sairiam caros demais. Pelas limitações envolvidas o investimento não valeria a pena. A saída foi optar por um projeto aspirado.

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O objetivo com o carro é ter um daily preparado para andar em uma pista a qualquer momento. O motor receberá uma preparação aspirada leve. Suspensão e freio serão aprimorados, o câmbio também será uma das vítimas na historia e mais alguns detalhes que falarei no decorrer dos posts. Hoje em dia o projeto está na metade do caminho, mas vou começar a explicação desde o zero, passando por todas as modificações de uma forma bem detalhada nos próximos posts. Até lá!

Por Luiz Leão, Project Cars #36

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