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Project Cars Project Cars #321

Project Cars #321: a primeira revisão e alguns upgrades para o meu Escort XR3 conversível

Olá, meu nome é Régis, sou de Porto Alegre e estou aqui de volta para fazer o segundo post do meu Ford Escort 2.0i XR3 Mk5 Conversível 1995 Azul Europa. Pra quem perdeu o primeiro, segue o link.

Os upgrades começaram cedo no carro. Ao longo dos anos de procura pelo conversível Mk5, eu fui comprando e guardando muitas peças raras deste modelo de Escort: faróis (muitos), piscas, grade, parachoque , bancos, tecido, botões, revestimentos e forros, capota reserva, entre outras coisas. Para tudo! Eu sou um acumulador! Eu admito! Depois que comprei o carro, acabei vendendo alguns itens que realmente não ia precisar mais, como por exemplo, o jogo de bancos Recaro igual ao que veio no carro.

Ao encostar na oficina, já providenciei a troca dos faróis por outros originais, porém reformados, com os focos metalizados a vácuo. Os faróis originais deste XR3 perdem o cromo ao longo dos anos e acabam por não iluminar nada à noite. Quem quiser a dica da empresa que faz metalização a vácuo em peças plásticas, deixa um comentário aqui que eu respondo.

Outra alteração feita foi a troca dos piscas laranjas (âmbar) por transparentes da Acrilux, peças paralelas mas de extrema qualidade. Particularmente eu prefiro o visual com os piscas transparentes. Foram trocadas também as lanternas traseiras que estavam quase rosas pelo desgaste do tempo.

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Como eu já tinha falado no Project Cars #177, o carro pra mim não precisa estar perfeito de lataria e pintura mas é obrigatório que seja confiável. Que eu possa deixar meu carro 30 dias parado na garagem, eu ligue o borne da bateria, bata a chave e o carro esteja 100% para ir e voltar de uma viagem. Carro é para ser usado, não para ficar criando raiz na garagem.

Na foto abaixo, juntamente com o XR3 75 Anos Special Edition do meu amigo Alexandre Garcia, uma das 175 unidades produzidas pela Ford:

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A revisão geral

Os bons mandamentos automotivos dizem que, sempre que se compra um carro usado, deve-se realizar uma boa revisão mecânica. Andei alguns dias com o carro mas segui à risca a ideia de fazer esta revisão. Deixei o carro na Garage364, mesma oficina que fez a preparação do meu Mk4 Vermelho #177, com meus amigos e mecânicos André Garcia e Laerte.

Antes que me perguntem, a ideia sempre foi deixar o MK5 com a mecânica original. Não pretendo mexer em potência do motor pois já tenho o Mk4 com 156cv para divertimento.

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De largada, na oficina foram removidos o engate de reboque e uma trava de câmbio e freio de mão chamada Multilock, o ¨quadro da dor da fratura exposta¨, apesar de entender a necessidade do uso para algumas pessoas. Era simplesmente horrível!

Bom, vamos mergulhar na grande revisão mecânica e elétrica:

O carro apresentava diversos vazamentos de óleo e fluído de direção hidráulica. Também vazava gasolina por falha de vedação em dois bicos. A revisão que era para ser básica, acabou se tornando em uma grande intervenção mecânica, só não foi nível “Hard” porque não foi retirado e refeito o motor.

O vazamento de óleo do motor se dava pela junta do cárter. Eram três ou quatro pontos onde pingava e  “emporcalhava” o chão da garagem. Aí começa a festa! Já que íamos trocar a junta do cárter, optamos por já substituir algumas peças da mecânica do bloco, a fim de alongar a vida do AP 2.0 que, aparentemente, tem 160.000km e seu hodômetro de cinco dígitos marcava 60.106km quando ele entrou na oficina. Acreditamos ser a km original do carro. Não fuma, não bate e acho que vai longe! Foram substituídas as bronzinas por um kit Sintermetal STD, bomba de óleo original VW e a junta do cárter com defletor Sabó. Foi realizada também a limpeza do Trocador de Calor, uma peça complicada de se achar original. Sempre busco colocar peças originais em partes cruciais dos meus carros.

Também foram trocadas as buchas do trambulador pela dificuldade de se engatar a marcha ré. Vou dizer que a dificuldade maior não era engatar mas sim desengatar a marcha. Tinha que dar uma pancada pra voltar ao ponto morto.

Por cima, trocou-se a junta da tampa de válvulas e se refez a linha de combustível sobre o cabeçote com aeroquip e foram trocadas quase todas as abraçadeiras do cofre por Inox. Foram refeitos todos os chicotes dos bicos, bobina e positivo da bateria, além dos aterramentos.

Entre os itens trocados estão:

– Tampa do reservatório de arrefecimento;

– Cabo e trava do varão do capô;

– Vareta do óleo;

– Correia de comando/tensor e todas as demais correias;

– Velas e Cabos;

– Filtros de Ar e Combustível;

– Mangueira Anti-Chama;

– Todos os fluídos do carro, inclusive o óleo da caixa;

– Tampa do rotor;

– Rotor de Eixo Grosso Bosch 300;

– Tampa do óleo no cabeçote;

– Prisioneiros da tampa de válvulas;

– Kit de vedação dos bicos injetores;

– Cabo do acelerador;

– Cabo da embreagem;

– Reservatório da Direção Hidráulica (este sim foi uma pancada $$$ pois comprei original e esta peça é alemã);

– Buchas do Trambulador.

_Foto 44

Outros itens relizados:

– Resistor do primeiro estágio da ventoinha;

– Refeitos todos os aterramentos;

– Instalação de borne de bateria com parafuso para desligamento;

– Troca do terminal de direção Nakata

– Troca das lâmpadas H3 (luz alta), H4 (luz baixa) e dos neblinas (H3);

– Conserto do miolo elétrico da fechadura do portamalas;

– Reforço e alongamento do protetor de cárter com chapa metálica;

– Conserto da luz do parassol;

– Conserto da fechadura da tampa do tanque de combustível;

– Instalação de alarme, interface nos quatro vidros com antiváculo (a ser tratado em próximo post);

– Retirada do engate de reboque;

– Geometria e balanceamento das rodas.

Assim como fiz no Mk4, retiramos muitas peças do cofre do Mk5 para fazer pintura eletrostática, eliminando qualquer ponto de oxidação e deixando o cofre com um visual bastante bonito e novo.

Também mexemos na suspensão e isso tratarei melhor no terceiro post, pois é um item bastante importante nestes Escorts Mk5 (e Mk7) e que gera sempre bastante discussão.

Na suspensão foram trocados:

– Bandejas com buchas integradas marca Axios (sem dúvida a melhor de todas as opções);

– Bieletas Nakata;

– Barra axial;

– Amortecedores refeitos (recalibrados);

– Bucha superior da suspensão traseira.

Após a função toda, os componentes elétricos foram protegidos e o cofre recebeu um banho, com posterior aplicação de WD-40.

Tirei o carro da oficina mas ainda faltavam resolver alguns problemas como a maldita luz do alternador no painel que teimava em ficar acesa quando pisava no freio ou ligasse os faróis. Nesta segunda etapa na oficina, foram feitos os seguintes serviços:

– Recondicionamento do Alternador e nunca mais a luz voltou a acender;

– Troca do sensor de temperatura do motor que tinha enloquecido;

– Troca do sensor de detonação que deixava a lenta lá em cima;

– Troca da junta do atuador da lenta;

– Remoção de vazamento do motor da capota e troca do fluído (líquido de DH).

Algumas manutenções foram feitas ao longo do ano de 2015 que citarei em próximo post também. Ao rodar mais com o carro, fui identificando e diagnosticando os problemas.

 

Comparando o Mk4 com o Mk5

As pessoas me perguntam sobre as diferenças de comportamento entre o Mk4 1989/1990 e o Mk5 1995. Aproximadamente 10 anos separam o projeto efetivo destes carros. A base do Mk4 é a mesma do Mk3, lançado em setembro de 1980 na Europa. O Mk5 já é um projeto mais moderno, apresentado na Europa em setembro de 1990.

_Foto 53

Se for comparar a dirigibilidade das duas gerações em modelos originais, ou seja, sem as alterações ou melhorias na suspensão e rigidez estrutural, posso dizer que minha experiência com o Mk4 me mostra um carro com uma dirigibilidade mais tosca e menos estável. Meu Mk4 saía bastante de frente nas curvas e corrigi isto colocando a barra anti-torção superior da Imohr. Estruturalmente, o Mk4 é mais frágil onde cito especificamente as longarinas que ¨adoram¨ rachar, com ênfase nos modelos conversíveis. Arrisco até a dizer que o motor 1.8 AP é um tanto incompatível pelo excesso de potência sem rigidez estrutural necessária na dianteira do Mk4. Um exemplo bem claro disso é que a Ford passou a vender os Escorts Mk5 Conversíveis já com a barra anti-torção superior original de fábrica.

A cabine do Mk4 é mais apertada. As vezes me sinto até num cockpit com os comandos ergonomicamente bem resolvidos e com o parabrisa mais perto do meu rosto. Estico o braço e alcanço em todos os comandos, inclusive do ar condicionado e do rádio. Sobra pouco espaço entre meu ombro esquerdo e a porta.

Já o Mk5 tem uma ergonomia de um carro mais moderno, com mais espaço e largura folgada. sobra espaço para os pés e as pernas. O volante é levemente mais inclinado, o painel e o parabrisa estão um pouco mais distantes do meu corpo e do meu rosto. Os comandos já ficam um pouco mais distantes e, para a mesma posição do banco, eu preciso me esticar mais para alcançar os comandos do ar condicionado e do rádio.

A dirigibilidade do Mk5 empolga bastante, mesmo ele estando original praticamente original. Gosta de uma curva e não sai de frente. A traseira balança verticalmente um pouco mas nada que prejudique a dirigibilidade. Algumas pessoas talvez até discordem do meu ponto de vista pessoal mas acredito que as opiniões não devem fugir muito disso.

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Para quem vai atrás, apesar do Mk4 ter três cintos de segurança e estar homologado para cinco passageiros, não se consegue colocar três adultos sentados no banco traseiro. Já o Mk5 tem maior largura e dispõe de cinto de três pontos nas laterais. Como a maioria dos conversíveis, o espaço no banco de trás não é generoso nos Escorts mas consegue-se realizar pequenas viagens sem problemas.

Após estes comentários, vocês devem estar se perguntando: qual é o melhor? Qual que tu preferes? Eu sou louco nos dois, cada um com suas peculiaridades, seus prós e seus contras. O Mk4 tem oito anos de história comigo e já rodamos um bocado. Ele que me trouxe muito conhecimento e me traz uma alegria imensa quando piso no acelerador, o negócio destraciona e despeja 156cv com um p… torque nas rodas originais. É um brinquedinho muito legal. O Mk5 me traz conforto com sua rodagem mais suave, além de eu ser louco por seu design. Ambos me dão um tesão absurdo de dirigir. Não vendo, não troco, não negocio e não coloco no prego!

Nos próximos posts vou tratar sobre alguns upgrades que fiz e modificações sutis como o spoiler dianteiro. Vou falar também um pouco sobre capota, capota elétrica, caixa curta/longa, rodas, as primeiras viagens com o conversível e mais alguma surpresa já no próximo post. Enquanto isso vou baixar a capota e dar uma volta. Um abraço a todos e obrigado pela leitura do meu post.

_Foto 57

Por Régis Vasconcellos, Project Cars #321

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