Olá, pessoal! Me chamo Renan Augusto e sou o dono do PC #402, o da Subaru Outback 2002/2003. Vocês talvez me conheçam como FearWRX nos comentários do FlatOut.
Falando um pouco de mim, resumidamente, como alguns gostam de dizer, nasci com essa doença que é gostar de carro. Desde pequeno ja sabia o nome do todos os carros na rua (obrigado Gran Turismo), motores, até meus pais e avos me consultavam pra saber qual carro era aquele que aparecia de vez em quando, sem contar que vivia na oficina do meu avô deitando embaixo dos carros, enchendo o saco, digo, falando com os mecânicos.
Se preparem pra ler muito porque gosto de escrever, meus PCs tentarei escrever o máximo que consigo e com mais detalhes o possível. Caso queiram, num próximo post posso até postar os prós e contras do carro como haviam sugerido. Isso é uma história de amor e ódio e muito diálogo homem máquina além de algo meio “espiritual” até, diria.
Eu salvei duas, o que está esperando pra fazer sua parte?
Como muitos, cresci jogando Gran Turismo e, graças a essa desgrama, sou doido pelos japoneses, 300ZX, Legnum, Accord, FTO, Stagea e afins… Porém, nunca tive uma marca específica pra gostar, isso mudou há cerca de uns 7 anos atrás quando finalmente decidi minha marca, por culpa do Ken Block e seus Gymkhana, era pra mim (e ainda é) o máximo ver o que ele fazia com aquele carro. Ele mudou seus carros e a paixão permaneceu, nesse meio tempo, foi crescendo a vontade de ter um, pelos motivos que devem imaginar. O ronco do Boxer e a tração integral permanente.
Porém, de começo, comprei em 2014 do meu pai uma Fiat Palio Weekend Série 30 Anos cor Vermelho Barroco Perolizado, completa, kit dignidade e até bônus como computador de bordo e abertura interna de tanque e porta malas. Fiquei 4 meses com ela, fui demitido e foi pro meu avô, o qual guardou o carro num literal sentido, até eu me estabilizar e poder comprar se volta. Nesse meio tempo, tive também um Voyage GL 1990, interior monocromático (que até eu postar em algum grupo do whatsapp eu não imaginava que era uma configuração rara). Foi embora meses depois porque, não, não me acostumei com um carro sem ar-condicionado e direção hidráulica. Sim, frescura.
Eu ia imaginar que isso era raro?
Então, no fim de 2015 comprei de volta a Palio Weekend e começou a fuçadeira. Farol com máscara negra, película fumê na traseira, emblemas vermelhos (mais recentes da Fiat, o anterior era azul) abafador Turbão, Velas Iridium da Denso e Filtro inFlow. O carro ficou outro com essas coisas, não era mais amarrado em alta e andava “bem mais” e não mudou nada em consumo. Adorei as modificações.
Foi um carro que marcou uma época maravilhosa na minha vida, comecei a namorar pela primeira vez, pais bem, trocando de carro também, consegui um emprego bom de volta depois de meses sem trabalhar. O carro nunca me deu uma dor de cabeça, eu tinha, tenho, uma ligação fortíssima com esse carro, vocês irão entender, mas outros me chamarão de louco, mas toda vez que chego perto do carro, que agora está com uns tios e cuidam MUITO bem dela também, sinto uma energia positiva dela, algo como se ela falasse “saudades”. Um dia a irei comprar de volta.
Coisas de primeiro carro, talvez.
E então chegamos à Outback, um sonho de criança, que joguei trocentas vezes com esse carro e, sim, me cativava mais que o Impreza por dois motivos:
– Interior mais bem acabado
– Visual (adoro aquela lanterna enorme)
Ela no encontro do FlatOut. Constate a diferença na próxima foto.
Falando um pouco do Legacy em si, ele surgiu como um sedã grande, acima do Impreza, portanto tinha, alguns, mimos e motores mais potentes que o irmão menor. Itens como banco elétrico, teto solar duplo, ar digital e automático eram itens exclusivos do Legacy, além de motores 2.2 e 2.5 naturalmente aspirados eram tudo exclusivo do Legacy, sendo que este nasceu pra suceder o Leone, que era até então o sedã grande da categoria. Foi inclusive campeão de rali algumas vezes, mas o sucesso da Subaru veio mesmo com o Impreza e o mítico Colin McRae. Voltando ao Legacy, ele existiu, e existe até hoje em três carrocerias, sedã, perua e uma configuração um tanto estranha que existiu para o mercado norte americano chamado Baja, somente na terceira geração, que era como se tivessem pego um Legacy TW (Touring Wagon), cortado o teto e os vidros do porta malas e colocado uma caçamba e lanterna estranha lá.
Porém foi a partir da segunda geração do Legacy (1994+) que surgiu a versão Outback, o nome tem como inspiração as regiões áridas da Austrália, sendo que o carro era como se fosse uma Palio Weekend para nós, uma perua com roupagem aventureira que tinha pneus mais altos e largos, suspensão mais alta e pintura em dois tons. E por alguma razão, mesmo sendo um Legacy, a Subaru não chama este de Subaru Legacy Outback e sim apenas de Subaru Outback.
Pois bem, fui ver o carro numa cidade vizinha e eu estava cego pelo carro, hoje vejo. Os defeitos estavam na minha cara entre eles: Luz de injeção acesa, barulhos de bucha estourada, para brisa trincado, cheiro de coisa velha por dentro, para choques trincados, barulheira infernal no painel, marcha lenta oscilante, quase 1.000 só de débitos, pneus ressecados… Mesmo levando no mecânico, fui lá e comprei depois de vender pros meus tios a Palio (desculpe, Christine). Eu estava cego pelo carro, talvez eu até chame essa de Christine também mesmo não sendo vermelha porque essa maldita me escolheu, algo como se ela tivesse me visto e “Me compre, eu sei que você vai me salvar das mãos desse cara que acabou comigo”, me olhando com aquele olhar vesgo dela que sou apaixonado por.
O adesivo foi embora no primeiro dia
A partir daqui tudo na minha vida começou a desandar. No primeiro dia o carro, cerca de 6 horas depois do carro estar na minha mão, ela me superaquece e lá vou eu correndo pra oficina com ela como se fosse um jogo de vídeo game onde eu brigava com o ponteiro de temperatura pra não deixar esquentar muito, tive que parar 3x pra esperar esfriar. Me lembro de numa dessas breves andanças com ela, passar a mão no volante e falar pra ela, “Não me dê dor de cabeça, vou te dar tudo do bom e do melhor a seu tempo, tudo bem?”. 3 horas depois a maldita me superaquece, foi como um “Ah é? Veremos”, dela. Tanto que fiquei mais de um mês sem trocar uma palavra com ela com medo que ela me desse outro susto desses. Até minha avó, que foi a última pessoa a andar no carro antes de dar problema, não entrou no carro por um bom tempo.
Chegando na oficina, os sustos. Constaram tudo que eu já sabia, mais os amortecedores cansados, pneus deformados, entrada de ar falso no motor…
Como esse neblina ficou assim??
Não tenho vergonha de falar que naquele dia quando cheguei em casa me acabei de chorar com tudo que aconteceu. Um sonho de uma vida, que durou horas, destruído. Minha vontade era de rasgar, picotar, os pôster da Subaru no quarto, me rasgar de raiva, pra piorar, semanas depois perco a namorada e meus pais se separam. Sempre dá pra ficar pior né?
Foram, estão sendo, alguns desses pontos, difíceis pra mim ainda. Mas no dia seguinte, acordei, respirei BEM FUNDO, e num dos poucos momentos de otimismo meu, olhei novamente pros pôsteres e:
“Vai melhorar. Vou conseguir”.
E, passado cerca de dois meses com o carro, eu diria que praticamente restaurei um carro que estava com semanas de vida contado, num carro sem barulhos, íntegro, para choques novos, peças novas, muita conversa, busca por peças e opções e o resultado é gratificante. É gratificante ver que a jaca japonesa agora roda liso, sem barulhos e inclusive ainda ganhei admiração da família e até dos mecânicos pela insistência que tive no carro. Vendi e perdi muita coisa nesse meio tempo, não sei ainda se o saldo foi positivo mas… É a vida. Prega peças.
E tudo isso será assunto pro próximo post onde começarei a contar parte do que troquei, os causos e valores de tudo. Pois como tudo já está praticamente feito, irei detalhar bem a fundo o que que causou cada um dos problemas que tive com o carro.
Save the Wagons e a waifu também.
Espero que tenham gostado e acompanhem!
Por Renan Augusto, Project Cars #402