Comunico-vos que, neste sítio eletrônico, na data de hoje, traremos a metade da jornada acerca do primeiro estágio da BMW 325i Coupé Manual! Seriedades à parte, lá vamos nós para o 3o Post da saga BMW, onde nossa Neguinha começa, finalmente, a tomar forma e, pela primeira vez, bota as patas em uma pista!
A saga Crepúsculo do para-choque
Conforme citei em nossa última conversa, guardei por um tempo os tão sonhados Para Choques e Saias Laterais do Kit M no lava car de um amigo. Minha vontade era de instalá-los assim que chegaram em minhas mãos, uma vez que saíram de uma BMW também preta, porém o estado em que se encontraram, graças ao manuseio das peças, era deplorável. Assim sendo, para me capitalizar, os deixei guardados por um tempo. Assim que possível, cerca de um mês depois, consegui enviá-los à pintura, realizada pelo pessoal da Batman Car, daqui de Londrina.
Assim que os deixei lá, desmontamos os frisos que fazem parte do para choque normal da 325i, onde minha grande inocência acreditou que serviriam de forma maestral na nova peça. Ledo engano. Saí de lá chateado, porém tranquilo, sabendo que se tratavam apenas de pequenas peças plásticas, e que em cinco minutos, deslocaria à concessionária BMW da cidade, compraria as benditas e já deixaria no funileiro, para ganharem seu merecido lugar na jóia.
Mais um engano. O kit de frisos do para choque dianteiro custam absurdos R$900,00, e o kit de frisos de porta largos, original do kit M-Technik, custam a bagatela de R$2500,00. Conseguem majorar um valor destes num punhado de plásticos de 5 cm de largura? Nem eu! Entrei no site da ECS Tuning, e encomendei as peças do para choque dianteiro, mais os dutos de ar originais BMW para os freios e, na conta, um jogo de linhas de freio em inox (aeroquips) específicos para as 4 pontas da negrinha! Tudo isto por menos de R$700,00, com frete incluso para o Brasil! Lindo!
A peça traseira foi um engano comprar, uma vez que os para choques são todos iguais, só mudando o defletor (destacável) na parte inferior dele. Já a dianteira, linda e imponente, com cara de esportivo noventista, tinha, por imperfeição do antigo dono, uma “cerca de galinheiro” no lugar do buraco onde vai a grade colmeia, bem como foram retiradas “somente” 14 camadas de tinta da peça, até conseguir chegar no primer. Tranquilo, né?
Com as peças em mãos, foi um processo de montar as peças no para choque, e este, no carro. Depois de dois dias, fui buscar a Neguinha no funileiro, onde tive outro desprazer. O espaço para colocar a ponteira do escape era muito pequena, por ter saído de uma 323, não entrando a boca dupla do abafador de minha 328i. Lá fui eu levar à Duque Escapamentos para resolver a peleia. Fiquei R$800,00 mais pobre, mas com um silencioso novo, de Omega 6cil, somado a uma bela ponteira oval de inox, voilá, quase todos os problemas estavam resolvidos!
Para terminar o assunto, o suporte de placa dianteiro vem com um emblema BMW em alto relevo. Não tive coragem de tampá-lo, então: #jogadelado a placa!
Mais alguns mimos
Como a internet é um lugar muito vasto, e lotado de coisas muito legais para se ver e se comprar, em uma das minhas navegações, me deparei com um adaptador BT para cassette players. Parecia algo que ficaria muito para frente, mas eis que aparece um intercâmbio de um amigo para a Itália. Na volta dele, recebi a linda da fita, que tem bateria interna, que dura cerca de 8 horas de transmissão contínua, bem como possui microfone integrado, para atendimento de ligações na função, tendo assim um visual clássico, que alia Cassette, Disqueteira para seis CDS e, agora, Bluetooth!
Além disso, aproveitando o retorno dele à Huehuelândia, encomendei a Manopla M Technik, com a logo M e o indicador de 5 marchas, eliminando, de uma vez por todas, o falo metálico que um dos donos anteriores havia colocado à direita do motorista, para maior prazer.
Por fim, ao passar por um ferro velho da cidade, vejo que os piscas laterais da 325 sedan que lá habitava eram laranjas. Ofereci uma troca mano a mano, que foi aceita, e saí com eles, deixando meus piscas cristais na carcaça do carro à venda!
Track sustos day
Inscrição paga, alegria garantida, ansiedade à mil! Todo track day me tira de foco, de centro, do mundo! Fico feliz, eufórico, irritado, com embrulho na barriga, e tudo isso passa no momento que coloco a primeira “patinha” na pista. Mas desta vez era diferente. Tinhamos que deslocar 370km, entre Londrina e Cascavel, para chegarmos e fazermos este embrulho passar. Na sexta, ao abastecer o carro e sair do posto de gasolina, vi uma R8 passando, e não pensei duas vezes ao sair acelerando atrás dela. Tração traseira, rotatória, pé no porão… É, ela saiu de lado. Saiu muito de lado, a ponto de ver a merda feita. Mas mantive a calma, consertei a trajetória, e passei acelerando do lado do bólido, fazendo tudo aquilo parecer friamente calculado. Entrei na garagem de casa, e fui direto olhar os pneus traseiros. Estavam… carecas! Mas só na parte interna! Por isso do susto na rotatória.
Sábado cedo saio igual um doido pela manhã para ir à loja de pneus, e comprar um par para curtir a viagem, mas recebo um soco no estômago. A medida 235/40 18”, nos Falken FK452, não tinha a pronta entrega. Por sorte, um amigo possuía um par destes ainda com pelinhos, pois vendeu o carro que os usava e retirou os pneus antes, e me vendeu os borrachudos por um valor abaixo do mercado. Corri trocá-los, balanceá-los, dar um banho nela e, por que não, fazer uma fotos, pois na madrugada, faríamos aquela jornada.
Meus companheiros de empreitada me zoavam, falando que o carro não aguentaria a pancada, e que eu voltaria de guincho, se tivesse a sorte de chegar até lá. Eles, claro, estavam muito melhor “munidos” para uma viagem. Fui acompanhado de um A5 Quattro com cerca de 270wHP, e uma 335i Cabrio (E93) com 340wHP, dois monstros!
Começamos a viagem com a promessa de que não abusaríamos da velocidade, uma vez que era minha primeira com a Coupé pronta, e não conhecia suas reações. Foi a mesma coisa que implorar para os amigos acelerarem muito. Eles tinham carros modernos, com câmbios automatizados e marchas longas, enquanto eu tinha um coupé dos anos 90 com câmbio curto (a BMW limita a 260km/h@7000RPM, graças ao diferencial 3.15). Nas primeiras curvas, tinha certeza que eu pisaria e ela rodaria, me fazendo morrer (exagerado, eu sei, mas ainda estava assustado com a “traseirada” do dia anterior). A suspensão parecia macia demais, alta demais, a todo barulho que ouvia, parecia que vinha do carro. Um desespero. Mas isso passou, a confiança veio, e a velocidade também. Algo proibitivo, e muito. A viagem durou três horas, parando para um abastecimento e alimentação rápida, e a média de velocidade ficou em 120km/h.
Passamos no posto de gasolina, completamos os tanques e, chegando ao autódromo, preparamos os veículos, instalamos transponders, realizamos o briefing e partimos para a pista! Como caronas, é claro! No Track Day dos Amigos, em cascavel, temos a responsabilidade de levar os novatos para uma volta, dando dicas da pista, das nuances e, se possível, de algum comportamento do carro que a pessoa usará.
A tão esperada entrada na pista aconteceu… e durou duas voltas. Um pneu dianteiro formou uma bolha na estrada, e na curva do bacião (curva 1), ele estourou. Voltei transtornado aos boxes, com um pneu estourado, as bordas da roda raladas e com um track day terminado em 10 minutos. Ou não! O amigo que foi com a 335 havia levado um jogo de rodas 18”, originais do veículo, para o autódromo, e não as utilizou. Resultado: duas rodas style 32 (traseiras), 2 rodas style 193 (dianteiras), milhões de voltas na pista, e um respeitável tempo de 1:24,8, ficando a frente de carros como Sandero RS.
O carro aceitava sessões de 10 voltas cada, sem aquecer ou faltar freio! Porém, nem tudo é perfeito, e pude notar que, em uma curva para a direita (curva 3), quando abaixo de 1⁄4 de tanque, ela dava falta de combustível! Situação anotada, vida seguida. Voltamos a Londrina, e a neguinha chegou, firme e forte!
Melhorias e encontro
Haja vista já estar com duas rodas do amigo, aproveitei e emprestei as outras duas, e mandei minhas 18” para uma merecida pintura. Como já havia trocado os pneus traseiros, e um dianteiro havia “falecido”, comprei um par de pneus 225/40 para a dianteira, da mesma marca e modelo. Assim, completou um bom jogo de pneus, e as rodas logo estariam do gosto.
Neste ínterim, por fim, aproveitei a boa performance na ida a Cascavel, coloquei a família dentro do carro, enchi o tanque e levei todos para Curitiba. Como temos outros donos loucos de Bávaros na capital da Rússia Brasileira do Estado, chamei-os, despretensiosamente, para um churrasco na casa de meus pais. E eles foram! Povo legal, cabeça, e muitos carros lindos. Dentre eles, uma 328Xi E91 touring (4×4) e um dos 5 exemplares manuais da 330i E46. Fora o passeio em uma 328i Turbo. Que dia, meus amigos. Que dia!