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Project Cars Project Cars #45

Project Cars #45: os macetes da embreagem do Escort XR3 1.8

Olá gearheads, fanáticos por carros e demais curtidores. Deixem-me estacionar meu XR3 no Project Cars do FlatOut! mais uma vez. No primeiro e segundo posts contei sobre o que me levou a ter o conversível e também algumas das “intervenções cirúrgicas” que fiz no XR3. Coisas relativamente simples que não demandaram muito tempo nem tanta grana.

 

Mas aí veio a embreagem…

Desde quando peguei o carro notava que havia uma patinação do disco de embreagem que me atormentava sempre que ele estava numa marcha alta, sob aceleração. Nada que impossibilitava o carro de andar normalmente, mas numa subida de serra com o pé do acelerador um pouco mais fundo ela aparecia. Nessas horas me lembrava do irritante Fit CVT que tive no passado.

Foi então que, depois de muito tempo convivendo com esse drama, decidi encostar o carro no estaleiro para retirar o câmbio e resolver logo esse problema.

Como curiosidade, o Escort com motor AP utiliza uma caixa de câmbio modelo 020 da Volkswagem, importada da Alemanha, a mesma usada no Golf MK3 e nos carros da Seat importados para cá na década de 1990.

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Caixa de câmbio 020 VW

Outra curiosidade é que a construção do platô é do tipo pull-type e sua montagem é ao contrário, ou seja, o platô é montado diretamente no  virabrequim e o volante é fixado neste.

Nessa embreagem não há o tradicional rolamento, mas um eixo que encosta numa placa de acionamento quando o pedal é pressionado, movendo assim a mola membrana do platô, desacoplando o sistema.

Embreagem

Manual técnico Ford – Motor AP 1800

No caso do meu XR3, ao contrário do que eu pensava, não era o disco de embreagem que estava gasto, mas foi o óleo de câmbio que passou para a caixa seca através do retentor do eixo de acionamento, contaminando o material de atrito. E o resultado foi esse:

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O disco completamente contaminado pelo óleo:

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Havia também um forte ruído vindo da transmissão quando o motor estava em marcha lenta e a embreagem acoplada. Eu pensei: “Ferrou tudo. Vou ter que abrir o câmbio, pois os rolamentos lá dentro já eram”. Para o meu alívio, eram as molas do disco de embreagem que estavam com folga dentro do seu alojamento.

Platô e disco de embreagem comprados, a parte mais difícil foi achar o tal do eixo de acionamento, pois o antigo, pelo desgaste, havia perdido um pouco do seu comprimento. Felizmente encontramos um original VW e este foi substituído.

Pela experiência com esse carro posso dizer que praticamente qualquer coisa feita de plástico ou borracha, principalmente aquelas que estejam expostas a grandes variações de temperatura ou em contato com óleo, mesmo num carro com relativa baixa quilometragem, estarão praticamente inutilizadas ao passar de algumas décadas. Isso vale para juntas, retentores e mangueiras.

No processo da troca da embreagem, aproveitei para substituir os retentores do virabrequim e os do câmbio. Vieram também novas juntas do carter e da tampa de válvulas. Além disso, todas as mangueiras do sistema de arrefecimento, que estavam “crocantes” quando eram apertadas (sinal de ferrugem impregnada em suas paredes internas) e abraçadeiras foram substituídas, junto com uma nova válvula termostática.

 

Era uma vez a Autolatina

O Escort com o motor AP da Volkswagen foi o primeiro fruto depois da criação da Autolatina em 1987. Nesse tempo com o XR3 fui atrás de algumas informações e curiosidades sobre a adaptação do motor VW no carro e outras histórias sobre a fabricação do modelo conversível que gostaria de dividir com vocês.

Teste impacto

Revista Quatro Rodas – julho de 1989

Mas isso fica para um próximo post. Enquanto isso, ‘bora abrir a capota e curtir um passeio num dia de sol.

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Até lá!

Por Germinal Vilchez, Project Cars #45

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