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Project Cars Project Cars #463

Project Cars #463: a história do meu Mitsubishi Eclipse Turbo 1991

E mais uma vez estamos por aqui! Depois de contar a saga da Eurotrip no PC#325, retorno aqui para escrever mais detalhadamente sobre meu carro (que já apareceu por aqui nos Achados meio Perdidos)! Me chamo Felippe Almeida, tenho 24 anos, moro em Criciúma/SC e, assim como a maioria que acessa este reduto gearhead, sempre fui fascinado por tudo que tenha motores e rodas!

Minha paixão pela marca dos três diamantes vem desde os 13 anos de idade. Lembro que após me buscar no colégio, meu pai parou em uma revenda de carros usados. Bem na frente estava estacionado um Mitsubishi Eclipse vermelho, da primeira geração, e ele resolveu parar para olhar o carro. O vendedor ofereceu para fazer um test-drive e ele não recusou. Ainda lembro bem da visão daquele carro baixo com teto preto, interior que parecia um cockpit de avião e o som da turbina enchendo! Fiquei fascinado pela colada no banco! Alguns dias depois ele apareceu em casa com o carro. Trocou um Celta pelo Eclipse e o virou o seu novo daily.

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Nesta época também conhecemos o extinto fórum Mitsumania e já fomos para o Encontro Nacional de 2006 em Florianópolis. Foi incrível ver, pela primeira vez, tantos Eclipses juntos! Além de conhecer pessoas que mantemos contato até hoje!

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Meu pai gostou tanto do carro que ele decidiu procurar outro. Todo dia olhava anúncios na internet. Até que achou uma em São José/SC. Era um 1993 aspirado, cor vinho, único dono e com apenas 17.000 milhas. Fomos em uma sexta-feira olhar o carro. Minha mãe se apaixonou pelo carro e autorizou a compra (a vermelha ela nunca gostou). Uma semana depois o carro estava em casa!

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A nova Garage Queen!

Meu pai utilizou a vermelha como daily por um bom tempo! Depois construiu outra garagem aqui em casa para guardar as duas e só saia com elas para viagens, encontros e algumas voltas.

Durante este período, participamos de encontros do clube em Porto Alegre, Gravataí, Erechim, Curitiba, Florianópolis, Lajeado, Gramado e algumas outras cidades. Em um destes encontros vi o carro que seria meu objeto de desejo até hoje! Desde então a primeira geração do Eclipse, chamada de 1G-A, começou a habitar meus sonhos! Fiquei fascinado pelos faróis escamoteáveis!

Em 2010, um ano antes de eu tirar a carteira de motorista, a vermelha foi vendida para um amigo nosso. Fiquei triste pois queria aquele carro. Aprendi a dirigir nele e tinha boas lembranças.

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Em 2011 tirei minha carteira de motorista. Meu primeiro carro foi um Renault Clio Dynamique 1.6, duas portas, preto. Apenas troquei a suspensão e coloquei um abafador de inox nele. Era o terror da vizinhança! Minha mãe me ouvia chegando em casa a umas oito quadras de distância! Em 2012 vendi ele para um amigo, que vendeu para outro amigo! Ainda está em ótimas mãos!

O substituto foi um Citroën C4 VTR. Coloquei rodas Enkei RS7 18×7.5” que estavam na Eclipse vinho do pai, molas H&R, abafador de inox e central multimídia. Curtia muito esse carro! Também vendido para amigos!

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Era setembro de 2014 e em um belo dia surgiu a possibilidade de comprar um Fusca. Eu estava doido por um carro para pode mexer, já que no VTR era muita eletrônica e sempre tive medo de fazer alterações grandes nele.

O candidato era um Fusca azul, rodas de Brasília, alavanca de siri e motor 1600. Não lembro o ano. Ia pagar R$ 3.000 pelo carro. Quando liguei para fechar negócio o vendedor me falou que já havia vendido um dia antes.

Era uma quarta-feira e cheguei em casa, ao meio-dia, triste por perder o besouro. Até que tive uma bela idéia: “Vou pesquisar Eclipse no OLX!” No primeiro anúncio dei um pulo! Era um Mitsubishi Eclipse 1991, 2.0 turbo, 45.000 milhas, cinza, de segundo dono e estava em Curitiba! Mostrei pro pai e ele também curtiu o carro! Aquele dia não consegui trabalhar direito. Abri o anúncio várias vezes e ficava olhando as fotos.

No mesmo dia à noite liguei para o anunciante. Na quinta-feira às 22h, eu e o pai pegamos a estrada em direção a Curitiba, de Eclipse! Chegamos somente às 6 da manhã na capital paranaense. Furamos um pneu na estrada e, para completar a saga, o estepe estava vazio. Coisas que acontecem com quem só sai com o carro esporadicamente.

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Tomamos um café e fomos para a casa do vendedor. A primeira impressão com o carro não foi das melhores. Nas fotos parecia bem mais bonito. O carro estava bem empoeirado, com cara de que não andava havia um bom tempo. As laterais estavam cheias de mossas e os cantos dos pára-choques com roídos de cachorro. Todas as rodas estavam com a pintura muito feia. Meu pai não curtiu muito o carro e quis voltar pra casa.

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Primeira foto do carro, o vendedor ainda nem tinha aparecido.

Como eu sabia o que era um Eclipse em ótimo estado e um mediano, comecei a examinar o carro. O interior estava muito inteiro e original. Por fora precisava de um belo trato. Ao abrir o capô pude ver que estava em seu devido lugar, mas parecia que já havia sido mexido no cabeçote.

Eu vi potencial no carro e resolvi arriscar, fechei a compra do carro. Voltamos pra Criciúma cada um em um Eclipse. Levamos dois rádios walkie-talkie e conversamos durante a viagem toda! Realização total em poder viajar assim com meu pai!

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Durante a viagem tive o primeiro susto: pegamos uma fila na subida de um morro e, ao arrancar, a embreagem patinou bastante. O primeiro defeito apareceu. Andei sem forçar por alguns minutos e tudo voltou ao normal.

Ao chegar em casa a primeira coisa a fazer foi lavar o carro. Alguns acabamentos que faltavam no interior foram encontrados por baixo dos bancos e carpete.

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Na segunda-feira seguinte comecei a organizar a transferência do carro. Separei os documentos necessários e levei para fazer a vistoria. Tive um pequeno problema, pois o número do motor não estava cadastrado no documento e nem na BIN. Expliquei a situação no Detran, mostrei as guias de importação, tirei uma foto do número do motor em uma vistoria particular e foi tudo resolvido.

Ao tentar procurar esses dados do número do motor nos documentos do carro que eu tinha, descobri o nome da primeira proprietária do carro. Era Jurema! Comentei com meus pais e amigos sobre a descoberta e o apelido pegou! Sempre que saia com o carro, alguém dizia que eu estava saindo com a Jurema! Tentei procurar ela na internet, mas não tive sucesso…

Nas semanas seguintes comecei a manutenção do carro. Alinhamos o pára-choque dianteiro, além de ter sido feita a troca da embreagem por um kit Excedy, óleo e filtros e o recondicionamento da turbina.

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Era final de ano e comecei a aproveitar o carro! Subi a Serra do Rio do Rastro pela primeira vez com o Eclipse! Era dezembro, num típico dia de praia. Eu e um amigo com um WRX Hawk aproveitamos a estrada vazia para curtir as curvas! Ali tive a constatação que precisava de amortecedores melhores…

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Até que o fatídico dia chegou… Era janeiro de 2015, sábado de sol, céu azul sem nenhuma nuvem. Estava indo pra praia por uma estrada nova. Um retão, sem movimento, sem lombadas, radares e nem cruzamentos. Resolvi dar uma esticadinha, mas nada fora do normal. Quando tirei o pé ouvi um ruído estranho. Fiz novamente e o barulho continuou. Já desanimei. Nem preciso dizer que o final de semana acabou ali pra mim, né?

Na segunda-feira levei o carro de volta pra oficina. Tiramos o óleo e saiu bastante limalha junto. O veredicto estava se confirmando. Existem dois tipos de Eclipse no mundo: os que já deram problema no eixo balanceador e os que ainda vão dar. O meu havia acabado de entrar para o primeiro grupo.

Tiramos o motor e levei o carro pra casa. O resto dessa história conto na próxima parte!

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Shit happens.

Por Felippe Almeida, Project Trip #463

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