Por Vinícius Malveze Project Cars #478
E aí, galera! Beleza? Depois de um longo tempo (longo mesmo!), estou trazendo a segunda parte do texto do meu projeto, um Subaru Impreza, ano 1996, que era 1.8 e era prata. A primeira parte você encontra clicando aqui. Eu digo “era” porque muita coisa mudou nesse meio tempo e aqui vou contar boa parte a vocês.
Na primeira parte eu finalizei o texto contando a vocês que tinha ido ao encontro no Pacaembu buscar uma coisa que queria muito desde que comprei o carro. Então vos apresento as novas rodas do bólido:
Bom agora com as rodas colocadas optei por procurar as peças para fazer o facelift e ficar com a frente semelhante aos Impreza GL 1998, porém, na falta do capô original em lata acabei conseguindo achar apenas o capô de fibra de vidro com scoop, uma réplica do capô original dos Impreza GT/STI de 1997 a 2000. Encomendei com o Luiz da Kuruma Parts todo o kit estético dos GT em fibra de vidro com exceção do aerofólio.
Para quem não sabe, o facelift do Impreza GC de 1996- para 1997+ requer a troca de toda a frente do veículo, ou seja, capô, faróis, grade e para-choque. Com capô em mãos, achei um anúncio de faróis e grade em Campinas por um preço super legal e acabei indo buscar. Agora faltando apenas o parachoque, meu amigo China, que comentei no último texto, acabou trocando a frente dele pela de GT e fiquei com o para-choque dele. Com todas as peças em mãos, era hora de correr e montar o carro para o Nacional daquele ano.
Como eu não tinha tempo hábil e pretendia fazer a funilaria completa do carro um dia, optei por envelopar o capô com adesivo imitador de fibra de carbono, eu não sou muito fã de plotagem mas foi o que me restou… Com ajuda do meu tio comprei a quantidade de adesivo necessária e envelopamos o capô.
E eis o resultado final, com as luzes de posição pintadas em verniz vitral e o símbolo da grade na cor mais parecida possível com o Chery Blossom que a Subaru usa em vários detalhes de sua versão esportiva. Também foi instalado um frontlip universal e o Tow Hook de tecido foi presente do China, afinal já estava instalado no para-choque ele disse que podia levar junto.
Bom agora vamos falar de mecânica. Não, o carro não funcionou maravilhosamente bem nesse meio tempo, os problemas mecânicos/elétricos não foram resolvidos milagrosamente pelo Deus dos carros, infelizmente. Inclusive um dia antes do nacional a mangueira do ar quente estourou e quase derreti o motor sem prestar atenção no ponteiro de temperatura.
Certo dia resolvi encostar o carro na oficina do meu amigo Will para começarmos a fazer uma revisão enorme no carro, afinal a ideia era turbinar o motor 1.8, com baixa pressão, para chegar em uns divertidos 200cv de motor. Pois bem, os bicos estavam todos ruins, colocamos na máquina e fizemos uns 5 testes e a cada teste os resultados mudavam. Como o Will tinha um Impreza SW do mesmo ano do meu, fizemos o teste e colocamos a flauta de combustível dele com os bicos dele no meu carro, e simplesmente mudou da água para o vinho. Marcha lenta perfeita, sem trepidações, aceleração linear, enfim, outro carro. Aproveitamos também para testar o arrefecimento depois do episódio de aquecimento ocasionado pelas mangueiras do ar quente vazando, e a tampa do radiador já não estava mais segurando carga.
Fui embora com os bicos dele emprestados e em breve voltaria na oficina para internar o carro e procurar por mais problemas e resolver os que já havíamos achado. Como mencionei, a tampa do radiador não estava boa e quando coloquei uma nova durante a semana o sistema pressurizou e o radiador virou uma peneira, vazando por todos os lugares possíveis. Encontrei no fórum do clube subaru um radiador de WRX 2007 usadinho com apenas 30 mil quilômetros, num preço excelente, então já acertei com o rapaz, pois resolvia meu problema e já era um upgrade para quando fosse turbo. Por falar em turbo, consegui um kit turbo original do Impreza GT 1998, de “teoricamente” fácil instalação, abordaremos esse assunto posteriormente. Marquei um sábado e fui buscar todas as peças antes de deixar o carro na oficina. Nesse meio tempo também chegaram os bicos novos e uma segunda leva de cabo de velas, pois aqueles que comprei no post passado deram problemas e consegui um jogo novo na garantia.
Carro na oficina e novamente começam as manutenções. O radiador não era plug and play, precisava fazer um suporte para a fixação, os bicos que comprei eram de Nissan Pathfinder e precisaram de leves ajustes no conector para funcionar corretamente (há sim, eu não gosto muito de adaptações, mas o bico de pathfinder é o mesmo do subaru Impreza 1.8, o código da peça e tudo, só muda que o conector da pathfinder é mais profundo e demanda um leve ajuste, os bicos para subaru originais são muito difíceis de achar a preço justo e como eu pretendia turbinar não valia o investimento).
Eu estava ouvindo um barulhinho irritante vindo do motor há algum tempo, então pedi ao Will para desmontar o carter e dar uma olhada na parte debaixo do motor. Para o meu azar e sem nenhuma surpresa, o motor estava se desmanchando dentro do carter.
Foi então que decidi que não teria justificativa para retificar aquele motor, portanto comecei a busca de um motor 2.0 ou 2.2 para fazer o swap. No mesmo dia que tive a notícia do meu motor 1.8 ruim eu já achei um 2.2 de procedência e abracei a causa. Swap a caminho!
“Ah mas conte mais desse swap ai!”, bom vamos lá, o motor é original da Legacy 1993, com aproximadamente 140cv e 20kgf.m de torque, o que é um aumento considerável em relação ao falecido EJ18. “Ah mas e eletrônica, o que você fez?” Absolutamente nada. Foi trocado bloco e cabeçotes apenas, toda elétrica/eletrônica permaneceram as mesmas do 1.8. Sensores, atuadores, tudo original do 1.8. “Ah mas então o carro não estava rendendo o que tinha que render, até porque 1.8 pra 2.2 devem ter várias diferenças de mapa e injeção”, CORRETO! Mas como pretendia turbinar não fazia sentido subir a eletrônica do 2.2, seria mais fácil ir direto para uma injeção programável. E vamos chegar lá. Então por enquanto o gerenciamento do motor estava sendo feito pela injeção original do 1.8.
Agora com um motor sem rajar e com plena saúde voltaram os encontros!
Beleza, então agora que o motor estava perfeito o projeto turbo tinha que continuar! Mas para isso o carro precisava estar seguro dinamicamente. Portanto primeiro vieram pneus novos, os tais momo, optei pelo modelo M30 ao invés de M3 porque apesar do carro ter um apelo esportivo futuramente, eu não pretendia utilizá-lo em track days e afins, então precisava de um pneu que durasse bastante.
Nesse meio tempo também acabei adquirindo o para-choque traseiro dos Impreza 1997+ que não tem borrachão, que na minha opinião são muito mais bonitos.
Também consegui adquirir um Volante Nardi Torino que vinha nos subaru da década de 90:
Apesar de achar que as rodas 16” do Impreza Gt eram perfeitas na cor dourada, o carro estava muito colorido com cores prata, preto, laranja e dourado, então acabei pintando as rodas de grafite para deixar com um visual mais limpo.
Então encontrei um jogo de freios a disco completo de Impreza GT 98, dianteiro e traseiro, foi minha chance de tirar os freios a tambor traseiros e colocar discos nas 4! As pinças dianteiras eram 2 pistões, maiores e mais eficientes que os originais.
E pouco tempo depois vieram dois upgrades de peso para o carro. O primeiro foram bancos dianteiros e traseiros de Impreza WRX 2002 e o segundo amortecedores e molas do Subaru Impreza WRX STi Type R Version 6 99’, soa até bonito quando fala né?
Comparativo entre amortecedor de STI na esquerda x GL na direta
Um detalhe desses amortecedores para os convencionais é que eles trabalham de forma invertida, ou seja, todo o óleo e afins esta na parte superior do amortecedor e não embaixo. Quem tiver curiosidade procurem no google por “subaru inverted struts”, é bem bacana.
Também acabei adquirindo o conjunto de barra estabilizadora traseira, herdada de um Legacy 1993 (por isso eu amo Subaru, quase tudo intercambiável facilmente)
Bom então vamos às contas. Freios novos, suspensão nova, bancos novos, barra estabilizadora nova, temos que testar o carro! E não achei lugar melhor que na estrada dos romeiros. E não só eu, mas toda a galera do GC Máfia aqui de São Paulo fizemos um passeio por uma das estradas mais legais aqui da região. O comportamento ficou surpreendente, o carro mudou demais. O motor 2.2 empurrava bem, o conjunto 4×4 somado à nova suspensão e aos bancos conchas com o volante nardi tornaram a experiência de dirigir simplesmente fantástica!
Agora finalmente chegamos no ano de 2019, e logo na primeira semana me aparece um para-choque original de Impreza STI 1998, em plástico, com piscas e milhas originais, por um baita preço. Acabei arrematando a peça e fiz a funilaria eu mesmo na garagem, o resultado foi bem satisfatório para um serviço temporário, pois como havia dito, queria pintar o carro todo, então não fazia sentido gastar para pintar só o para-choque, e faltavam peças que eu queria de estética, minha ideia era juntar tudo e mandar pintar o carro quando pronto. Até la eu ia me virando com o bom e velho Spray, ainda mais quando descobri ser possível fabricar latinhas na cor do seu carro fornecendo o código da tinta.
A cor ficou boa, mandei fazer a cor da tinta da subaru em spray
Também consegui faróis clear, porém máscara negra com projetor, não era exatamente o que eu queria mas para o momento estava bom, até porque o preço foi muito bom.
E assim o carro ficou por vários meses… Apenas algumas manutenções preventivas como troca do kit correia, troca de óleo, enfim, coisas básicas para o carro se manter vivo e confiável.
Porém eu não estava satisfeito com os faróis máscara negra, e por sorte um amigo quis trocar os faróis clear cristais dele pelos meus, e ele tinha um kit de saias originais do carro, foi a oportunidade pra finalizar esteticamente o carro com peças! Também consegui comprar as tampas dos faróis de milha de os esguichos de faróis, raríssimos!
E agora muito bem acompanhado de um maravilhoso Toyota Supra e de um Subaru Impreza WRX Bugeye, meu guerreiro GCzinho estava pronto para fazer toda sua funilaria e sair por ai novinho em folha.
Bom pessoal, se vocês leram até aqui eu agradeço muito pela sua atenção. No próximo capítulo e provavelmente o último ( que não vai demorar anos pra sair, eu juro, já está praticamente pronto o texto inclusive) eu vos mostro o processo de funilaria e pintura, instalação da injeção programável, mais upgrades e muito mais que fiz no carro até o presente momento! Se quiserem spoilers eu fiz um instagram para o carro chamado @malveze_garage, quem tiver curiosidade só dar uma olhada lá!
Forte abraço!