We’re back! Para o último texto da saga do Maverick, ou melhor do Shamu! Conforme falei no último texto paramos no lance dos cabeçotes que após, anos e anos sofrendo com eles resolvi escutar a voz da experiência.
Maverick voltou novamente lá para a Retífica Esfera, e começamos a verificar o problema do cabeçote. Primeiro passo, retira eles, vamos ver se tem algo visível de ser identificado, caso não manda para averiguação. Foi constatado que o cabeçote tinha uma trinca, como se sabe, não dá para fazer nada em cabeçote de ferro quando trinca, so serve para peso ou âncora.
Aí iniciou-se outra saga, a compra de um cabeçote, de preferência em boas condições sem ter sido rebaixado, ou coisas afins. Meu medo de comprar um usado, era saber se o mesmo também não estivesse trincado, teria que levar na retífica e saber se a pessoa ia querer deixar fazer isso. Procura daqui, acha uns dali, preços elevados, cogita-se comprar novos de alumínio, preço do dólar muitos alto, patrocinador Itaú e Master Card não liberaram a verba, ta ficando difícil ein patrocinadores. Até que veio outra luz, liga pro Nestor que te vendeu o motor :
– Alô Nestor, tem cabeçote de 302 aí?
– Rapaz, tem uns aqui, mas não sei onde estão e nem o estado. Passa aqui para gente procurar!
No dia seguinte eu estava lá, mexendo nas tranqueiras, eis que surge um par, e adivinhem? Achei dois super inteiros, levei na retífica, com a autorização do seu Nestor, os cabeçotes eram mais novos do que quando foram fabricados nos anos 70. Problema que o Nestor superfaturou nesses anos, maldita internet, mas consegui adquiri-los por um bom valor justo para ambas as partes. De volta para a retífica, fomos instalar as válvulas, comprar jogo de juntas, essas coisas. Pau no Maverick!
Após sair lá da oficina, mandei dar um jeito no escapamento, que tava muito ruim o ronco, no caminho de lá, a bomba de gasolina que ainda era mecânica parou de funcionar, com isso já colocamos uma elétrica, onde o eletricista já havia deixado a instalação pronta. Voltamos ao escapamento, comprei tubos de 2.5 polegadas, dois flowmaster Super 50, e pronto, escapamento feito. Ronco agressivo digno de um V8.
Agora sim! O Maverick estava sendo o Maverick, dava para andar tranquilo. Ajustes? Sim eram necessários, principalmente na carburação, mas o carro precisava andar para isso.
Só que… como nem tudo são flores, e nada nesse PC é fácil. Fui inventar de dar uma forçadinha no Maverick e logo ouvi um barulho. Pronto. Lá se foi o colar de embreagem. Guarda o carro, amanhã a gente vê. Não vai ser nada grave.
Levantamos o carro, realmente não era nada grave, o volante do motor afrouxou, tiramos colocamos aquele trava rosca da Loctite (sem merchan) e show! Agora é só andar novamente.
Claro que não foi assim. Com o torque do motor a capa seca que comprei trincou por ser de alumínio. Como sabemos alumínio não tem um bom acabamento.
Como a caixa já estava fora, mandamos num torneiro para fazer a solda e também facear o fundo da peça para que isso não ocorra novamente. Até hoje não trincou!
Agora sim! Com o Maverick rodando comecei a curtir mais o carro, pegar confiança. O carro vinha se demonstrando bem confiável, e divertido, não vou falar que é confortável pois não é! Mas vale muito a pena! Depois o Maverick começou a dar o ar da graça nos encontros aqui da cidade, dos quais eu participo e ajudo a organizar juntamente com outros amigos que fiz durante os anos.
Atualmente temos um rolezinho às quartas, o famoso Open Quarta, ao qual algumas das pessoas que citei nos outros textos comparecem. Saímos nos nossos carros para curtir, bater um papo, dar umas aceleradas e afins. No final do ano passado o clube no qual participo, foi convidado para fazer uma exposição na pista de arrancada aqui da região está na qual fica em um município vizinho de Manaus.
Talvez tenha sido o melhor role que eu fiz no Maverick, pegando um pequeno espaço de estrada, mas passava um filme na cabeça e um ar de satisfação em saber que aquele monte de lixo de oito anos atrás estava rodando. Foi muito show, apesar de quase nem ir, pois fui parado pela polícia. Em algum lugar foi arrancado o lacre da placa do carro, e me pararam, expliquei a situação, achei uma foto do carro com o lacre, e o policial foi gente boa e liberou. Acho que ele curtia carros antigos.
Como sabem um PC nunca acaba, tenho uns projetos futuros. O primeiro deles é a instalação da injeção. Estou pensando em usar uma FiTech, que é o nome do momento e é fácil de ajustar. Também preciso trocar o coletor de admissão original, que eu já sei que está atrapalhando o rendimento do carro, bem como os coletores de escape.
Outra coisa que terei que acompanhar são os tuchos, pois estão secando muito rápido. Já comprei os novos tuchos, molas e pratos. Assim vou fazer tudo de uma vez quando trocar a admissão e escape.
Pois bem amigos, deixo aqui meu agradecimento a todos que me ajudaram neste PC diretamente ou indiretamente, aos meus amigos, mecânicos, esposa, e principalmente aos meus pai. Acho que se não fosse meu pai comprar a ideia e também a minha mãe, que na hora mandou eu devolver e depois não insistiu mais, o Maverick já estaria com outro proprietário.
Por Avelino Bulbol, Project Cars #482
Uma mensagem do FlatOut!
Avelino, como sempre dissemos por aqui, é muito legal ver clássicos voltando à sua forma original e ganhando as ruas, fazendo aquilo para o que foram feitos: acelerar por aí, curtir com a galera e colocar um pouco da música dos V8 nas ruas. Parabéns pelo projeto!