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Project Cars

Project Cars #533: escape, suspensão e o motor forjado do Mini JCW

Por Filipe Falcão, Project Cars #533

E aí, FlatOuters, beleza?

Espero que estejam todos bem, agora vamos dar um boost nas coisas feitas em paralelo enquanto esperava o restante dos itens para forjar o motor. A primeira coisa que fizemos foi modificar o escapamento, do Downpipe até o Catback. Pesquisando e conversando com amigos entusiastas, cheguei a pensar em fazer um escapamento full titanium, mas para a aplicação do Mini, não seria muito bem aproveitado. O que quero dizer, é que o preço do titanium subiu demais e pela conta de custo x benefício, não teria grandes ganhos quando comparado ao Inox. A maior diferença seria de fato o peso. Como projetar um sistema de escapamento no Mini? É um dos carros que acredito ser mais fácil de fazer um escapamento, visto que quase não há curvas para contornar componentes.

Exemplo do escapamento do Mini (este da foto é um Borla)

Como o objetivo é fazer um escapamento com um diâmetro maior de inox e que tenha um padrão de qualidade melhor que o original. Nos baseamos nas peças originais do carro para termos o dimensional e calcularmos quanto de material precisaríamos usar. Medindo o tamanho do escapamento chegamos na medida de 3,3 metros de comprimento, sim é Mini só que o escape não…

No mercado atual não existe a pronta entrega downpipes de 3”. Todos os encontrados eram de 2,5”. Como estamos usando uma turbina um pouco maior, por lógica, teríamos um escoamento dos gases de uma forma mais fácil com um sistema completo de escapamento com dimensões maiores. Escolhemos o tubo de inox 304 com uma espessura de 1,2mm e com essa parede mais fina conseguiríamos ter uma redução de peso. O objetivo era priorizar fluxo e com isso, optamos pelo famoso Straight Pipe (meus vizinhos gostaram…)

Qualidade da solda absurda do meu amigo Bruno. Downpipe Inox 304

Foram quase 2 meses de muitos testes, acertos dimensionais e risadas, mas o resultado do escapamento ficou absurdo de lindo e o melhor, mais leve. O escapamento original em aço carbono pesa 12,86 Kg e o de Inox pesou 10,1 Kg. São poucos quilos mas que no conjunto quando somamos faz uma bela diferença.

Um upgrade pouco explorado aqui no brasil em termos de suspensão são as barras estabilizadoras inferiores. Lembro de assistir a série do Car Throttle em que eles substituíram justamente nessas barras e tiveram um excelente resultado. Nesse pensamento, pesquisando aqui no brasil se havia alguém que tinha essa barra nova a venda e para minha surpresa a Eibach fabrica essa barra mais grossa na Alemanha. Cotei com eles a barra e me passaram o prazo de 120 dias para importação. Passaram estes 120 dias e recebi as barras. Instalamos no carro e de fato melhorou muito o contorno em curvas do carro. Na foto 4 não se mostra as buchas de PU que vieram e foram instaladas com as barras.

A foto das barras dianteiras e traseiras da Eibach.

Com estes upgrades, a vontade de andar nos trackdays era grande. Já tinha andado uma única vez em interlagos com o Mini em Março de 2019, porém estava chovendo. Aproveitei a oportunidade que surgiu para andar em Interlagos mais uma vez e pela primeira vez com tempo bom e pista seca. A meta desejada sempre foi um tempo abaixo de 2 minutos, algo que é bem difícil, principalmente se tratando de um Mini. O setup usado foram as rodas Oz Superllegera calçadas com pneus radiais Goodride Sport RS novos e por ser minha primeira vez acho que o tempo que fiz foi bem legal. Viramos 2:04:2 ainda com todos os controles de tração e estabilidade ligados. Um detalhe que não falei, ainda é que fizemos uma atualização na estética revisando o polimento técnico e vitrificação, com isso veio esse brilho absurdo. Aqui vi a necessidade de adquirir um radiador de alumínio maior para o Mini que importei da CSF, sendo 10% mais eficiente.

Primeira vez em Interlagos com a pista seca e diversão

Poxa Filipe, mas e o lance do líquido de arrefecimento abaixando? Foi para a pista mesmo assim?
A resposta mais sincera é que sim e por um ótimo motivo, todas as peças que precisava para forjar o carro tinham chegado (outubro/2020) e com isso conseguiria montar o motor certinho.

 

O motor forjado

Após todo trackday, é recomendado trocar os fluidos principalmente o óleo do motor, filtro e fluido de freio. Estes por serem bem usados. Após essa volta em Interlagos, fizemos exatamente isso e terminando os preparativos para o motor forjado. Digo isso porque no famoso JAQUE, a mão de obra de desmontar e montar o motor já está inclusa, por que não trocar todo o resto que falta? Afinal não seriam tantas coisas. Comprei a tampa de válvula nova da PSA, coxim inferior do motor, junta da tampa de válvula e o kit de corrente de comando completo. Agora vem a parte pornográfica. Agendei o carro para começarmos, o tempo estipulado para a desmontagem, montagem foi de 30 dias e foi comprido pela L’art mecânica, esta, especializada em Mini.

Aqui meu muito obrigado a todos em especial o Japa que foi responsável por toda montagem e verificação do motor. Seguem fotos do processo, deliciem-se:

No próximo capítulo veremos o amaciamento do motor, a curtição com o carro (viagem), alguns detalhes para deixá-lo ainda mais impecável no cofre do motor (esteticamente), o desenvolvimento de um blocante tipo Torsen para o Mini aqui no Brasil, teste em trackday e o Remap da maldade, agora conseguimos exigir mais dos componentes forjados. Aqui muito obrigado a você caro leitor do FlatOut e a equipe do FlatOut por compartilhar o projeto do Mini com vocês.