Abro esse texto com uma frase de impacto: a Claudinha tá pronta. Na verdade, quem tem antigo, ou qualquer projeto automotivo, sabe que às vezes o final do projeto é a gente que desiste. Eu fiz os reparos na funilaria e ela ficou linda, perfeita, do jeito que eu sempre sonhei.
Eu tinha a ideia, e ainda é um grande desejo meu, de mexer no motor. Algumas circunstâncias de vida me fizeram deixar isso pra depois. Também refleti sobre o estado mecânico dela atual, que está perfeito. Ela funciona como se tivesse tirado da loja em 1980, com a vantagem de ter freios que servem pra alguma coisa. Não dá pra pedir mais que isso. Talvez apareça um motor de PX200 em breve, mas nada é garantido.
A questão financeira também não ajuda. A alta do dólar e algumas mudanças de vida deixaram a importação de peças de Vespa no final da lista de prioridades. Mentira, o que tá pegando é o dólar alto mesmo. E pra quem ficou curioso, a circunstância de vida que me fez mudar de meus planos é o Oberdan.
Opala de Luxo 1973, banco inteiriço com câmbio na coluna. Motor 153. Um sonho de consumo antigo. Sou só o terceiro dono do carro, sendo que o segundo ficou menos de um ano, e ele está excelente, não rodou nem 100.000 km. Nunca foi restaurado, só tem um podrinho na caixa de ar do passageiro (já tô com a peça nova pra trocar) e precisa refazer o estofamento. Coisa simples.
Qual o projeto dele? Não faço ideia. Por enquanto, revisei freios e suspensão, coloquei pneus novos, troquei a embreagem e mangueiras. Em outras palavras, deixei a manutenção dele em dia pra conseguir usar o carro como ele merece. Já peguei a estrada até Campos do Jordão/SP, pro encontro de antigos e ele tá uma delícia. Não tem coisa melhor que viajar com os vidros abertos num dia de sol, se sentindo num sofá naquele banco interiço.
Ainda não decidi o que vou fazer com ele. Claro que adoraria ver o Oberdan tinindo de novo, como fiz com a Claudinha. Mas a pintura é a original de fábrica, tenho muito dó de passar tinta por cima. Por enquanto, fica assim. Até porque funilaria e pintura demora demais e quero curtir ele por uns bons tempos. A parte boa é que não preciso me preocupar se alguém abre a porta nele no supermercado ou em alguém encostado nele.
Pra finalizar esse Project Cars, quero agradecer aos leitores e à equipe do FlatOut, que deu a oportunidade de mostrar a Claudinha pro mundo.
Por Marcelo Druck, Project Cars #83
Uma mensagem do FlatOut!
Marcelo, o que dizer de uma restauração — ou melhor dizendo, um restomod — tão bem executada como esta? Realmente os projetos de clássicos nunca acabam, mas basta olhar para a Claudinha (com todo respeito) para ter certeza de que ela está em melhor forma do que nunca, graças à sua dedicação à moça — como nota-se pela tattoo da última foto. Parabéns pela conclusão do projeto!