Olá, leitores do Flatout! Chegou a hora! Criei coragem de escrever a segunda parte do meu Project Car e finalmente encontrei um apelido para o meu carro: “Maestro”, devido ao som do escapamento. Lembrando que considero o escape uma parte decisiva no desenvolvimento do projeto, logo explicarei pra vocês.
Como você viram no primeiro post do Maestro o carro foi comprado todo original de um senhor, desde a cor até o escapamento.
Com o carro em mãos, eu e meu pai tínhamos as seguintes opções: manter a originalidade ou tornarmos o Fusca um carro com a nossa cara, com o nosso estilo de andar. Nesse processo de decisão, entra as primeiras modificações as quais deram início a brincadeira e a um sonho que ainda está longe de terminar!
Primeiras modificações: levamos o carro para o mecânico do meu pai de anos, porque apesar do carro estar em perfeitas condições, o Boxer 1600 parecia estar com pouco fôlego, mas não causado por desgaste e sim propositalmente. Dito e feito, Abreu o mecânico de nossa confiança, removeu os “Thermac” dos carburadores, poliu os coletores de admissão, foi feita uma limpeza e otimização nos carburadores, troca de alguns giclês e optamos por eliminar os afogadores que estavam no carro de enfeite, pois não tinham acionamento algum.
Nossa! Era outro carro, o motor saiu da mecânica livre, agora sim aparentava realmente ter 80 mil km. Logo trocamos os pneus, antes as rodas de ferro eram calçadas com pneus ridiculamente estreitos e gastos. A partir daí o Maestro já contava com um novo jogo de pneus Jinyu 195/70/r-15 e a suspensão rebaixada na altura que vocês acompanharam nas fotos do post anterior. Confesso que tive um preconceito logo de início com a marca, mas bastou meia dúzia de curvas com o meu pai ao volante andando forte que criei uma simpatia enorme pelos Jinyu. Não tenho nada demais para falar da suspensão, justamente porque para ela ser considerada ruim, a suspensão ainda teria que melhorar bastante. Embora a estabilidade tenha melhorado 75%, não havia mais suspensão! Não se preocupem, isso já foi resolvido. Pra mim um carro tem que ter funcionalidade e estética na mesma proporção.
Desde então já ficou claro que manter a originalidade apenas faria o Volkswagen mais um carro pacato. E foi então que decidimos arregaçar as mangas e fazer um dos maiores diferenciais do carro: o escapamento.
A ponteira localizada no centro da traseira e todos os recortes de lataria foram inteiramente confeccionados pelo meu pai e um amigo da família, o seu Rui, que antigamente era chapeador, e dentro das minhas capacidades, a minha ajuda.
O coletor consiste em um modelo 4×1 desenhado pela A.N Surdinas aqui de Caxias Do Sul feito em aço carbono de duas polegadas e um abafador. Procuro até hoje entender porque há tanta diferença de ronco entre esse Fusca e os demais que tive a oportunidade de ouvir, acredito que seja pela mistura de gases dos cilindros proporcionada pela emenda dos quatro canos na posição “certa”. Segue o vídeo para que vocês avaliarem!
O escape deste carro fez com que eu realmente gostasse do Fusca. Antes soava como uma máquina de costura, agora ronca forte, encorpado e muito menos áspero. Sou suspeito de falar, mas a partir das 3000rpms é como se o motor abrisse totalmente, aparentando ter dois estágios.
Daí que veio o carinho pelo motor Boxer. As semanas pareciam meses, os fins de semana pareciam vultos. A alegria de chegar no sábado de tarde e dar partida neste motor não tem preço e não tenho vergonha nenhuma de falar. É um prazer observar o motor dar partida no frio e começar a se “alinhar” por completo.
De início parece que estou usando um comando de 300 e tantos graus, e com o passar dos minutos ele vai afinando e afinando, até que eu consiga ouvir e quase poder contar as válvulas abrindo e fechando. Acredito que este som seja proporcionado pelos tuchos mecânicos, varetas de acionamento, balancins e etc.
No próximo post, vou contar mais sobre as modificações estéticas do carro. Um abraço amigos e até a próxima!
Por João Victor Manfro, Project Cars #86