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Project Cars Project Cars #86

Project Cars #86: as modificações estéticas e mecânicas do meu Fusca Itamar

E aí? É com os amantes de carros que eu “falo”? Tenho certeza que sim! Pessoal, peço desculpas pela demora da escrita desta etapa que vocês estão lendo agora. O motivo da demora?  Esta quarta parte irá contar praticamente todas modificações feitas no Volks até agora. Depois dela, o carro não recebeu modificações significantes a ponto de motivarem e merecerem a escrita de um quinto post, enfim, tive e estou tendo alguns contratempos, os quais vou contar para vocês também.

Escolhi por dividir este post por etapas, então, abri meu arquivo com todas as fotos do besouro e selecionei as que achei interessantes para detalha-las. Afinal, nada mais justo que recompensar a demora com imagens e um post bacana para por a prosa em dia, não é?

Porém, antes de escrever cada uma delas, vou bater novamente na seguinte tecla: O projeto não está pronto, faltam ainda muitos upgrades que pretendo realizar, foras os pequenos detalhes que na minha opinião fazem toda diferença no final de qualquer projeto. Além disso, quero lembrar que este projeto não segue uma ordem cronológica, pois o carro não passou por uma restauração e as modificações e manutenções acontecem conforme a necessidade, vontade e o bolço permitirem. Vamos lá, então!

 

Manutenções – pequenas, mas significativas

Não seguindo a ordem dos posts anteriores, mas sim, seguindo a minha intimidade com o carro, fui realizando manutenções corretivas e preventivas no pequeno vw. Conforme fui me inserindo cada vez mais no mundo dos fuscas, começou a surgir uma vontade de entender mais e mais sobre mecânica, uma vontade de poder deixar o meu carro sempre em dia, passar um tempo conhecendo cada marca e detalhe do carro e quem sabe um dia chegar ao ponto de poder fazer quase qualquer serviço no Maestro.

Minha família tem uma garagem onde tem um ferramental que foi se acumulando ao longo do tempo, este, bem completo para um amante de carros, quem dirá para um iniciante no mundo do faço você mesmo. O problema é que eu não tinha afinidade alguma com as ferramentas, prática? Menos ainda. Comecei a me aprofundar no assunto, a começar pela teoria, e de cara, fui procurar por vídeos . Vocês já conseguem imaginar a imensidão do conteúdo que eu encontrei para fuscas por aí, não? Desde um vídeo de como trocar a correia do alternador/dínamo com o motor ligado (esse é um clássico hahaha) até vídeos de como desmontar um fusca por completo. Mas, o mais importante deles foi o conteúdo que encontrei no canal do Tonella, sim, eu sei, você também já esperava por isso. Então, fui pela manutenção a qual eu acreditava e ainda acredito ser a mais simples, porém não menos importante, troca do óleo.

Peguei as dicas com a série de vídeos, separei as ferramentas que seriam necessárias e fui atrás do óleo certo para o meu motor. Qual seria ele? O especificado pelo manual, simples e rápido, certo? “Errado“ e você já vai entender o por que. Aqui vai mais um dos meus poucos conselhos: Nunca vá comprar o óleo para o seu carro e peça para o vendedor ou frentista dessa forma: “Queria óleo pro fusca, vocês vendem? Acho que é 15w40 api sXXXX(aquele momento que você se faz de quase entendido)” Motivo para não fazer isso?

Bem, aparentemente a maioria, senão todos os frentistas e vendedores sabem mais que todos e sobre tudo de óleos. É incrível! Eles conseguem até criar uma regra sobre o quanto você deve subir a viscosidade do óleo conforme a quilometragem do seu carro. Dúvida? Pergunte para algum deles quantos litros de aditivo deve ser colocado no arrefecimento do seu carro. Pode ser que não, mas muito provavelmente você irá ouvir algo do tipo: “Chefe, pode por aí um litro desse esquema aqui e mistura com água que tá tudo certo”. Dica: Pegue as especificações do óleo no manual e apenas peça pelo óleo que siga as normas e especificações que você encontrou no manual, não mencione o modelo do carro. Pode parecer até óbvio isso, mas evita qualquer comentário que possa vir a te deixar em dúvida. Pessoal, sem mais delongas, foi assim que comecei a ver que quase sempre o que você faz no seu carro, com toda sua dedicação, conhecimento e boa vontade, acaba ficando bem feito e no final você é recompensado com a sensação de “missão cumprida”

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PS: Essa não foi a primeira troca de óleo. Vale lembrar que o carro até então, não rodava mais que 500km por ano, então não me apegava tanto a marcas.

Uma coisa puxa a outra, notei que o carro tinha uma série de vazamentos bem chatinhos que eu nunca tinha reparado. Logo, fui atrás de resolvê-los recorrendo aos vídeos do mago dos fuscas novamente.

Grande parte do vazamento acontecia por conta da junta da tampa de válvulas, realizei a troca e aproveitei para limpar a borra ao redor dos cabeçotes, capas de tuchos, flanges de refrigeração e bloco, que ali se formou. Além disso, ajustei as folgas das válvulas. Que alívio! Olhar por baixo do motor e ver ele seco, sem vazamentos!

Essas pequenas manutenções me trouxeram alguma afinidade com a parte mecânica e com elas consegui resolver 95% dos vazamentos do motor. Ainda existe um pequeno vazamento no retentor do volante, este, só baixando motor para resolver. (E não, não é tão simples quanto falam “soltar os tais quatro parafusos”)

Outra manutenção muito fácil para iniciar no DIY é a troca do filtro de ar, com ela você ainda pode fazer como eu fiz, ou não. Acrescentar aí, mais uma limpeza completa de respiros, seja do cárter ou não e demais mangueiras, caixa(s) de ar e até mesmo a limpeza do corpo de borboleta(s) ou antiga “TBI”, como era chamada se houver. No meu caso, rolou uma limpeza nos carburadores.

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Sim, pessoal, sou péssimo com qualquer tipo de edição de fotos, me desculpem.

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Pode até ser coisa que coloquei na cabeça, mas pra mim ficou bem melhor com o motor limpo, sem vazamentos, de filtros novos e com o “respiro” na posição certa (aquela peça redonda perto do bocal de abastecimento do óleo).

Bom, pra fechar a parte das manutenções deste post, gostaria de passar a seguinte ideia pra vocês: Mesmo sendo um fusca, existem muitos macetes e dicas para você fazer tudo da maneira mais correta possível, porém, existem mais ainda falácias do tipo: “Fusca só é fusca, se vazar óleo.” “Fusca tem ronco de máquina de costura, não tem jeito.” Enfim, quero dizer pra vocês não darem ouvidos a esse tipo de comentário, porque no fim ele não acrescenta em nada na vida de um gearhead.  O que importa é o objetivo e a vontade que vocês têm de realizá-lo, deem ouvidos sim, mas para aqueles que querem ajudá-los de verdade, aqueles que fazem valer a pena o encontro no final de semana.

Falando nesses que valem a pena, nesse meio tempo fiz grandes amizades, troquei bastante conhecimento, opiniões (cuidado extra com essas) e várias experiências, sejam elas de técnicas na hora de guiar um carro ou de vivência mesmo. Já deixo meu abraço e agradecimento pra esses caras. Arthur, Carlos, Eduardo, Gustavo, Iago, Lucas, Marcelo,…

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Meu terceiro dia com a habilitação. Encontro entre amigos na Tenda do Umbu. (O bacana é que com nós não tem preconceito, o encontro teve de Fusca, Calibra, Alfa 145 a Corolla automático).

Agora vamos à parte que a maioria estava esperando, a estética do carro, óbvio que eu deixei para o final. Podem me xingar.

 

Estética

O carro chegou nas “minhas mãos” assim:

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Sinceramente, por mais íntegro que o carro estivesse ainda era um carro pacato, faltava algo nele que chamasse a minha atenção, despertasse aquele carinho pelo carro. Foi aí que vieram as ideias. Começando pelos pneus mais largos, altura rebaixada e películas. Aqui o sentimento começou a surgir, os para-lamas que eu acho um charme a parte, o diferencial dos carros mais antigos, ficaram próximos às rodas, dando um ar de esportivo ao carro. Lembrando quem sabe, um pequeno Porsche? Será?

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Começaram a surgir elogios e olhares por onde o besouro passava.

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Fora que, agora o carro era outro nas curvas, apontava muito mais rápido, a frente não parecia querer se arrastar em qualquer curva e também acabaram as arrancadas com vigor. Soltar a embreagem na bandidagem (se é que vocês me entendem) força demais a mesma que está com seus 20 anos e quase 100k km rodados. Realmente, o fusca tem uma arrancada muito boa, a suspensão traseira baixa e os pneus do besouro agarram com vontade o asfalto, mas os efeitos disso podem aparecer rapidamente em uma embreagem na fase de aposentadoria.

Já com o novo escapamento instalado. Bônus: Agora o boxer ronca como manda o figurino!

Os que acompanham a saga sabem o carinho que tenho por esse escape. Deu pra notar as lanternas fumês, né? Adorei elas! São as mais paralelas que tem. Por que eu as escolhi? Queria um visual mais esportivo e as fumês originais dos fuscas “Série Ouro” (96) que eu pude ver até então, possuem a parte fumê um pouco mais clara, porém a qualidade é muito superior. Fica a dica, só cabe a você escolher. Só que ainda ficaram alguns detalhes por fazer (lâmpadas de pisca, parafusos a serem pintados de preto, entre outros). Detalhes pequenos, mas que demandam tempo e eu ainda não pude ir atrás disso.

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Nessa foto dá pra notar mais algumas modificações leves, mas que fazem a diferença pra mim. (São elas: piscas rebaixados com lentes transparente, borrachões dos para-choques reformados e agora em preto fosco). Percebam que foi apenas um toque nos piscas, nada muito agressivo para não perder as características do carro. Aqui eu optei por não seguir a tradicional receita dos piscas americanos (aqueles mais altos com lente laranja). Nessa parte ainda quero fazer com que os piscas liguem junto com as luzes de posição, tem um pessoal que chama de “fazer o conjugado”. Enfim, essa parte vai dar um trabalho até, porque eu quero fazer com que eles acendam na cor “âmbar” e isso significa que terei de fazer um esquema refletivo, mas já tenho algo em mente pra isso.

Outro “up” do carro foi remover a tinta aplicada no assoalho. Uma camada bem fina de preto fosco e muito mal aplicada por sinal! Foram dois dias na companhia do meu primo Johann. Regados ao cheiro de tinner não foi fácil, mas gostamos muito do resultado. Pode parecer besteira, mas gosto muito do visual da parte de baixo dos fuscas.

Agora sair em dia de chuva é a última opção.

Chegamos a uma das mais significantes modificações do carro. As rodas!

Como pode um jogo de rodas mudar tanto um carro? Esse capítulo foi longo, meus amigos. Foram muitas horas olhando fotos de encontros na internet, algumas visitas a lojas de rodas e pneus para encontrar uma roda que eu olhasse e pensasse: É essa aí! Vai ficar lindão.

Foi num encontro de volkswagens refrigerados a ar que me deparei com uma Brasilia com as tais rodas que eu não conhecia. Naquele dia, procurei o dono da brasa para saber qual era o modelo das rodas, o que seria necessário para montá-las no carro e até mesmo se ele queria vender. Bem, as informações foram bem restritivas, vamos assim dizer e o dono do carro obviamente não quis vender aquele conjunto de sapatos que calçariam perfeitamente o Maestro. O real problema, é que eu não tinha nem a marca e nem o modelo das rodas para procurar por aí. Então, foram mais horas na internet, até que, um dia um amigo meu avisou da existência de um jogo de rodas que seguia a descrição que eu havia lhe passado. Estava numa borracharia perto de casa. Vou poupar vocês da descrição e da curta novela que foi para conseguir arrematar as benditas rodas que eu gosto tanto.

Segue fotos de como elas foram pintadas e de como ficaram no besouro.

Sou suspeito para falar sobre o resultado, mas era o que faltava no carro pra dar aquele toque especial, aquela diferença no projeto pra seguir a linha do escapamento e painel. Elas entraram pra ser o norte do projeto.  Especificações da roda: off set: ET36, tala 7,5, aro 17”

Hoje estão calçadas com pneus Maxxis Victra Z4S medidas 205/45/R17 na dianteira e na traseira, porém, quero mudar a medida dos pneus traseiros. Gostaria de experimentar um pneu 205/50/R17 e um 205/55/R17 somente na traseira para preencher um pouco mais os para lamas e dar aquele toque na postura do carro.

Junto com elas, o comportamento do carro melhorou muito, alguns inconvenientes surgiram, afinal, eles são quase inevitáveis quando se usa um pneu tão largo em um carro pequeno. Os inconvenientes ficaram por conta dos pneus copiarem as irregularidades do asfalto (remendos) e passarem elas para o volante. Paciência.

Fora que o carro ficou meio “sapão” dependendo do ângulo que você olhasse para ele, por conta da altura da suspensão que acabou se mostrando um pouco alta para a configuração de pneu e roda.

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Ou será que é só coisa da minha cabeça?

Também comecei a sentir falta de um visual mais agressivo na frente do carro. Os aros  cromados dos faróis foram pintados na cor preto fosco para resolver isso e combinarem com os borrachões dos para-choques que também são preto fosco agora. Além disso, tentei usar os famosos HELLA 500 (faróis de milha), mas acreditem, esses faróis ficam lindos em qualquer Itamar, menos no preto. Imagino que isso aconteça por causa da cor do carro, os faróis HELLA acabam se destacando demais na frente do carro e no fim ficam parecendo maiores que os próprios faróis originais do carro. Mais adiante pretendo instalar dois milhas com um tamanho menor se comparados com os HELLA 500 e alguns outros diferenciais na parte de suporte e capas para os mesmos.

Junto com os aros que agora são pintados, fiz alguns ups na parte de suspensão, porém não vou detalhar essa parte, pois ela ainda não está concluída. E também não sei se vou manter o sistema e a suspensão original dianteira no carro. A suspensão tipo duplo A da Imohr não sai da minha cabeça há tempos. Uma pena que eu ainda não tenha tido a chance de ver ela ao vivo e nem de andar em um fusca com uma daquelas.

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E assim ele ficou.

Agora a parte estética do carro está quase terminada, não pretendo fazer grandes mudanças nessa parte, apenas quero terminar todos os detalhes citados até então para ir acertando o carro nos moldes do meu sonho.

Vou deixar algumas fotos de como o carro ficou após todos estes ups estéticos e alguns funcionais também.

Infelizmente, hoje o projeto está andando bem devagar nesse ano devido a alguns contratempos que eu tive e também porque eu precisava de um carro para usar no dia-a-dia, então como não podia ser diferente com o daily driver, ele passou por algumas manutenções para ficar em dia e estou dando aquele toque que faltava. Mas, por mais devagar que o projeto esteja caminhando, está longe de parar e de estar pronto.

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A última olhada para ver se está tudo em ordem e para te encher de orgulho de algo que você fez!

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Obrigado pela atenção de vocês, e agradeço novamente a toda equipe Flatout por disponibilizar e promover este espaço que une os apaixonados por carros. Foi e sempre será um prazer. Abraço, meus amigos gearheads e até o próximo post!

Por João Victor Manfro, Project Cars #86

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