Olá novamente, amigos FlatOuters! Nos últmos posts eu mostrei como foi a decisão de cruzar o Atlântico rumo ao velho continente e dei algumas dicas de como planejar e o que levar na bagagem. Hoje convido vocês a pegar carona conosco na Maria, nosso espaçoso Passat Variant 2.0 TDI enquanto riscamos mais um item da lista do primeiro post, atravessar os Alpes pelo Stelvio Pass, mas antes uma breve introdução.
As chamadas passagens são estradas que cruzam uma cadeia de montanhas, geralmente bastente sinuosas e com variações bruscas de altitude (no Stelvio Pass são quase 1.900 metros em cerca de 25 km) e, conseqüentemente, de condições climáticas. Não é raro encontrarmos tempo bom e temperaturas na casa dos 10 – 15°C no início da subida e temperaturas negativas com gelo na pista nos trechos mais próximos do topo. Por isso mesmo é bom estar atento, já que não é incomum essas passagens serem fechadas sem aviso prévio, comprometendo o planejamento de toda a viagem.
O Stelvio Pass (ou Passo dello Stelvio em italiano ou Stilfser Joch em Alemão, as línguas mais faladas na região e o que você vai encontrar nas placas indicando o caminho) é a segunda passagem mais alta dos alpes e conta com nada menos do que 75 curvas — sendo 48 dessas desafiadoras curvas na face norte do trajeto, devidamente numeradas.
Mas no final dos contas, o que realmente nos trouxe até aqui foi o trio de apresentadores britânicos do TopGear. Quando Jeremy Clarkson e Cia dizem que uma estrada é simplesmente a melhor do mundo, você simplesmente tem que ir conferir de perto.
(Eu sei, eu sei… Alguns anos depois eles disseram que uma estrada na Romênia poderia ser melhor que essa, mas vamos cumprir um objetivo de vida de cada vez, certo?)
Depois dessa introdução, voltemos ao nosso relato…
Tal como o pessoal do TopGear, pernoitamos na cidade suíça de Davos. O nono dia de nossa viagem amanheceu frio, porém claro e com sol. Uma fina camada de gelo cobria nosso carro e, após um breve café-da-manhã colocamos o pé (ou os pneus) na estrada.
Amanhecer nos Alpes: 0°C
Belíssimas paisagens nos acompanharam pelo caminho. Chega a ser difícil prestar atenção na estrada…
Pequena lagoa nos Alpes
Traçamos o roteiro cruzando o Stelvio Pass no sentido Livigno – Bormio, o que significava que devería-mos cruzar a fronteira em direção à Itália. Fizemos isso atravessando outra montanha, o Monte La Schera, mas esta travessia fizemos de outra forma: por baixo.
Entrada do túnel sob o Monte La Schera
Meio claustrofóbico, não?
Assim que se atravessa o túnel, a Itália nos dá as boas-vindas com uma vista de tirar o fôlego:
É essa a vista que se tem na sída do túnel…
Segue um vídeo que mostra melhor o que é atravessar este túnel:
Mais alguns quilômetros e finalmente chegamos ao início dooooooooooo…. (música de suspense!)
PASSO STELVIO!!!!!!
Começa então uma seqüência de túneis escavados na rocha, retas curtas, curvas fechadas e penhascos de dar medo. Vou deixar que as fotos falem por sí mesmas:
Curvas…
e mais curvas…
… de deixar o GPS doido!
Olhando para baixo.
Finalmente chegamos no topo! Lá no alto tem algumas lojinhas e cafés. Aproveitamos para fazer uma pausa e tomar uma bebida quente.
Parece que o Madruguinha não tá curtindo muito o frio…
Depois da pausa e de alumas fotos, hora de começar a descida…
Enquanto uns descem, outros sobem…
Curva fechada… e ainda tem mais 40 dessas!
Sem dúvida, é uma estrada fantástica com sua sucessão de curvas fechadas e pequenos trechos de reta. Com certeza a opção por um carro com câmbio manual fez toda a diferença aqui. No fim da descida a vontade era fazer a volta e fazer o caminho novamente, mas nosso cronograma era curto e precisáva-mos seguir rumo a Modena, onde está a próxima parada da viagem e o próximo capítulo do ProjectTrip. Até lá!
Por Rodrigo Savazzi, Project Cars #03