Olá pessoal! Os leitores assíduos do Flatout já me conhecem pelo PC #110, também conhecido como Wiesel (quem ainda não leu pode clicar aqui) Desta vez, vou relatar aqui a viagem que eu e o meu namorado Jonas – que também já colaborou no Flatout – fizemos ao Uruguai a bordo do 130i em julho do ano passado.
Vamos tentar fazer aqui um pequeno guia de viagem, para dar uma animada em quem sempre quis ir visitar o Paisito, mas tinha dúvidas ou faltava um pouco de coragem; e também falar um pouco sobre as atrações do país vizinho, pois até mesmo muitos gaúchos sabem pouco ou quase nada sobre o Uruguai.
A preparação
Imagino que a maioria já saiba, mas melhor chover no molhado do que omitir informação. Para viajar para qualquer país do Mercosul, os brasileiros não precisam de passaporte, apenas carteira de identidade, de preferência, em bom estado de conservação e com foto recente. Se você tem aquela foto ainda com cara de criança, vale a pena atualizar. Já ouvi relatos de fiscais mais chatos (principalmente na Argentina) implicarem com carteiras velhas, embora eu nunca tenha presenciado isso. Passaporte também vale, nós preferimos, para ficar o registro da viagem.
Atenção: nossa carteira de motorista não vale como documento de identidade lá fora. Já fiz a burrada de viajar só com ela, e não queiram saber os enroscos que passei. De qualquer forma, é necessário levar a carteira de habilitação para apresentar aos policiais rodoviários e de fronteira.
Em relação ao carro, é indispensável adquirir a carta verde, seguro obrigatório para os países do Mercosul. O valor varia de acordo com o número de dias. No meu caso, adquiri de 10 dias (meu plano era ficar 8 dias, de sábado a sábado), por R$ 112. Você pode adquirir junto à seguradoras ou alguns bancos. É possível conseguir a carta verde na fronteira mesmo, mas já ir com ela pronta agiliza a viagem.
Se o seu carro tem seguro, confira se o guincho tem cobertura com quilometragem ilimitada. Se não, vale a pena pedir para incluir. No meu caso isso aumentou o valor de seguro em R$ 50 por ano, um valor pequeno se pensarmos quanto custaria trazer o carro guinchado de um país vizinho.
O carro precisa estar no seu nome, ou será necessário levar uma procuração do proprietário autorizando a viagem. Não é possível cruzar a fronteira com carros alugados. Para ir para o Uruguai, não é preciso de nenhuma preparação especial no carro, e em todas as vezes que fui parada, não pediram mais que a carteira de habilitação, documento do veículo e carta verde. Já na vizinha Argentina é preciso levar dois triângulos, e alguns policiais mais chatos podem pedir aqueles adesivos redondos de velocidade nos vidros traseiros, entre outros detalhes – é bom levar um pouco de “propina” (gorjeta, em espanhol), pois infelizmente alguns policiais argentinos podem ser muito criativos para inventar leis instantâneas.
Como tento manter a manutenção sempre em dia, a única coisa que fiz especificamente para a viagem foi revisar a geometria trocar os pneus traseiros, que estavam se aproximando do TWI. Como os dianteiros ainda estavam bons, e a previsão era de chuvas no período, achei melhor não arriscar e viajar com a perigosa combinação de pneus dianteiros bons e traseiros ruins. Como já comentei antes, prefiro comprar pneus bons e baratos e trocar com uns 80% de vida do que usar pneus top de linha e usar até o fim. Outro cuidado que recomendo é ver se nenhuma manutenção periódica irá vencer durante a viagem, como a troca de óleo. Se sim, adianta-se. No meu caso não foi necessário.
Preparativos
Outro ponto importante é escolher a época do ano. Eu e o Jonas optamos por viajar em julho, no inverno, por vários motivos: era a época que ambos podíamos sair de férias, gostamos de viajar no frio, e também de curtir os lugares na baixa temporada, quando não há “muvuca” e se consegue hospedagem e refeições mais em conta. Porém, ir para o Uruguai no inverno também tem suas desvantagens: os dias são bem mais curtos, por volta das 17:30 já escurece, enquanto que no verão às 21 horas ainda há um pouco de luz natural. Outro problema é que a maioria dos hotéis fecha no inverno, então nas cidades menores é importante fazer reserva para não correr o risco de ficar sem hospedagem.
No verão, tudo muda de figura, o calor é intenso e o movimento de turistas idem. Entretanto, não esperem grandes celebrações nem queimas de fogos na virada do ano. É importante fazer reservas, e prepare-se para esperar nos restaurantes e bares mais badalados. Tenho amigos que foram nessa época do ano para Montevideo/Colonia e gostaram, outros odiaram. Enfim, depende do estilo de turismo que cada um curte.
Nosso plano inicial era de ficar 8 dias, entrando pelo Chuy, com a primeira noite em Punta Del Diablo. E pretendíamos ficar um tempinho maior em Colonia.
Nada mais estava muito planejado, não fiz reservas em hotéis (apenas da primeira noite, já que punta del diablo é uma vila pequena), por ser baixa temporada, imaginei que seria tranqüilo conseguir estadia em qualquer lugar. Aí o planejamento sofreu uma reviravolta: devido a problemas de saúde na família, tive de adiar a viagem. Quando a poeira baixou, haviam sobrado 5 dias de férias. Como a vontade de viajar era muita, eu e o Jonas resolvemos partir mesmo assim.
A saída
Saímos de Santa Cruz do Sul pouco antes das 6 horas do dia 14/07, terça-feira, sob forte chuva. A intenção era fazer a viagem render o máximo ainda pela manhã, para termos tempo livre para passearmos em Punta del Diablo e arredores à tardinha. O tempo ruim e o movimento intenso de caminhões não permitiu grandes avanços, e na primeira hora de viagem andamos apenas 60km.
Previsão super otimista do Waze… chegamos à meia tarde
As duas horas seguintes foram um pouco melhores, permitindo uns 80 km/h de média. Tomamos café em um posto no caminho. Passamos por Rio Grande, deixando para trás todo o movimento de caminhões e contêineres indo para o porto. Dali até o Chuí, são 240 km de estrada aberta, praticamente uma reta só – infelizmente a qualidade do asfalto não é das melhores. Neste trecho, deixamos a chuva para trás. Aproveitei para abastecer gasolina brasileira uma última vez, para a mudança de E27 para E0 ser mais gradual. Passamos pela estação ecológica do Taim: se você tem tempo livre e curte biologia, vale a parada. Como eu já conhecia a estação e estávamos no modo econofast, seguimos em frente. Cuidado com as capivaras cruzando a estrada, vimos perto de dez mortas atropeladas em menos de dois quilômetros.
Câmbio
Chegamos no Chuí/Chuy, a “fronteira” é uma rua que cruza a cidade, e fomos direto fazer câmbio. Dica que aprendi em outras viagens para o Uruguai: troque dinheiro sempre na fronteira. Quanto mais “para dentro” do país, pior a cotação do Real. Tente fazer uma estimativa dos gastos, e troque o valor todo de uma vez – algumas casas de câmbio conseguem cotação um pouco melhor em grande quantidade. Em Chuy, conseguimos 8,35 pesos para cada real. Em Colônia e Montevideo, a cotação estava por volta de 7,50 – 7,60. Evite os cambistas de rua pelo risco de receber dinheiro falsificado.
Via de regra, qualquer estabelecimento aceita pesos e dólares. Alguns lugares aceitam reais, principalmente perto da fronteira e nas cidades mais turísticas, como Colonia, porém, a cotação costuma não ser muito vantajosa. Muitos lugares, como hostels e restaurantes, não aceitam cartões de crédito, e outros oferecem descontos no pagamento em dinheiro. Por isso vale a pena andar com dinheiro vivo, e se você for descendente do Tio Patinhas, perguntar o preço em dólar e peso, pode se surpreender com a diferença de cotação empregada no cálculo.
Também há a lei que isenta os turistas estrangeiros do pagamento do IVA – equivalente ao nosso ICMS – no pagamento de hotéis e restaurantes. Sinceramente nunca entendi muito bem como funciona, já que os quatro hotéis que ficamos disseram que não ofereciam desconto pois o valor anunciado da diária já seria sem IVA. Nos restaurantes supostamente o estorno de 18,5% deve vir direto no cartão de crédito, mas nunca experimentei para não arriscar ter de pagar os 6,38% de IOF mais o câmbio ruim do cartão. Se alguém já conseguiu esse estorno no pagamento de hotéis ou restaurantes, manifeste-se nos comentários, pois também tenho essa curiosidade.
Combustível
A gasolina custa o mesmo em qualquer lugar do Uruguai. A diferença é que nas cidades de fronteira (seja com o Brasil ou Argentina), ao abastecer no cartão de crédito, recebe-se 24% de desconto referente à devolução de imposto – paga-se o valor cheio na hora de abastecer, mas na fatura do cartão aparece o estorno do valor. Por isso, apesar da gasolina ser significativamente mais cara no Uruguai que no Brasil, este desconto aliado ao fato de ela não ter adição de álcool, acaba tornando vantajoso abastecer por lá, já que a melhora do consumo do carro é bem siginificativa.
Eu costumo abastecer sempre na rede Ancap, que oferece gasolina premium de 97 octanas RON, que na época custava $42,10. E sempre tem wi-fi em seus postos, o que é muito útil para mandar notícias para a família. Nos postos longe da fronteira, prefiro fazer o pagamento em pesos mesmo.
Dirigindo no Uruguai
De volta para estrada, passamos pela aduana, carimbamos os passaportes, apresentamos a carta verde, e seguimos viagem. Poucos quilômetros depois, um lugar muito curioso: a estrada se transforma em uma pista de pouso de emergência para aviões – na foto não dá para perceber, mas a pista é bem mais larga que uma rodovia comum. Rimos um bocado do inusitado do lugar, tivemos de parar para algumas fotos – rapidinho pois ainda queríamos curtir Punta del Diablo à tardinha.
Meses depois vi esse mesmo trecho no especial do acelerados sobre o Life+, aos 4:30 e ao finzinho do vídeo:
Aliás, o roteiro deste “rali” é bem semelhante à primeira parte da nossa viagem.
Muitas estradas são pedagiadas, então é bom ter sempre um pouco de dinheiro vivo. Eu nunca tentei, mas alguns amigos já me disseram que é possível pagar também em reais.
Velocidade
Exceto indicado, o limite de velocidade nas rodovias uruguaias é de 110 km/h. Pessoalmente acho uma velocidade bem tranqüila para curtir a viagem sem pressa nem tédio. Dificilmente você vai ver um uruguaio andando mais rápido que isso, já argentinos e brasileiros apressadinhos são mais comuns. Carros velhos em mau estado de conservação não são raros, então também é bom tomar cuidado, pois nunca se sabe quando um velhinho a 60 km/h vai aparecer na sua frente.
Curiosidade: em uma visita anterior, fui ultrapassada por um Scirocco em alta velocidade, e o acompanhei por alguns quilômetros, até pela curiosidade de ver esse carro tão incomum no nosso país. Poucos minutos depois de ter aliviado o pé e deixado ele sumir, o encontrei parado pela polícia na beira da estrada. Por essas e outras que digo que radares são raros, mas ao contrário do que muitos dizem, o Uruguai não é essa terra sem lei que limites de velocidade são apenas decorativos.
Punta del Diablo
Há muito tempo ouvia falar da “outra punta” do Uruguai, e tinha mais curiosidade de conhecê-la que a própria Punta del Este. É uma praia bem alternativa, um conjunto de ruazinhas de chão batido e construções simples e charmosas na beira da praia, na maioria, chalés. A vila estava praticamente deserta: na baixa temporada tem cerca de 1.000 habitantes, mas parece ter muito menos. No verão a população multiplica-se para um valor aparentemente inconcebível para um lugar tão pequeno, e a vila deixa de ser pacata e vira uma grande festa ao ar livre. Mesmo a menos de 50 km do Brasil, várias coisas deixam claro que você está no Uruguai:
• As casas tem nomes, não números (pobre do carteiro)…
… e achei até uma com meu nome:
• Qualquer moquifo, por pior que seja o aspecto, vai ter alguma coisa deliciosa pra comer.
• Qualquer pessoa que lhe atender, vai fazer o possível para agradar.
Como tive de cancelar a reserva que eu havia feito previamente, e até um dia antes da viagem eu não tinha certeza que iria poder viajar, chegamos sem ter um lugar certo para ficar. A imensa maioria das pousadas estava deserta. Fomos até uma pousada que simpatizamos no trip advisor (ótima ferramenta, diga-se de passagem), El Diablo y el Mar, pousadinha simples, um chalé com apenas cinco quartos, mas limpo, agradável e com preço razoável.
Não quero que esse post fique com cara de propaganda, mas impossível não elogiar aqui o atendimento do dono, Nicolás. O cara te recebe super bem, sem ser chato nem pedante; traz café da manhã no quarto, dá dicas ótimas de restaurantes, de atrações, melhores estradas, até pegou nosso whatsapp e perguntou no outro dia se deu tudo certo e se precisávamos de alguma ajuda. Difícil não ficar com vontade de voltar.
Depois de desembarcar as malas, saímos enfim para caminhar pela praia e curtir o por-do-sol. Jantamos no ótimo Il Tano, um dos poucos restaurantes que fica aberto o ano todo, e serve pratos com um toque regional, como raviólis recheados com algas (um prato típico do departamento de Rocha), e porco com molho de butiá – quem é do sul conhece essa frutinha, mais usada para fazer licores com cachaça. Dormimos cedo para acordarmos bem descansados e a tempo de curtir a Fortaleza.
Pouco antes de chegarmos em Punta del Diablo, apareceu o trio de luzes de erro no painel: ABS/controle de tração/monitoramento da pressão dos pneus. Aproveitei o descanso na pousada para passar o scanner e confirmar minhas suspeitas: sensor do ABS danificado, no caso, o traseiro direito. Apaguei o erro, que logo voltou, confirmando o defeito. Nada grave, apenas um aviso de que teríamos de dirigir de forma cautelosa, pois o carro não contava mais com nenhuma babá eletrônica. Sem problemas.
Fortaleza de Santa Teresa
É uma das principais atrações turísticas da região. Conta muito da conturbada História do Uruguai, que alternou períodos como colônia portuguesa e espanhola até conquistar sua independência. A própria fortaleza começou a ser construída pelos portugueses em 1762, foi tomada ainda em construção pelos espanhóis em 1763, foi novamente anexada ao Brasil (ainda colônia portuguesa) em 1821, em 1825 foi tomada pelos separatistas uruguaios, que finalmente conquistaram a independência em 1828.
Mais tarde a fortaleza virou presídio, foi abandonada e quase enterrada pela areia, até começar a ser recuperada em 1927. Atualmente está muito bem preservada, com acervo organizado. Fica em meio de uma reserva com milhares de árvores, plantadas para evitar que o avanço das dunas a soterrasse novamente. O entorno da fortaleza é um lugar bastante agradável, conta com camping e vários bares que funcionam na temporada.
Ainda sobre Punta del Diablo: amigos que foram em alta temporada já me contaram experiências ruins, de uma cidade superlotada, preços altos, mau atendimento e muito barulho. Definitivamente não é um lugar que eu pretendo voltar em alta temporada, embora nossa passada tenha sido bastante agradável.
Cabo Polônio
Depois de visitarmos a fortaleza pela manhã, pegamos estrada novamente. Logo ao sul de Punta del Diablo há outra localidade bem interessante para quem curte natureza: Cabo Polônio. É uma vila de pescadores, em meio a um parque nacional, onde não há luz elétrica, e só é possível chegar em um caminhão 4×4 adaptado para levar passageiros que faz o trajeto da rodovia até a vila. Se você tiver um veículo apto para cruzar as dunas, pode tentar ir por conta própria também.
Como nós estávamos com pouco tempo, e já vimos nossa cota de praias selvagens e lobos marinhos em nossa viagem pela Patagônia Argentina, passamos reto. Se você curte turismo alternativo, pode valer a pena passar uma noite por lá. Mas faça reserva, na alta temporada tudo tende a estar lotado, e na baixa, fechado.
Garzón
Seguindo nossa viagem rumo ao sul, fizemos uma escala em um destino pouco comum. Garzón é uma cidadezinha que já foi próspera no passado, quando era sede de um moinho e uma parada na então movimentada ferrovia. Com a construção da Ruta 9, o declínio do moinho e o fim da ferrovia, a população decaiu de mais de 2.000 habitantes para menos de 200, tornando o lugar algo próximo da Radiator Springs do filme Carros, da Pixar. A ampla praça central e a bonita estação de trem, há muito abandonada, guardam lembranças do passado próspero da vila.
A cidade foi “redescoberta” em 2003 pelo Chef Argentino Francis Mallman, que ali abriu um restaurante e hotel cinco estrelas. Apesar de ficar no meio do nada, Garzón fica a menos de 70 km de Punta del Este, que no verão fica lotada de turistas endinheirados e ávidos por novidades. Assim, não só o restaurante prosperou, como abriu caminho para outros restaurantes, pousadas, uma galeria de arte, vinícolas e olivares. Porém, no inverno, tudo fecha, e a cidadezinha volta ao seu estado de abandono.
O famoso restaurante e a praça central
Curiosos para conferir esta peculiar história, desviamos do nosso caminho – A Ruta 9 – e pegamos a estradinha que leva a Garzón, cerca de 10 km, sendo maior parte de chão batido, mas em ótimo estado, não oferecendo grande desafio mesmo para um BMW baixinho. Curiosidade: as pessoas se cumprimentam nas ruas, na estrada chegando ao povoado os nativos já nos cumprimentavam, logo nos acostumamos e estávamos cumprimentado todo mundo também.
Fomos direto procurar um restaurante que, segundo algum guia na internet, ficava aberto o ano todo – Lucifer. Não foi com muita surpresa que descobrimos que estava fechado. A surpresa foi descobrir que o restaurante, mesmo fechado há meses, permanecia totalmente montado, com mesas, cadeiras e decoração em seu lugar, com direito à cartões de visita para quem eventualmente passar por ali.
Almoçamos então um lanche que havíamos comprado em um posto da Ruta 9: empanadas de carne bem temperada e os melhores bem-casados que já comi na vida. Dali, fomos a pé conhecer a estação de trem, que não aparenta estar há tanto tempo abandonada. Boa parte dos vidros ainda está no lugar, assim como os acabamentos do seu interior. A impressão que passa é que uma restauração não seria tarefa das mais complexas. Caminhando pelos trilhos, vimos inclusive o sistema de “troca” dos trilhos – aqueles que a gente sempre vê em filmes de faroeste.
Por último, circulamos pela vila. As ruas largas, a praça ampla, tudo reforça o clima de cidade fantasma. Não se vê muitas pessoas ou carros circulando. Não vimos sequer um estabelecimento comercial aberto. Com certeza na alta temporada deve ser uma experiência totalmente diferente.
Punta del Este
De volta à estrada, seguimos uma dica do Nicolás, de Punta Del Diablo: desviar da Ruta 9 e pegar uma estrada secundária, o Camino Sainz Martínez. Diferente da maioria das rodovias uruguaias com seus longos retões, é uma estradinha levemente sinuosa. A paisagem muda um pouco para um misto de campo e serra, ladeadas por bonitas propriedades rurais. Foi o trecho mais legal de dirigir de toda a viagem. Logo chega-se à cidade de José Ignacio, balneário muito freqüentado por Uruguaios. Dali, pegamos a Ruta 10, que segue costeando a praia, até Punta del Este. Este caminho acrescenta alguns quilômetros e minutos à viagem, mas também a torna mais interessante, já que segue pelas ramblas, largas avenidas à beira-mar.
Chegando em Punta, sem muita idéia para onde ir (meu mapa offline não estava funcionando muito bem), fomos seguindo as placas. Mais uma atração curiosa, que eu desconhecia: a ponte ondulada. Em foto não aparenta tanto, mas passar nela garante um certo friozinho na barriga, pois ao subir em cada ondulação não há visibilidade alguma do que vem a seguir. Impossível não ficar com vontade de repetir a experiência algumas vezes, de preferência em horários de pouco movimento.
Foto: welcomeuruguay.com
Se no Departamento de Rocha (Punta del Diablo, Cabo Polônio, Las Palomas) o clima é simples, rústico e informal, em Maldonado (Punta del Este) as praias já são mais sofisticadas, então os dois estados acabam atraindo diferentes tipos de turistas.
Em Punta, há muitas opções de hospedagem, e em baixa temporada, se consegue quartos em hotéis ótimos com preços bem razoáveis. Decidimos ficar no apart hotel Yoo, e alugamos um apartamento excelente por USD 80 – menos de um terço do preço na alta temporada – e ainda recebemos um vale de USD 70 para a próxima estadia (!).
Com hospedagem garantida, fomos rodar um pouco pelas ruas de Punta, passando pelos pontos turísticos famosos, como a “mão” – escultura de cinco pontas de dedos emergindo da areia, na praia brava – e as ramblas. Fomos até Punta Ballena curtir o por-do-sol, já planejando retornar no outro dia para conhecer a Casapueblo.
Optamos por aproveitar a cozinha do apartamento e economizar alguns pilas, comprando os ingredientes para o jantar em um mercado próximo. Difícil escolher o que comprar, entre delícias como diversos tipos de pães, molhos, queijos, saladas, laticíneos, milanesas e torta pascualina – torta recheada de espinafre e ovos, que muitos uruguaios comem no almoço. Na dúvida, compramos um pouco de tudo, e com as sobras montamos sanduíches para o café da manhã e almoço do dia seguinte.
No outro dia, acordamos cedo e fomos na autorizada BMW de Punta del Este. Fomos extremamente bem atendidos por um simpático (e lindo) atendente que prontamente deu uma olhada no Wiesel. Logo lamentou não ter o sensor em estoque, e ligou para a matriz em Montevideo, confirmando que eles tinham a peça, mas só poderiam enviar no dia seguinte. Resumindo, se eu pudesse ficar em Punta mais um dia, ele consertaria o carro, mas como tínhamos pouco tempo, e não era nenhum problema grave, seguimos viagem. Mas o pronto atendimento e boa vontade me deixou uma certeza: se um dia eu precisar fazer um serviço mais complexo no Wiesel, que exija uma oficina autorizada, vou fazer orçamento também em Punta del Este – e desconfio que a diferença de valores ainda pague a viagem Guardei o cartão de visitas para uso futuro.
Em seguida, fomos visitar a Casapueblo. Para quem não conhece, é a casa que inspirou a música “a casa” de Vinicius de Moraes (era uma casa muito engraçada…). Foi construída de forma artesanal pelo artista Carlos Páez Vilaró, que levou 36 anos para concluí-la. Infelizmente hoje a maior parte da construção foi transformada em um hotel de luxo, e apenas poucas salas são abertas a visitação. Possui uma interessante loja de souvenires com reproduções de obras do artista, e um café de onde corremos após ver os preços no cardápio. Em resumo, gostei de ter conhecido o lugar, mas para mim a melhor parte é apreciar a casa do lado de fora, de preferência no por-do-sol.
Caímos na estrada de novo, rumo a Montevideo. Na ida, passamos por Piriápolis, outro balneário muito freqüentado pelos uruguaios. Há vários atrativos para quem quer passar as férias em família, como um teleférico, o castelo do fundador do balneário, parques, e claro, as sempre presentes ramblas costaneras. Parece um lugar agradável, mas como tínhamos muita estrada pela frente, fizemos apenas um passeio rápido e seguimos em frente.
Montevideo
Chegamos à Montevideo sem planos de ficar por lá. Explico: Montevideo é uma cidade linda, com muitas atrações, que pretendemos visitar em outra oportunidade e dedicar um tempo maior. A capital concentra 1,8 milhões dos 3,4 milhões de habitantes do Uruguai, possui belas praias, e é possível contornar a cidade toda pelas belas ramblas à beira mar.
Fizemos apenas uma parada: desviamos um pouco das ramblas para chegar na autorizada BMW. Lá, uma atendente aparentando estar super atarefada logo disse que não teria tempo de ver o carro porque todos os mecânicos estavam ocupados, “e que não é bem assim trocar um sensor”, sim, claro… mas tudo bem. Valeu a parada porque vimos todo tipo de BMW por lá, dos antigos aos mais recentes, incluindo vários que não foram oficialmente importados para o Brasil. Logo na entrada da oficina, uma linda perua E46 manual… É de se pensar, porque em um país com população menor que a de algumas cidades do Brasil se vende normalmente carros que, por aqui, só é possível comprar por importação independente. Claro, isto é resultado de um conjunto de fatores, mas não deixa de ser triste para nós gearheads.
Para quem for ao Uruguai e tiver tempo disponível, recomendo fortemente incluir Montevideo no roteiro. Como só passei rapidamente pela cidade nas duas vezes que lá estive, não posso dar muitas dicas do que fazer, mas sugiro visitar o blog viveruruguay.com , escrito por uma baiana que mora na cidade, e tem ótimas dicas para quem quer conhecer o Uruguai.
Saímos da BMW e pegamos o rumo para nossa próxima parada, Colônia. Novamente meu GPS offline estava deixando a desejar, mas felizmente a saída da cidade é muito bem sinalizada, e não foi difícil encontrar o caminho. Paramos em um posto para abastecer e tomar um café, pois o dia foi cansativo e ainda tínhamos um bom trecho de estrada pela frente. A estrada é quase toda duplicada, impecável, até quase a entrada de Colonia, quando se transforma em uma estrada simples ladeada por uma surreal alameda de palmeiras enormes, por vários quilômetros.
Colonia del Sacramento
Posso dizer com certeza que é a minha cidade preferida no Uruguai. Fundada em 1680 por portugueses, que queriam demarcar seu domínio na região, possui um centro histórico bem preservado. Há trechos da muralha da cidade, construída há mais de 300 anos, ruas calçadas que não aparentam ser muito mais novas do que isso. Há muitos casarões coloniais portugueses, alguns deles transformados em lojas, restaurantes e pousadas, mas sem destoar do clima rústico do lugar.
Fomos direto para a pousada Las Terrazas, que nos chamou a atenção em uma viagem anterior, quando infelizmente estava lotada. Demos sorte e conseguimos o último quarto de casal. Estacionei o Wiesel na frente, e ali ele ficou parado pelos próximos dois dias.
Na maioria dos hotéis uruguaios não há estacionamento fechado, o carro fica na rua mesmo, ou em algum espaço aberto reservado para tal. No início eu ficava com receio, mas depois de um tempo acaba acostumando, já que todo mundo faz isso mesmo. Nunca tive problema algum, nem com riscos nem coisa alguma.
Colonia é uma cidade para ser curtida a pé. O centro histórico é cheio de charme e pequenos detalhes que merecem ser apreciados com calma. As ruas irregulares de pedra também desencorajam a circular de carro. Fora do centro histórico, a cidade conta com boas ruas asfaltadas, mas a parte mais interessante da cidade fica no lado de dentro da antiga muralha.
Colonia fica na beira do Rio del Plata (ou Mar del Plata, para os argentinos). No outro lado do rio (com cerca de 40 km de largura neste ponto) fica a cidade de Buenos Aires, que como por mágica, só se torna bem visível ao pôr-do-sol, quando é possíver ver as silhuetas dos prédios mais altos no horizonte. É possível fazer a travessia usando os serviços de balsa, o mais famoso é o Buquebus, que transporta pessoas e carros para a capital argentina. Apesar de ter praia (de Rio), não é exatamente um destino praiano, e fica bem movimentada também no inverno, quando recebe muitos turistas, principalmente argentinos e brasileiros. Pessoalmente prefiro Colonia no inverno: muitos hotéis e restaurantes não possuem ar condicionado, e o calor costuma ser forte no verão.
É difícil tentar transmitir o charme da cidade com fotos, ela sempre parece mais bonita ao vivo que em minhas fotos. Mas eu continuo tentando:
Como em boa parte do Uruguai, carros antigos não são raridade. Há até um restaurante – o Drugstore – que aproveita carcaças de antigos como decoração, sendo que um deles até virou mesa.
Na primeira noite, caminhamos pelas ruazinhas até encontrar um restaurante convidativo para um jantar tranqüilo. Comemos uma saborosa carne uruguaia, e voltamos para a pousada.
No segundo dia, hora de colocar as pernas para trabalhar. Fizemos uma caminhada que planejávamos desde a nossa primeira viagem a Colonia: fomos a pé até a “Plaza de Toros”, arena de touradas que funcionou de 1910, quando foi inaugurada, até 1912, quando as touradas foram proibidas no Uruguai. Sua estrutura de metal, hoje enferrujada e visível entre as ruínas, foi totalmente trazida da Inglaterra, e foi feita para abrigar até 10.000 espectadores, e nas touradas eram usados touros importados de outros países como Espanha e Peru.
Infelizmente a bonita construção em estilo Mouro não recebeu a correta manutenção após o fim das touradas, e hoje é apenas uma ruína em rápida decadência. Não é possível entrar na arena devido ao risco de desabamento.
Na ida, fomos caminhando pela bonita rambla costanera, e na volta, nos aventuramos por ruazinhas fora do circuito turístico. Vimos diversas casas e carros interessantes. Acho que caminhamos uns 20 km naquele dia.
Em uma dessas ruazinhas, encontramos uma placa que o Jonas achou especialmente convidativa: um restaurante especializado em porções gigantes. Uma foto de um chivito monstruoso acompanhado de uma porção enorme de batatas fritas e dois ovos fritos (?) ilustrava a placa colocada na rua. Não foi difícil decidirmos onde jantar. À noite, fomos a pé novamente até o tal restaurante. Acho que éramos os dois únicos turistas do lugar, que logo começou a ficar cheio de adolescentes. Pedimos o tal do chivito, acompanhado pela Coca-Cola de litro mais barata da viagem (R$ 7). Uma dica: água mineral e refrigerantes costumam ser caros em relação ao Brasil, e normalmente servidos sem gelo. Deixe para comprar água e refrigerante em supermercados, melhor gastar seu dinheiro com as cervejas uruguaias, que costumam ser de boa qualidade.
Infelizmente nossa estada em Colonia estava acabando. No outro dia logo após o café da manhã nos despedimos da pousada (que sempre recomendo e pretendo voltar muitas vezes), e pegamos estrada novamente, após uma parada para abastecer. Nosso destino agora era Carmelo, uma cidade ainda fora dos roteiros turísticos tradicionais, mas muito conhecida entre os uruguaios e turistas argentinos pelas belas vinícolas.
Carmelo
Chega-se em Carmelo atravessando a curiosa “ponte giratória”, que tem esse nome porque sua seção central pode ser girada para permitir a passagem de embarcações. Detalhe que a ponte é girada usando… tração humana.
Estacionamos o Wiesel na beira do Arroyo de las Vacas, e fomos curtir a cidade a pé. Por ser final de semana, a maior parte do comércio estava fechado. Fomos ao centro de atendimento ao turista, pegamos um mapa da cidade, e fomos almoçar em um trailer bem simplesinho, Por algo em torno de 14 reais, pedimos uma gostosa milanesa doble al pan, que serviu de almoço para nós dois.
Depois de caminhar mais um bocado, fomos conhecer as charmosas vinícolas da região. Muitas delas contam com restaurantes e pousadas daquele estilo simples e chique uruguaio, mas os preços não eram nada convidativos. Foi bom termos almoçado a milanesa. Acabamos comprando apenas os ótimos vinhos Tannat da região, queijos temperados e o famoso dulce de leche uruguaio. Aproveitei para levar alguns itens a mais para dar de presente a amigos.
A essa altura, já tínhamos visto praticamente tudo que planejávamos na viagem. Mas para não retornar pelo caminho que já conhecíamos (Durazno/Paso de los Toros), resolvemos esticar a viagem até Paysandu.
Paysandu
Esse trecho é o menos turístico da viagem. As estradas depois de Carmelo são mais deterioradas – não há buracos, mas o asfalto em alguns trechos é bem irregular, tornando a viagem mais desconfortável. Para quem está indo ao Uruguai pela primeira vez ou tem pouco tempo de viagem, recomendo voltar por Durazno, que é uma cidadezinha bem agradável para um pernoite rápido. Paso de Los Toros e Tacuarembó também oferecem opções de hospedagem.
Chegamos em Paysandu ao anoitecer. Paramos em um posto, abastecemos – por ser fronteira com a Argentina, lá também vale o desconto de 24% no combustível – e fizemos compras na lojinha do posto, onde o Jonas encontrou um presente para mim que há muito ele procurava: a miniatura 1:64 de um E87.
Entramos na cidade sem muita idéia de onde ir, e fomos seguindo o fluxo dos carros até chegarmos no centro da cidade. Estacionamos e fomos procurar um hotel. Haviam poucas opções, nenhuma com bom custo/benefício. Acabamos ficando em um antigo hotel recentemente reformado. Descarregamos as malas e fomos curtir a cidade a pé.
Aqui foi onde nos sentimos realmente no Uruguai: carros tocando regatón (sim, não são só os argentinos), pessoas andando de moto sem capacete, carros antigos, de impecáveis a se arrastando aos pedaços. Vimos apenas dois ou três carros brasileiros, mais alguns argentinos. Mas turistas mesmo, acho que apenas nós. A cidade é sede da cervejaria Norteña, tem uma região central bonita, com calçadões, bares, uma bonita praça central e uma imponente catedral, mas nenhuma grande atração turística famosa.
Depois de uma boa caminhada, procuramos um lugar para jantar. Como o clima estava bem agradável, acabamos escolhendo um restaurante com mesas na calçada, com o sugestivo nome de La Pasiva. Da esquina ficamos observando o movimento de carros e pessoas. Definitivamente o cenário automotivo uruguaio é bem variado: há carros novos, velhos, europeus, japoneses, argentinos, franceses, brasileiros, e muitos chineses. Mas o que mais chamou a atenção naquela noite foi o Party Bus – sim, um “ônibus-balada”, obviamente tocando regatón, enquanto rodava pelas ruas centrais da cidade.
Outro carro curioso que infelizmente não consegui fotografar foi um BMW E46 330ix manual. Sim, com tração nas quatro rodas. Apesar do Uruguai ser um país, na média, bastante seguro, prefiro não dar chance ao azar e não sair caminhando à noite com câmera à tiracolo. Vale a pena ressaltar que nós já caminhamos muito nas mais variadas cidades, e nunca passamos por nenhuma situação de perigo nem presenciamos nada suspeito. Mesmo assim, não custa ter um pouco de cautela e não confiar demais na boa fama do país.
O retorno
Último dia, 650 km pela frente. Comemos um bom desayuno, destaque positivo do hotel. Vale comentar: no Uruguai, o café da manhã não costuma ser farto e variado como no Brasil. Nos hotéis mais simples, pode ser apenas pão, geléias e uma fruta, além de café com leite. os hotéis mais sofisticados oferecem algumas opções a mais, mas via de regra, aquela estratégia de tomar um café da manhã reforçado para economizar em alimentação durante o dia não costuma funcionar.
Saímos cedo do hotel, com a meta de chegar em Rivera a tempo de almoçar o prato favorito do Jonas, filé ao roquefort. Ou seja, 345 km antes do almoço. Na saída, uma cena impressionante: um “cemitério de carros”, com dezenas, ou talvez centenas, de carros das décadas de 20 a 80, a maioria em avançado estado de decomposição. Todos à venda, mas infelizmente no estado que estão, dificilmente voltarão a rodar um dia. Para quem tiver curiosidade de conhecer o acervo, o Bel Air azul segura uma placa com o site. Aliás, vi muitos carros antigos à venda pelo país com placas para ligar “desde Brasil”. A vontade era de ficar ali fotografando as raridades, mas ainda tínhamos muito chão pela frente.
Pouco depois da saída, começou a chuva, que nos acompanhou até o Brasil. Fiquei feliz por ter trocado os pneus traseiros antes da viagem. Novamente foi fácil de viajar sem precisar de GPS, os trevos eram bem sinalizados, foi só seguir as placas indicando Rivera/Tacuarembó. Aqui encontramos os piores trechos de estrada. Posso dizer que não vi nenhum daqueles buracos tão comuns no RS, que são garantia de roda torta; mas em alguns trechos, tivemos de reduzir a velocidade pois o asfalto estava bem irregular.
Chegando perto do Brasil, hora da quilometragem redonda: o Wiesel completou 120.000 km rodados. Já são mais de 30 mil km na minha mão. Apesar da chuva, a idéia era manter a maior velocidade média possível: no inverno, escurece cedo aqui no RS, e eu sabia que o pior trecho seria no Brasil, e eu não queria viajar à noite para poder ver melhor os buracos. Mas a chuva não permitia rodar rápido com segurança, então nos conformamos em encarar à noite.
Chegamos em Rivera, almoçamos, abastecemos o carro com gasolina pura pela última vez. O sol se pôs quando estávamos chegando a Santa Maria. A noite e o intenso movimento tornaram a viagem mais lenta e cansativa. mas chegamos, sãos e salvos, os três – e o Wiesel imundo pela viagem. Foi cansativo, sem dúvida. Mas ficamos muito satisfeitos com a viagem, que correu sem grandes imprevistos.
Sei que deixei muita coisa interessante para trás. Há várias cidades que ainda queremos conhecer, como Nueva Helvetia, e outras que queremos voltar e curtir melhor, como Montevideo. Acredito que muitos leitores também conhecem o Uruguai e podem colaborar com muitas dicas, e se quiserem fazê-lo nos comentários, vão enriquecer em muito esse post.
Deixo aqui meu conselho: quem mora no sul do país e pode encarar uma estrada, conheça o Uruguai. Vale muito a pena conhecer uma cultura diferente, língua diferente, outros costumes. E para quem mora mais longe, faça seu roteiro – o Brasil é cheio de lugares legais que merecem uma visita. E quem sabe, compartilhe o roteiro aqui também!
Por Vanessa Elisa, Project Cars #328
Uma mensagem do FlatOut!
Vanessa, que bela aventura! Além de ser uma história muito bem contada, sua viagem é valiosa para quem pretende fazer o mesmo — já que nós, brasileiros, estamos tão perto deste belo país que é o Uruguai. Parabéns pelo relato, por usar o Wiesel como ele merece ser usado e, claro, pelas fotos!