As primeiras rodas de carros eram feitas de madeira. À medida que os automóveis foram ficando mais potentes e pesados, viu-se que a madeira não era exatamente o material mais indicado para fazer rodas. Com um tempo, foram surgindo as rodas de aço, alumínio e liga leve. De início, elas eram sempre cor de prata —ou, no máximo, cromadas.
É difícil dizer quando os entusiastas começaram a pintar as rodas de seus carros de outras cores — os hot rodders da década de 30 já pintavam as rodas de seus T-Buckets equipados com motores V8 Flathead. O caso é que há muito tempo as rodas não são mais apenas prateadas: há versões especiais de fábrica com rodas douradas, brancas, pretas e até vermelhas — além de todas as opções aftermarket que estão a uma busca no Google de distância.
O caso é que a personalização feita em casa — o famoso do-it-yourself sempre teve muitos adeptos e, recentemente, a tendência das rodas coloridas — que existe há tempos — tomou mais força do que nunca. Junto com a suspensão rebaixada (nem sempre de maneira segura), adesivos e outros adereços, um jogo de rodas grandes e de cores vivas era quase obrigação entre os fãs de carros modificados.
O FlatOut não tem problema algum com isso e, em alguns casos, apreciamos bastante o resultado. Mas existe um acessório que promete levar este negócio de rodas coloridas a outro nível: o Fantasma OWL. Antes de dar qualquer explicação, assista a este vídeo:
What the…
O Fantasma OWL (de “on wheel light” ou “luz de roda”) é um dispositivo que usa luzes de LED de cores diferentes e é capaz de projetar milhares de imagens diferentes, formadas pelo movimento das rodas girando. Ele tem formato de hélice e é instalado na face da roda (o que deve afetar o balanceamento). Os LEDs são gerados por vários pontos em apenas um dos lados da hélice. O Fantasma OWL parado é assim:
Não é exatamente empolgante, não é mesmo? Mas quando a roda gira, a “mágica” acontece:
Como isto é possível? Não é mágica nenhuma, na verdade. Chama-se “persistência da visão” (persistence of vision ou simplesmente “POV”). Quando você vê um carro com o Fantasma OWL instalado, o movimento das rodas deixa um “rastro” de luz, não é mesmo? Este rastro é visível porque, cada vez que você vê uma coisa, uma “impressão” do que você vê (no caso, uma das lâmpadas de LED) fica armazenada na retina por frações de segundo. Quando o LED muda de posição, uma nova impressão é gerada e se sobrepõe à antiga. Este processo todo é extremamente rápido e, por isso, causa a impressão de continuidade e movimento. Leds piscantes, com várias cores, proporcionam o efeito de animação.
Não sabemos o que é melhor: a trilha sonora com Skid Row ou a estrela de três pontas piscante na roda traseira do Evo
É o tipo de coisa que poderia entrar em uma da das nossas listas sobre xuning (parte 1 e parte 2), mas o funcionamento é tão engenhoso que até deixa a novidade interessante. A instalação é bem bolada — embora não possa ser realizada em qualquer carro: é preciso ter uma roda com raios relativamente finos, que deixe os freios razoavelmente expostos. O vídeo abaixo explica a instalação passo a passo.
Você precisa grudar um imã no disco de freio e alinhar um sensor na ponta do Fantasma OWL a este sensor, que serve para que o dispositivo saiba a velocidade em que o carro está e só comece a exibir as imagens quando o veículo atingir cerca de 16 km/h. Abaixo disso, as imagens não aparecem muito bem. Acima de 110 km/hm, as imagens podem ficar instáveis — ou seja, é um daqueles itens de modificação para quem curte “desfilar”.
Falando em imagens, o Fantasma OWL vem com algumas precarregadas, mas acompanha um CD com um software desenvolvido para que você crie suas próprias imagens e depois as carrege no dispositivo usando um pen drive.
Não é o tipo de coisa que colocaríamos nos nossos carros, e acreditamos que boa parte dos leitores também não. Mas conseguimos imaginar alguns usos interessantes para ele — talvez se você quiser fazer um filme homemade ao estilo de TRON, ou usar como publicidade ou…
Não, melhor não.
[ Sugestão do leitor Sky_R32 ]