Olá novamente, caros leitores do FlatOut! Venho aqui hoje atualizar-vos mais uma vez sobre o projeto do meu Puma GTB/S2. Em minha última visita, detalhei o processo de funilaria e restauração da fibra de vidro, assim como da pintura (você pode conferir o passo a passo da restauração nos posts anteriores pra não ficar perdido). Hoje, pretendo contar um pouco sobre as partes elétrica e de tapeçaria.
Vale lembrar que atualmente esse carro é um projeto parcialmente concluído e isso que aqui relato remete a um processo que ocorreu entre 2010 e 2012. Sendo assim, as fotos e informações aqui mostradas não necessariamente refletem o estado atual do veículo.
Como não possuo fotos da fiação em si, pretendo ilustrar esse artigo com fotos do veículo já restaurado, porém antes de receber a placa preta (não há diferenças significativas). Acredito que dessa forma, torno minha postagem até mais interessante a quem lê, sem perder conteúdo, que estará no texto.
Falarei brevemente sobre a parte elétrica, já que não entendo desse processo em detalhes. O que sei é que a fiação do carro foi toda refeita e o processo — à época — custou R$ 900 e uns três meses de ansiedade. O foco foi em evitar risco de incêndio, já que a fiação antiga encontrava- se muito degradada, portanto itens de painel (mostradores e botões) permaneceram intocados, por estarem em relativo bom estado e funcionando normalmente. A restauração destes é uma pendência que perdura até a atualidade (à espera de um milagre financeiro).
Sobre a tapeçaria, o que tenho a dizer é que os bancos originais encontravam-se com a armação bastante deteriorada pelo tempo e necessitaram ser remanufaturados. As espumas e o revestimento também foram trocados de forma a garantir um melhor aspecto interno, dando a impressão de que o carro finalmente ficou “novo”. Apenas o painel não foi tocado por motivos de “melhor não mexer em parte elétrica sem saber, né?” e isso ficou pra quando for fazer a parte de mostradores e botões, que daí já resolve tudo de uma vez só.
Um fato interessante dessa parte do projeto é que as portas perderam as alavancas de vidro erroneamente adaptadas e os mesmos voltaram a ser elétricos. Uma curiosidade que vale ser mencionada aqui é que o vidro elétrico do Puma remete a uma época na qual poucos eram os modelos em produção que apresentavam esse recurso. Dessa forma, este não era um item adaptado de outro veículo, mas sim uma engenhoca desenvolvida pelos próprios — devo dizer — engenheiros da Puma. Tratam-se de dois motores de limpador de para-brisa (um em cada porta) ligados por correia a polias que fazem o mecanismo do vidro girar. Uma sacada de mestre!
Outra curiosidade dessa etapa da restauração é que, quando da entrega do veículo, o tapeceiro me devolveu o mesmo com o volante (original Puma, recém comprado) torto. Apesar do aborrecimento (que foi grande), consegui negociar um desconto no valor do serviço pra cobrir o gasto com um volante novo, o que, pra mim, foi um alívio. Dessa forma, o serviço de tapeçaria me custou por volta de 450 reais — como vocês devem ter percebido, cobra-se bastante caro por um volante desses.
Nesse ponto, o carro se encontrava praticamente terminado, num estado semelhante ao atual. Foi a época em que mais saí pra passear e curtir meu antigo e posso dizer que é uma fase muito bacana — finalmente você pode dirigir aquele carro que queria tanto ver pronto, que demorou e custou tão caro. É uma experiência muito prazerosa e gratificante, principalmente quando se anda na rua e percebe nos olhares a admiração por aquela peça histórica em tão bom estado de conservação.
Mas nem tudo são flores: é com um certo pesar que confirmo as expectativas dos editores quanto aos Project Cars, inclusive usando meu caso como exemplo. A atual situação econômica que vivemos está impossibilitando meu projeto de seguir em frente e até mesmo me encorajando a mudar de planos e trocar de “brinquedo”. Já pensei muito em vender esse Puma e meu carro de dia-a-dia para investir em um turbo, algo que ande forte. Porém o mercado encontra-se retraído e até mesmo esse plano B me parece um tanto impraticável, o que me faz sentir engessado em relação a meus carros (acredito que isso reflita a situação de muitos aqui).
Então não se assustem se num futuro não distante encontrarem meu carro no “Achados Meio Perdidos” — Não me interpretem mal: jamais deixei de gostar do carro ou desanimei do projeto, porém às vezes pode ser bacana trocar de ares, principalmente quando não se tem o tempo e o dinheiro necessário para tratar o carro como ele merece. De qualquer forma, continuarei atualizando o processo de restauração aqui na página até que eu chegue em seu estado atual de evolução.
Nos próximos posts pretendo falar mais um pouco sobre o que está faltando no carro para ficar completo, citar alguns detalhes sobre o processo de obtenção da placa preta e falar mais um pouco sobre planos para o futuro. Enquanto isso, vamos torcendo para uma melhoria na situação econômica do país para que possamos o quanto antes voltar a investir nos nossos carros, que são não só nossos projetos, mas também nossos sonhos. Não desanimem e até a próxima!
Por Victor Giusti, Project Cars #64