De tempos em tempos, um fabricante de automóveis apresenta um conceito que mexe com a cabeça dos entusiastas. Às vezes são apenas conceitos feitos para apresentar uma nova identidade visual ou tecnologia, mas em outras trata-se de uma prévia para um modelo que será lançado em um futuro próximo ou distante.
Nesse caso, porém, nem sempre a versão de produção pertence à mesma doce realidade que o conceito — e a gente acaba se decepcionando. Isto já aconteceu com você?
Nem precisa responder: temos certeza que sim.
Podemos citar alguns exemplos — como o caso do Agile, que já virou clássico nacional: o conceito GPix, apresentado em 2008 e que propunha um pequeno SUV — porte semelhante ao do Ford EcoSport —, de duas portas, com visual arrojado, com teto baixo, faróis afilados e proporções musculosas. Não era exatamente o que chamaríamos de carro entusiasta, mas agradava ao olhos.
Contudo, o carro de produção baseado no conceito GPix não era um SUV — era um hatch feito sobre a plataforma do Celta (que, por sua vez, era baseado no Corsa de 1994) e que ficaria acima dele. A identidade visual do então recém-lançado Agile era, sem dúvida, inspirada no GPix, mas as proporções em nada lembravam o conceito: carroceria alta, com um conjunto dianteiro opulento (no tamanho dos faróis e da grade, principalmente) e vincos marcados pela carroceria. Não era um conjunto exatamente harmonioso, e a recepção do público mais ligado em carros não foi exatamente calorosa.
Algo semelhante aconteceu mais recentemente, com o lançamento da nova geração do Volvo XC90 (ao menos aqui na redação do FlatOut). O conceito que antecipou suas linhas foi o XC Coupe, apresentado no fim de 2013 e muito elogiado por suas linhas elegantes e bem proporcionadas, e pela dianteira que adiantava uma nova identidade visual para a Volvo, com faróis em forma de “T” deitado e uma nova grade, chamada pela marca sueca de “flutuante”.
O novo XC90 foi apresentado na semana passada — o utilitário chegou enfim à sua segunda geração depois de 12 anos — e, ainda que a dianteira tenha ficado bastante parecida com a do conceito, ela parece ter sido simplesmente transplantada para um facelift do modelo antigo. A linha de cintura elevada, um traço marcante do design atual, não foi trazida para as ruas. Da mesma forma foi o estilo das lanternas traseiras, que sugeriam uma nova identidade para os próximos anos, mas acabaram ficando dentro do estilo que a Volvo vem adotando nos últimos 10 anos.
Por fim, o quadril largo e saliente nas laterais traseiras e a subida da linha de cintura também foram deixados de lado, e resultaram em um perfil um tanto datado — especialmente quando se nota o falso quebra-vento na porta traseira, algo que poderia ser eliminado se o ângulo em subida da linha de cintura fosse preservado.
Mas nós temos certeza de que vocês conhecem outros exemplos de conceitos que ficaram bem diluídos no processo de transição para carros de produção — alguns podem até ter te deixado especialmente chateado. E é deles que queremos saber: qual foi o conceito que mais frustrou suas expectativas quando foi parar nas ruas?