GREAT NEWS! Hoje, no Salão do Automóvel de Buenos Aires, a Renault finalmente revelou o Sandero RS, versão apimentada do hatchback que, na época do lançamento, trazia como principal atrativo o espaço interno. E a receita é como um sopro de ar fresco nestes tempos de esportivos de adesivo em abundância: motor 2.0 de 150 cv, câmbio manual e visual para lá de acertado. Sem falar no significado do “RS”: Renault Sport. O Sandero RS é o primeiro a ostentar a sigla fora da Europa.
Se nós temos o Salão do Automóvel de São Paulo nos anos pares, os argentinos têm o Salão de Buenos Aires nos anos ímpares. Isto significa que, em 2015, o palco dos principais lançamentos sul-americanos fica no lado dos hermanos. E o lançamento mais esperado do ano — ao menos para nós, entusiastas — é o Sandero RS, que apareceu no estande da Renault ao lado da versão de produção da picape Oroch, derivada da Duster, e do Renault Fluence GT2.
Mas vamos logo ao que interessa: o Sandero RS, que já vinha aparecendo nas ruas há meses, devidamente camuflado, e mais recentemente apareceu em uma série de vídeos na pista (ainda camuflado). Além disso, no fim de abril conseguimos um flagra exclusivo que mostrava ainda mais detalhes do hatch — tudo para nos deixar ainda mais curiosos a respeito do Sandero RS.
Não era para menos: em vez de apelar apenas para um visual mais invocado, aproveitando que a segunda geração do Sandero evoluiu bastante em termos de estética, a Renault decidiu que o Sandero RS deveria fazer por merecer que o chamassem de esportivo. Para isso, aproveitou o quatro cilindros F4R do utilitário Duster, de dois litros e 16 válvulas e fazer um engine swap de fábrica. Ambos compartilham a plataforma e boa parte da estrutura (incluindo os pontos de fixação do motor no cofre), tornando a operação bem mais fácil.
O motor recebeu alguns ajustes finos para entregar 145 cv com gasolina no tanque e 150 cv com álcool. A Renault não revelou mais especificações técnicas do RS além dos dados de desempenho com gasolina: 0-100 km/h em 8,5 segundos e velocidade máxima de 200 km/h. A transmissão é manual, de seis marchas.
Desenvolvido com a ajuda da divisão Renault Sport, o Sandero RS teve a suspensão recalibrada (mais firme e baixa), além de controle de estabilidade e do sistema RS Drive, que permite três modos de condução (Normal, Sport e Race), freios a disco nas quatro rodas, direção com assistência eletro-hidráulica (o resto da linha Sandero usa direção hidráulica). As rodas são de 17 polegadas, trazem desenho exclusivo e são calçadas com pneus 205/45.
Mais detalhes sobre o conjunto mecânico deverão ser revelados em breve, mas o Sandero RS realmente acertou no visual. A grade traz uma tela com trama mais larga, que também aparece na tomada de ar no para-choque, maior e de desenho mais agressivo, decorada por uma lâmina prateada na veia dos R.S. europeus. A semelhança com os hot hatches do Velho Mundo se repete no interior, que traz volante multifuncional idêntico ao do Clio RS vendido lá fora, manopla de câmbio do Clio Sport, sistema multimídia e painel do ar-condicionado também idênticos aos dos irmãos franceses.
A Renault não confirma uma data de lançamento, mas é certo que o Sandero RS será fabricado no Brasil e chegará às concessionárias brasileiras ainda no segundo semestre de 2015. A fabricante ainda não confirmou o preço, mas estima-se que ficará abaixo do que custa o Fiat Punto T-Jet, seu principal rival, o que indica algo por volta dos R$ 60 mil.
Renault Duster Oroch
A picape baseada no Duster, que foi mostrada pela primeira vez como conceito no Salão do Automóvel de São Paulo no ano passado, foi lançada ao lado do Sandero RS. Seu visual já era conhecido dos nossos leitores, revelado em um flagra enviado por um leitor, mas agora temos fotos oficiais e mais detalhes a respeito daquela que irá reinar sozinha em seu novo segmento — ao menos até a picape média da Fiat dar as caras.
Como era esperado, a Duster Oroch tem a dianteira idêntica à do utilitário, compartilhando a estrutura monobloco e a mecânica. A seção posterior, contudo, é totalmente diferente. Disponível apenas com cabine dupla, quatro portas e cinco lugares, a Oroch tem caçamba com capacidade para 683 litros até a borda e carga útil de 650 kg — são mais de 100 litros de vantagem sobre a caçamba da Strada cabine dupla, que leva 580 kg. A suspensão traseira, independente multilink, é derivada do Duster 4×4.
A picape mede 4,70 metros de comprimento, 1,80 m de largura e 1,69 m de altura. As opções de motorização são as mesmas: 1.6 16v de 110/115 cv (gasolina/álcool) e 2.0 16v de 145/148 cv (g/a), sendo que esta última terá tração integral. Haverá a opção por um câmbio manual de seis marchas ou automático de quatro marchas.
Como já comentamos, a chegada da Duster Oroch marcará a inauguração de um novo segmento de picapes médio-pequenas: ela será maior que a Fiat Strada e a VW Saveiro e menor que as médias, como Toyota Hilux, Chevrolet S-10 e companhia. Se o valor estimado em R$ 70 mil pela versão de entrada se concretizar, a briga poderá ser bem interessante. A Duster Oroch também será fabricada em São José dos Pinhais e chegará no segundo semestre de 2015.
Renault Fluence GT2
O terceiro grande lançamento da Renault no Salão de Buenos Aires foi o sedã Fluence GT2, sucessor do Fluence GT, lançado em 2012. Como o modelo anterior, o GT2 terá como apelo o motor 2.0 turbo, que foi recalibrado para entregar 190 cv e 30,6 mkgf de torque — 10 cv a mais, enquanto o torque continua o mesmo. Acoplado a uma caixa manual de seis marchas, o motor é capaz de levar o Fluence GT aos 100 km/h em oito segundos, com velocidade máxima de 224 km/h.
Visualmente, o GT2 incorpora à reestilização do fim do ano passado, que deu ao sedã uma nova grade de acordo com a identidade visual da Renault, elementos dos modelos RS, como as molduras prateadas ao redor das luzes de LED no pára-choque dianteiro. A traseira também ganhou um novo para-choque e lanternas com LEDs.
Espera-se que o Fluence GT seja oferecido por algo na casa dos R$ 78 mil. O sedã chega às lojas no mês que vem.