Um dos maiores clichês automotivos é associar os muscle cars a uma imagem diabólica usando apelidos como “speed demon”, ou “assassino” ou ainda dizer que ele parece “fugido do inferno”. Mas, cara… clichês se tornam clichês simplesmente por que funcionam. Que outra imagem você teria de um Plymouth Roadrunner equipado com V8 de 9,8 litros e 1.300 cv senão a de um demônio da velocidade?
Esta é a exata descrição do Plymouth Roadrunner 1968 de Brad Riepe, uma das preparações Pro Touring mais impressionante que já vimos.
A história desse Roadrunner começou em 1983, quando Brad, então com 16 anos, o comprou para ser seu primeiro carro por apenas US$ 100. Brad usou o carro por 16 anos antes de iniciar a preparação que tornaria o carro famoso mundo afora. A transformação começou em 1999 quando ele comprou um motor Hemi Pro Stock de arrancada. Nos 11 anos seguintes ele foi lentamente moldando o carro de acordo com sua imagem de um Road Runner perfeito. O nome foi o segundo passo: Roadkill.
O motor, de 599 cm³, ou 9,8 litros, recebeu um comando .998 e novos pistões que aumentaram a taxa de compressão para 14,1:1. Com isso, o carro precisa beber gasolina de corrida, de 114 octanas — e que custa quase R$ 10 por litro. O investimento compensa: queimando a gasolina especial e alimentado pelo clássico “Six Pack” (três carburadores de corpo duplo) o V8 produz nada menos que 1.300 cv.
Logicamente a transmissão original seria transformada em areia com tanta potência, e por isso a transmissão é uma Richmond de cinco velocidades conectada a um diferencial Dana 60 no eixo traseiro, que usa a suspensão do Dodge Viper com amortecedores coilover.
Por trás das imensas rodas forjadas Boze Stinger, de 20 polegadas na dianteira e 22 na traseira, estão os detalhes mais legais deste Pro Touring: os discos de freio serrilhados mordidos pelas pinças Wilwood. Os pneus BFGoodrich G-Force T/A são igualmente imensos: 235/30 na frente e 305/40 na traseira.
Por dentro, a combinação que você espera de um muscle car diabólico: couro vermelho para contrastar com a pintura preta. O acabamento é extremamente cuidadoso — do painel de alumínio, que ostenta instrumentos Auto Meter da linha Pro-Comp Ultra-Lite, aos detalhes metálicos na porta e à gaiola de proteção discretamente instalada.
O volante é um Grant em alumínio forrado de couro, as pedaleiras são reguláveis e a manopla de câmbio é a clássica Pistol Grip com acabamento em madeira.
Infelizmente, o Plymouth de Brad Riepe é tão demoníaco quanto misterioso. Além das poucas specs divulgadas e apresentadas neste post, há poucas informações sobre desempenho e participação do carro em eventos de pista. Vai ver o carro é realmente um espírito maligno, que aparece de repente para assombrar pobres mortais nas estradas e simplesmente desaparece como uma assombração.