A ideia por trás da permanência da monarquia em alguns países é ter na figura do soberano um exemplo de virtudes morais, cívicas e éticas, que servirá de exemplo para as instituições públicas e para a sociedade. Monarcas não se envolvem em escândalos, tendem a falar apenas o necessário e raramente emitem opinião sobre questões que dividem a sociedade. Isso é necessário não apenas para conservar seu poder, mas também para reforçar a soberania de uma nação milenar e manter sua força política perante o mundo.
Nos últimos 110 anos, a fábrica fundada por Charles Stewart Rolls e Frederick Henry Royce mantém sua postura monárquica, com a sobriedade que se espera da rainha Elizabeth em um evento oficial e o refinamento e de um escritório real. Uma prova? Mesmo em 2016 nenhum Rolls-Royce se rendeu à banalização do dowsizing: eles continuam com os maiores V12 que você pode encontrar atualmente em um sedã de luxo. Nenhum modelo da Rolls jamais trocou suas madeiras nobres, seu tradicional couro ou metais polidos a mão por materiais tecnológicos, leves e vulgares. Um Rolls-Royce deve ser um palácio sobre rodas. Ele não pode parecer um edifício modernista projetado por um arquiteto da moda.
Ok, eu sei que é clichê comparar um Rolls-Royce à monarquia britânica (que usa Bentleys, Jags e Land Rovers atualmente), mas só decidi usar isso porque a marca se rendeu a SUVização — o que soa como a princesa Katherine fazendo twerking em uma balada hip-hop. “They see me Rolling-Roycing/They hating”
Esta é a primeira imagem do Rolls-Royce Cullinan com sua carroceria própria. Até agora, o SUV da Rolls — ou, melhor dizendo, “veículo elevado todo-terreno”, como a Rolls-Royce prefere chamá-lo — vinha usando uma carroceria modificada do Phantom durante testes. Agora, com a evolução do projeto a marca decidiu apresentá-lo em sua forma definitiva. Ele ainda está camuflado, mas já é possível perceber suas proporções mesmo com a traseira escondida — e se você notar, verá até que ele usa pneus 255/50 R21 na dianteira. Aparentemente ele terá a silhueta tradicional dos SUV, com a traseira ligeiramente inclinada para evitar o perfil de veículo militar.
A Rolls-Royce também divulgou o roteiro de testes do seu novo “veículo elevado todo-terreno”: ele será levado ao círculo polar Ártico para testes de clima frio e depois será enviado ao Oriente Médio para ser testado sob temperaturas extremamente altas.
O modelo sera baseado em uma nova arquitetura modular de alumínio, que também será usada em seus futuros modelos lançados a partir de 2018. Sob o imponente capô, nada de downsizing, e sim uma versão aprimorada do V12 6.8 oferecido atualmente no Phantom. A marca ainda chegou a cogitar um powertrain híbrido plug-in e até um motor a diesel, mas este último foi descartado por ser “pouco refinado”.
A produção do Cullinan já foi confirmado pela Rolls-Royce para 2018.