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Carlos Sainz vence Rally Dakar com Audi; brasileiro faz bonito
Carlos Sainz ganhou o Rally Dakar 2024, que acabou sexta-feira passada, com um Audi. Não esse Sainz que você pensou: Carlos Sainz Senior, o pai do piloto de F1 da Ferrari, Carlos Sainz Jr.
Nosso amigo Carlos vai completar 62 anos de idade em abril próximo, e, portanto, é mais velho que a Audi moderna, que reapareceu depois de longo hiato em 1965. É a primeira vitória da Audi, mas a número quatro para Carlos Sainz.
Esta foi a terceira participação da Audi no Dakar e muita gente acha que será a última, à medida que começa a direcionar sua energia para a F1. A vitória também foi significativa porque o carro, um veículo de competição específico para o Dakar chamado RS Q e-tron, é movido a eletricidade, apesar desta energia ser criada nele mesmo por gerador acoplado a um motor de 2 litros à gasolina.
Sainz não venceu nenhuma etapa, mas foi consistente e não teve acidentes ou quebras, o que não pode ser dito de seus rivais. Sebastian Loeb, outro veterano nove vezes campeão do WRC, viu suas chances de vitória acabarem devido a problemas mecânicos esta semana, terminando em terceiro na geral, atrás do Overdrive Toyota do belga Guillaume de Mevius, que estava atrás de Sainz por 1h 20m 25seg.
O piloto brasileiro Lucas Moraes, da Toyota Gazoo Racing, também fez história no Rally Dakar 2024. Venceu a terceira especial na segunda-feira passada, superando o sueco Mattias Ekström com nove segundos de vantagem. Essa é a primeira vez que um piloto brasileiro vence uma etapa entre os carros na história do Rally Dakar. Chegou a ficar em terceiro na classificação, mas terminou em nono lugar.
Em motocicletas, o piloto americano da Honda, Ricky Brabec, venceu a prova pela segunda vez. Esta categoria foi protagonista este ano por um motivo triste: o piloto espanhol Carles Falcon faleceu depois de sofrer uma queda em sua KTM durante a prova.
A Audi lançou sua aposta para se tornar a primeira marca a vencer o Dakar usando energia elétrica (ainda que com ajuda de gasolina) em 2020, até mesmo abandonando a Fórmula E para que isso acontecesse. Mas só conseguiu o nono lugar no seu primeiro Dakar em 2022 e caiu para o 14º em 2023. Parabéns a ela, a Sainz, e, especialmente, ao Lucas! (MAO)
Nissan oferece usado com opções de personalização
Todo mundo conhece o esquema “CPO”, acrônimo de Certified Pre-Owned. Os fabricantes recompram carros usados, fazem uma revisão metódica normalizada, e os revendem em suas concessionárias, às vezes com alguma garantia renovada. É uma forma de vender carros mais baratos, e movimentar as concessinárias, um subterfúgio tradicionalmente muito útil para empresas com apenas veículos caros em seu portfólio, por exemplo. Que hoje, vamos falar sério, significa todas elas.
Mas a Nissan japonesa está inovando neste assunto com uma proposta diferente. Chama-se Cube Retro Renovation, e permite que os clientes comprem um Nissan Cube não só revisado e garantido, mas também personalizado. Um grande sucesso no Japão, o Nissan Cube foi um subcompacto alto, quadradão e assimétrico produzido de 1998 a 2019. O carro foi vendido basicamente no Japão, mas também em alguns outros mercados esporadicamente.
A empresa, porém, ainda não está certa de que o esquema dará certo, e por enquanto, o programa está em fase de teste com um número limitado de apenas 20 carros. Planeja começar a vende-los esta semana, no Japão. A dúvida? O preço da personalização pode acabar com a ideia inicial, de um carro usado mais barato, garantido.
O pacote completo de personalizações, por exemplo, faz o preço do carro usado mais que duplicar: o Cube usado custa o equivalente à R$ 23.100, e as personalizações e modificações, R$ 27.927. Existem pacotes mais baratos, claro, mas pode-se entender a dúvida e cautela.
Por esse dinheiro, o carro vem com exterior e interior bacanudo e diferente, que lhe conferem uma personalidade totalmente nova. A Nissan acrescenta que pode trabalhar com os clientes para escolher as modificações certas que farão com que o veículo pareça novo, ao mesmo tempo que permaneça dentro do seu orçamento. Será que vai dar certo? (MAO)
Confirmado: plataforma do novo Dodge Charger permite motor a combustão
A Stellantis americana compartilhou alguns detalhes oficiais sobre a próxima plataforma STLA EV Large. Com sete veículos de cinco marcas programados para usar a plataforma, até 2026, é algo importante para a empresa. E a grande diferença parece ser que pode servir para carros 100% elétricos, 100% à combustão, e todo resto no meio.
STLA Large é uma das quatro plataformas EV programadas para preencher o portfólio da Stellantis. Deve chegar aos Estados Unidos no substituto do Dodge Charger. O Jeep Wagoneer S virá logo em seguida. A marca afirma que pretende construir de tudo usando esta plataforma, de SUV’s grandes a sedãs, e todo resto no meio. Uma grande variação de entre-eixo, bitola, largura e comprimento total pode ser feita na mesma plataforma, para isso.
A STLA Large terá várias opções de baterias com capacidade entre 85 e 118 kWh. Esses pacotes serão apoiados por arquiteturas de 400 volts e 800 volts, com a primeira chegando primeiro aos clientes. O fabricante afirma que tem como meta um alcance de até 800 km para a plataforma, com possibilidade de se adicionar mais capacidade no futuro por meio de tecnologia adicional de armazenamento de energia, ainda em desenvolvimento. Configurações de tração dianteira, traseira e integral são possíveis, bem como potência que “superará todos os modelos Hellcat V-8”.
Embora detalhes permaneçam escassos por enquanto, a grande novidade é que os executivos confirmaram que a plataforma poderá também usar motores de combustão interna e híbridos. Está preparada para motor transversal e longitudinal, bem como o mesmo layout de tração dianteira, traseira ou nas quatro rodas.
Pode-se esperar que o Hurricane seis-em-linha de 3 litros da marca sirva em alguma forma de plataforma STLA Large: numa das imagens é possível vê-lo nela.
Isso apenas alimenta ainda mais os rumores de que o novo Charger não será totalmente elétrico. E que a empresa, ainda insegura do sucesso do futuro elétrico, esta precavida para isso. (MAO)
Toyota vende um Yaris normal em cosplay de GR Yaris
Versões básicas e baratas não são sempre ruins: as vezes fazem carros mais leves, mais baratos, e com grande porcentagem das vantagens inerentes do modelo intactas. As vezes são até ótimas opções, se você não liga para o desempenho medido, e sim sensações ao volante. As vezes são mais divertidos, com seus câmbios manuais, motores menores mas mais entusiasmados para girar, e uma ascética falta de frescura que só ajuda a eficiência pelo baixo peso.
Mas às vezes, como parece ser aqui, é só um esquema criado para capitalizar a fama de um carro famoso e de sucesso. Foi o caso do Mercedes-Benz 190 SL lançado em 1955: parecia um 300SL “Asa de Gaivota”, em versão conversível que então não existia, mas na verdade tinha um pequeno quatro em linha fraco, e nenhum espírito esportivo. Se a Mercedes-Benz fez isso e saiu ilesa, a Toyota pensou que podia fazer o mesmo, parece.
É uma versão “básica” do GR Yaris vendida no Japão. Na verdade, só a aparência do GR Yaris está neste carro, o GR Yaris RS. É um carro de tração dianteira apenas, para começo de conversa. Depois, tem não o tricilíndrico 1,6 litro turbo de 300 cv; o motor é um 1,5 litro aspirado de apenas 118 cv e 15 mkgf. Mas até aí tudo bem: o que mostra mesmo o espírito da coisa toda é o fato de que vem apenas com uma transmissão automática CVT. E que não existem rodinhas de ferro e acabamento mais pobre: mantém a maioria da aparência do GR Yaris de 300 cv.
É pelo menos bem mais barato, claro, que o GR Yaris “de verdade”: o carro de 300 cv custa a partir de R$ 152.830 no Japão, e este, a partir de R$ 88.740. Mas neste caso, não é uma versão menos potente e mais despojada; é a exata aparência externa do carro de verdade, mas sem nenhum de seu espírito ou desempenho. Parece enganação, mas fazer o quê? Existe um mercado para isso, também. (MAO)