Estamos em fevereiro, mas para qualquer amante de carros antigos, pode-se dizer que dos dias 07 a 11 o Natal chegou novamente trazendo uma variedade fantástica de marcas e modelos, que nos levam dos antigos aos conceitos mais futuristas.
Nem neve e a chuva de Paris afastaram os aproximadamente 120.000 visitantes do 43º Salão. E não é por menos que todos os olhos automobilísticos do mundo se voltam para capital da França nesses cinco dias.
Peugeot Exalt
Nos dois pavilhões foi possível reviver praticamente tudo que a indústria automobilística trouxe ao mundo desde sua existência — desde os modelos mais mundanos do final do século 19, até os carros mais radicais já construídos para o automobilismo. Como este Porsche 917 abaixo, que revelou até mesmo suas entranhas mecânicas:
De um lado o estande com os principais carros da Mclaren, como o mítica MP4/4 e o M23. Do outro, carros antigos a venda por cerca de €20.000. A diversidade dos modelos expostos é surpreendente. A imersão não estaria completa sem os inúmeros estandes de vendas de peças, restauradoras de veículos, roupas de época, memorabilia e obras de arte.
Sim: a perua Peugeot 404 Break que servia como carro de apoio à Scuderia nos anos 1960 e 1970
Abaixo destes pavilhões foi possível dar uma “espiada” no que estaria por vir no leilão que acontecia junto com o evento:
Quantos carros você consegue identificar?
Uma das principais atrações, se não a principal, foi o “relançamento” do Jaguar D-Type:
Três vitórias consecutivas nas 24 Horas de Le Mans (1955, 1956 e 1957) é só o começo da conversa sobre o D-Type. Na cola do XKSS, a Jaguar irá fabricar apenas 25 unidades que serão construídas a mão na cidade de Warwickshire, Inglaterra. Seguindo especificações originais da década de 50.
Originalmente a Jaguar tinha planejado 100 exemplares, mas somente 75 foram fabricados. Os outros 25 serão feitos agora. Seria apenas mais um caso de storytelling? Quem se importa? O carro virou uma obra de arte. Com o avanço tecnológico dos anos 50 até os dias de hoje, não poderíamos esperar menos da Jaguar. Perfeito em cada detalhe.
Outro fato interessante é que não vamos ver ele rodando nas ruas: ele irá rodar apenas nas pistas, que é para onde foi projetado. De qualquer forma considero um dos carros mais bonitos já construídos.
Acompanhe o vídeo de lançamento do D-Type aqui:
Confiram agora algumas das máquinas que estiveram por lá!
No estande da Porsche, um 356 1952 acompanhado de seu herdeiro tecnológico, o 959.
Abaixo, um Bentley 1934 Drophead Coupé 3,5 Litros…
… e um Bentley 1929 Gurney Nutting Speed Six Coupé.
O estande da Renault estava recheado por seus protótipos do Grupo C…
… e por uma das variações do Renault 10CV do início do século 20.
E aqui um Mercedes-Benz 300SL “Gullwing” que rodou zero quilômetro depois de restaurado:
Já identificou o carro não é? Quem mais usaria este logotipo se não as Ferrari Berlineta Boxer? Aqui, o representante é a BB LM, a versão de endurance que correu nos anos 1970 e 1980.
Fique com os 12 cilindros opostos do propulsor da Berlinetta Boxer LM. Para tirar o fôlego de qualquer um!
Este Aston abaixo é o resultado de uma restauração de 4.500 horas: um Aston Martin DB6 vestindo uma de suas cores mais exóticas, da qual gosto bastante: “Bahama Yellow”.
Foi restaurado rigorosamente seguindo as especificações da época. Um trabalho magnífico e perfeito que pode ser seu por £695.000.
Agora um modesto Lancia Stratos com a lendária pintura da Alitalia e seu V6 Ferrari:
Um, dos aproximadamente 1.000 exemplares do Alfa Romeo SZ “Sprint Zagato” 1989 equipado com um V6 de três litros que produz 210 cv a 6.200 rpm. Tudo para as rodas traseiras, claro.
Em seguida um Mercedes-Benz SLR McLaren Stirling Moss. Uma das 75 unidades produzidas, e uma das quatro na cor branca. Toda sua carroceria é feita em fibra de carbono e remete ao lendário 300 SLR com o qual Stirling Moss venceu a Mille Miglia de 1955. Um detalhe curioso é que a Mercedes só vendia essa unidade aos proprietários do Mercedes SLR McLaren cupê ou roadster.
Para os fãs de Rally, assim como eu, um carro que te deixa hipnotizado pelo que representou: o Lancia Delta S4 de 1985. O primeiro modelo de tração integral da Lancia.
Seu motor 1.8 ganhou turbo e supercharger para eliminar o lag do turbo e produzir 550 cv. O “Frankenstein” da engenharia italiana, faz de 0 a 100 em apenas 2,5 segundos — no cascalho!
Quer se arrepiar um pouco mais e descobrir como foi o teste do protótipo? Confira o vídeo no parque La Mandria, Itália, em 1984:
Abaixo um Alfa Romeo T33/2 Daytona, uma variação do T33 desenvolvida para correr na clássica prova americana. Eles não superaram o Porsche 907 com motor 2.2, mas o V8 de dois litros e 270 cv a 9.600 rpm foi suficiente para garantir a vitória em sua classe (até 2 litros) nas 24 Horas de Daytona de 1968.
Facel Vega 1957 FV4. Foram feitas apenas 36 unidades, todas equipadas com o motor V8 Chrysler Hemi de 5,8 litros e 325 cv. Esta foi a tentativa francesa de ter um GT esportivo de alto desempenho. Ao seu lado, você já deve ter percebido, está um Lamborghini LM002.
Abaixo temos o carro do Noel Gallagher um Fiat 8V “Supersonic” 1953. Era equipado com um motor V8 de dois litros e 125 cv. Foram produzidas apenas 114 unidades produzidas entre 1952 a 1954, mas sendo um Supersonic, este é um dos únicos 15 modelos com carroceria feita pela Ghia, inspirada no design “espacial” típico dos anos 1950.
Abaixo o BMW M1 Procar, com seu lendário M88/1 de 3,5 litros preparado pelo próprio Paul Rosche para produzir 470 cv a 9.000:
Uma carroceria do Countach LP400 1976 restaurada pelo Polo Storico da Lamborghini:
E um dos meus carros favoritos, que já tive o prazer de dirigir: Lamborghini Miura P400 1967, também restaurado pelo Lamborghini Polo Storico:
Já que estamos na França, aqui está o lendário “record car” de 1927 da Avions Voisin. Este carro quebrou 17 recordes de velocidade ao longo de 24 horas no oval inclinado de Linas-Montlhéry, há 91 anos.
A seguir, um Fiat Abarth 500 GT Coupé Zagato 1958. Tinha o mesmo motor traseiro de dois cilindros do Fiat 500 original. Tinha só 26 cv, mas também pesava apenas 465 kg.
Se você quiser algo mais corpulento, aqui vai:
Este é o V12 de 120º do Abarth T 140 Le Mans 1967. O que você está vendo são mesmo quatro carburadores Weber 40 de corpo triplo. O carro tem duas válvulas por cilindro, taxa de compressão na ordem dos 10,5:1, ignição dupla (duas velas por cilindro) e produzia 610 cv a 6.700rpm.
Abaixo o Brabham BT49 usado por Riccardo Patrese em 1982:
O McLaren M23 Cosworth de Emerson Fittipaldi:
Mclaren M14A que levou Denny Hulme a quatro pódios e à quarta colocação no Mundial em 1970:
E agora o Mclaren MP4/4 de 1988 de Ayrton Senna:
Mais um F1 “brasileiro”: o Lotus 100T usado por Nelson Piquet em 1988:
E agora o Peugeot 208 Pikes Peak de Sébastien Loeb
E para finalizar este post, a Ferrari F1 642 da temporada de 1991, pilotada por Alain Prost:
Espero que tenham gostado do breve passeio pelo evento.
Abraços e até a próxima!