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Slate Truck: a picape barata de Jeff Bezos
Carros baratos e simples. Embora, como todo mundo, sejamos fãs de luxo e sofisticação mecânica que proporciona desempenho superior, o mundo hoje não precisa realmente de mais sofisticação, luxo e personalização. Isso, já existe aos montes. O que falta é automóvel particular barato para comprar, manter e usar. Veja ao seu redor: nada contra motocicletas, mas quando famílias começam a usar motos pequenas como transporte primário da casa, algo está errado.
A horda de multibiliardários californianos chamados coletivamente de tech-bros, com sua sanha de “mudar o mundo”, na maioria das vezes mudou mesmo o mundo. Se para melhor ou pior ainda estamos para determinar, mas que mudaram, mudaram. Agora vem uma tentativa deles que parece, pelo menos, uma direção interessante para 2025: justamente os tais carros simples e baratos, tão sumidos hoje.
É uma nova startup chamada Slate Auto. Ontem, em um evento realizado em Los Angeles, a empresa revelou o que está chamando simplesmente de “Truck”. Trata-se de uma pequena picape elétrica financiada, pelo menos em parte, pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, e, surpreendentemente, com um preço base de US$ 20.000 (R$ 113.658) nos EUA.
OK: este preço é contando com incentivos fiscais federais para veículos elétricos, algo que os tempos modernos mostram ser de natureza extremamente volátil. Cento e treze mil reais não parece tão barato para a gente também; existem carros nacionais bem equipados em comparação à esta picape, que custam a partir de R$ 75.000. Mas considere que é uma picape primeiro: o preço médio de uma picape nova nos Estados Unidos atualmente é de mais de US$ 60.000 (R$ 340.974), literalmente três vezes mais.
Depois, é um carro elétrico moderno californiano, algo que queira ou não, é chique graças à Tesla. Bom, pelo menos era. Enfim, o fato é que o mais barato dos Tesla, o Model 3, custa lá US$ 42.490 (R$ 241.466). Junte essas duas coisas, e pode-se ver o motivo da notícia importante.
Mas há porém, todavia, e até contudo aqui. O discurso é perfeito: “A definição do que é acessível está quebrada”, disse o CEO Chris Barman em um comunicado. “A Slate existe para devolver o poder aos clientes que foram ignorados pela indústria automobilística.” Mas parece um carro pequeno e simples demais para os americanos; e caro ainda, olhando o que, por exemplo, nós, subdesenvolvidos com impostos gigantes, temos disponível. A empresa pretende um esquema de venda direta também, o que nos leva a imaginar, claro: compra pela Amazon?
Os custos são mantidos baixos de várias formas. Primeiro, oferecendo uma especificação simples: uma cabine simples de duas portas e dois lugares, disponível apenas em uma cor, cinza-ardósia, inovador como Ford em 1908. Para quem quer mais, a empresa também planeja uma linha extensa de acessórios, que variam de pequenas personalizações a envelopamentos e uma espécie de kit de instalação simples, incluindo airbags, que transforma a picape em um SUV de cinco lugares. Como o mercado fez com o Ford T em 1910.
Por dentro, o Slate Truck é radicalmente simples. Uma idéia boa é que não há um sistema de infoentretenimento dedicado; em vez disso, a picape tem um suporte universal para smartphone, permitindo que você ouça suas músicas, podcasts ou qualquer outra coisa, usando a tela dele, som transmitido ao carro via Bluetooth.
Veja isso: nas portas, uma manivela giratória sobe e desce os vidros, como se fosse 1982. Pelo comunicado da empresa, parece que nem sequer há motores de vidros elétricos disponíveis como opcional. O interior também conta com controles simples de climatização.
Mecanicamente, tudo é muito simples, também. Há um único motor elétrico nas rodas traseiras que gera 201 cv e 40,8 mkgf. O pacote básico de baterias de 52,7 kWh promete 240 km de autonomia, enquanto um pacote opcional de 84,3 kWh aumenta essa autonomia para 385 km. O Slate anuncia um tempo de 0 a 100 km/h em 8 segundos e uma velocidade máxima de 145 km/h. Forte até demais para a proposta, mas de novo: EUA.
A suspensão dianteira é McPherson, e a traseira é um eixo De Dion. As rodas são de aço, com pneus 245/65R17. E como estamos em 2025, há frenagem autônoma de emergência e alerta de colisão frontal de série. Tem pouco mais de 4,4 metros, num entre-eixos de 2766 mm. Pesa 1633 kg, e carrega 650 kg; uma picape Strada Working carrega também duas pessoas, mas consegue levar 705 kg de carga.
Então é um passo numa direção boa, mas ainda não acerta exatamente o alvo. Se tivesse um pequeno motor a gasolina aspirado de 100 cv pesaria 500 kg menos, levaria 1150 kg de carga, e custaria talvez a metade. Tipo uma Strada Working, ligeiramente mais parruda. Seria também independente de incentivos estatais a elétricos, sujeitos a desaparecerem tão rápido quanto apareceram. Mas ninguém quer fazer uma startup movida a gasolina; não é tech-bro suficiente. Então… (MAO)
Tecido padrão “Pasha” opcional em quase todo 911
Essa é realmente surpreendente, e difícil de entender. Mas vamos lá: a Porsche revelou esta semana uma nova versão para o 911, chamada Spirit 70, que visa evocar o design da empresa nos anos 1970. Além da pintura Olive Neo brilhante e de adesivagem externa, o 911 Spirit 70 reintroduziu o tecido no padrão “Pasha”, usado antes no fim dos anos 1970. Essa série especial é caríssima, mais cara que GT3, e parecia isso mesmo: quer o tecido bacanudo, pague.

Mas um dia depois, a empresa anunciou que disponibilizou um novo esquema de interior Pasha para a maioria das versões do 911 Carrera. Não é barato, claro, estamos falando de opcional Porsche. O pacote custa US$ 12.980 e, para adicioná-lo, você também precisa optar pelos bancos esportivos adaptáveis de 18 posições da Porsche por US$ 3.830. Ou seja, US$ 16.810, ou R$ 95.529 no câmbio de hoje. Mas ainda assim, compre um Carrera GTs com interior assim, e economizarás US$ 95.490 (R$ 542.660) em relação à edição especial Spirit 70. O mundo dessa marca realmente é bonkers.

Chamado de “Heritage Design Interior”, o opcional que inclui o tecido combina a padronagem Pasha preta e prata escura com o couro Nappa “Club Leather”. Assim, as partes centrais dos bancos, os painéis das portas e o interior do porta-luvas são revestidos em Pasha. Enquanto isso, itens como os apoios dos bancos, o volante, os apoios de braço e o painel são revestidos em couro Club Leather. Há também costuras contrastantes em cinza ardósia no painel superior, bancos e painéis das portas.

O esquema já está disponível no configurador da Porsche americano, disponível em todos os modelos 911 do ano 2026, exceto no Carrera T e no GT3. (MAO)
Denza Z: mais um carro esporte da BYD
A Denza, uma marca da BYD, revelou seu primeiro carro esportivo. Revelado no salão de Xangai, este é o primeiro carro esporte da marca. Mas não da BYD: a marca Yangwang tem o U9, lembra dele? O carro que pula obstáculos feito o Mach 5 de Speed Racer?
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Chamado de “Z”, a Denza afirma que ele tem uma estética “Pure Emotion” com recursos de estilo como a dianteira “Quantum Pulse” e a cintura “Light Blade”. O que quer que isso signifique, é um carro bonito até. É elétrico, claro, tem proporções de 911, e 2+2 lugares.
O recurso de destaque é um sistema chassis-by-wire totalmente desenvolvido pela própria empresa, que utiliza software e sensores para controlar tudo, desde a direção, os freios, o trem de força e a suspensão. Chamado DiSus-M, a suspensão pode adaptar cada canto do carro às condições da estrada. Ele essencialmente escaneia a estrada à frente e, em seguida, ajusta instantaneamente a suspensão conforme necessário. E não há nenhuma ligação física mais entre você e a direção, motor e freios: é tudo eletrônico, by-wire.
A plataforma é a e3, usada antes no Z9 GT. Isso significa três motores, um para cada roda traseira e um na frente. Possivelmente será disponível como híbrido, e terá recursos cada vez mais populares como o crab-walk. A plataforma e3 também se beneficia do Vehicle Motion Control, que é essencialmente um ESC, e da integração Cell-to-Body, que proporciona um chassi-skate mais rígido e compacto. Os três motores juntos dão 544 cv, e imprimem aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,2 segundos.
Por dentro, o esportivo segue o visual condizente de esporte moderno-chinês. Bancos e painel em fibra de carbono, estrutura com santantônio integrado. A cabine também incorpora painel de instrumentos totalmente digital e telas sensíveis ao toque para motorista e passageiro.
O Z é apenas um carro-conceito por enquanto, e a Denza não dá muitos detalhes sobre ele. Mas seria, junto com o Z9 GT um sucesso aqui no Brasil? É uma possibilidade, ainda que remota. (MAO)
Corvette 2026 deve vir sem a “parede de botões”
O item mais controverso do Corvette C8, desde o lançamento, é sem dúvida a sua “parede de botões”. Ela divide perfeitamente a cabine entre motorista e passageiro; alguns adoraram a sensação de cabine de comando de avião, outros viram algo complicado demais, feio demais, e esquisito demais.

O Corvette C8 já tem seis anos; é hora de uma revitalização, que está em preparação para o ano-modelo 2026. E de acordo com informações iniciais, parece que a Chevrolet planeja aposentar essa escolha de design controversa em 2026 em favor de algo mais convencional, embora mais comum.
Desenhos vindos da GM recentemente apareceram no Corvette Forum e no Corvetteblogger, revelam que o Corvette 2026 manterá o conhecido painel de instrumentos digital, mas contará com uma tela de infoentretenimento maior do que a do modelo atual. Posicionados logo abaixo dele, estão dez botões individuais, provavelmente os que hoje estão na parede lá.
O que não está claro é se o formato geral do console central será atualizado ou permanecerá intacto. O diagrama não mostra o suficiente para confirmar se os atuais interruptores de transmissão, no estilo de um caça a jato, permanecerão ou serão redesenhados. De qualquer forma, o painel parece agora separado do console. E não deve demorar para sabermos com certeza: o novo Corvette 2026 deve aparecer até julho. (MAO)