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Splinter, o supercarro de madeira com um V8 de sete litros e 600 cv

Você já deve ter visto supercarros de metal, como aço e alumínio; fibra de vidro e fibra de carbono. Mas você já viu um supercarro de madeira? É exatamente disto que se trata o Splinter, superesportivo movido por um V8de sete litros e mais de 600 cv. E o motor é uma das pouquíssimas coisas nele que não são feitas de madeira, porque quase todo o resto é.

Talvez você já tenha visto o Splinter aqui no FlatOut: ele fez uma aparição breve na nossa lista de carros feitos de madeira. No entanto, tudo o que dissemos foi que o carro começou a ser projetado e fabricado em 2008 e que, desde então, foi exposto em alguns eventos. Só que agora, sete anos depois, o Splinter finalmente ficou pronto – apostamos que você tinha até esquecido que ele existia. Sendo assim, é a hora certa de falar um pouco mais sobre o Splinter.

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Tal como o Ariel Atom – que é um carro diferente em todos os sentidos, claro – o Splinter nasceu como um projeto de faculdade. Seu criador é o engenheiro e designer americano John Harmon, que queria mostrar que a madeira “pode ser transformada em muito mais coisas do que as pessoas costumam pensar”.

De acordo com Harmon, a madeira é o único material de construção renovável que existe, não utiliza muita energia para ser produzida e é totalmente biodegradável. Para provar que é possível transformar a madeira em qualquer coisa, Harmon decidiu, quando ainda estava na faculdade, que construiria um carro de madeira. Seria seu “TCC”, e ele ainda aproveitaria para realizar o sonho de projetar um automóvel.

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Como já dissemos, foi um projeto que demorou sete anos para ficar pronto. E, honestamente, só o fato de o carro ter ficado pronto é algo impressionante por si só. Claro, também já dissemos que existiram outros carros feitos de madeira, mas estamos para ver o material ser usado de forma tão extensiva na construção de um carro de alto desempenho.

A inspiração de Harmon foi o Havilland Mosquito, um avião de caça que foi usado pela força aérea britânica e era quase totalmente feito de madeira balsa. Muito eficiente, o Havilland Mosquito foi apelidado de The Wooden Wonder (“A Maravilha de Madeira”) e serviu muito bem durante e depois da Segunda Guerra Mundial.

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Harmon diz que nada menos que 90% dos componentes do carro são feitos de diferentes tipos de madeira – incluindo alguns de seus componentes mecânicos, como a partes da suspensão e do sistema de direção. O que não é de madeira? Provavelmente o conjunto de motor e câmbio, os vidros, os aros das rodas e os pneus. De resto, é tudo de feito de madeira compensada ou maciça.

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Não dá para dizer que não impressiona. O chassi foi feito usando compensados de diferentes tamanhos e densidades, colados e parafusados para formar a estrutura. Quando finalizado, o monobloco recebeu o interior do Splinter que, obviamente também foi feito de madeira – painel, volante, revestimentos das portas, pedais, alavanca de câmbio e até bancos (que lembram cadeiras de praia, mas tudo bem).

As rodas usam aros de metal, porém os raios e o centro são feitos de madeira esculpida e envernizada. A suspensão, por sua vez, traz alguns componentes que são normalmente feitos de metal, como braços sobrepostos e feixes de molas, feitos de madeira.

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Já a carroceria usa madeira balsa e cerejeira folheada e laminada, garantindo uma flexibilidade impressionante para moldar as formas sobre o molde (que também foi esculpido em madeira). Faróis e lanternas usam LEDs, e as proporções do carro lembram um pouco um Lamborghini da década de 1990 ou o Bugatti EB110.

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O motor, como citado acima, é um V8 small block Chevy de sete litros. De acordo com Harmon, o motor recebeu corpos de borboleta individuais, comando feito sob medida e sistema de escape com coletores do tipo crossflow, também feitos especialmente para o Splinter. O câmbio é manual de seis marchas. Seu desempenho não foi medido mas, considerando que o carro pesa apenas 1.137 kg – leveza foi uma das prioridades no projeto – imaginamos que ele ande bem.

Dos sete anos que o carro levou para ficar pronto, Harmon calcula que cinco foram dedicados apenas ao design e à fabricação dos componentes de madeira. O Splinter finalizado foi mostrado no Salão de Essen, que aconteceu na semana passada na Alemanha.

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O Splinter não é exatamente bonito para um supercarro e, apesar de funcional, dificilmente será levado ao limite e Harmon já descartou uma versão de rua, mesmo que em série limitada. De qualquer forma, como feito de engenharia, ele é de cair o queixo.