Olá, pessoal. Meu nome é Rodrigo Lagoa e esse e o segundo texto do meu Subaru STI v5, o Project Cars #428. Pense num cara maravilhado….
O carro é tudo que eu já tinha ouvido falar e até mais ou pouco…
Eu tava acostumado com um carro que era forte, mas por utilizar injeção original, eu não podia acelerar o tempo todo como gostaria. Daí fui pro GOLF VR6, mas era manco… Quando peguei esse carro, atravessei pelo menos uns 200km de pé embaixo, so pra tirar essa zica e ter certeza que tava tudo bem.
Tunnel vision:
(Desconsidere a luz do cinto, o sensor fica do lado do passageiro, a luz do airbag e fácil entender)
E tava zerado mesmo. Nada de esquentar, acender luz de injeção ou modo de emergência da central. É 1,1kg de pico de pressão entre 3.500 e 5.800 que baixa pra 0.8 depois das 6.000rpm. Que delícia!
Como disse antes, vendi o aerofólio alto, pois eu não curto muito o visual. Acho que ele deixa o carro “magro”. Para ele ficar proporcional eu preciso de umas rodas tala 10 e uns 10cm de fender flare pra compor o visual. Mas aí vai faltar potência pra tanta borracha e blablabla. E fora que quem vê de fora pensa “Olha o Velozes e Furiosos… deve ser forte e andar rápido, vou colar na traseira dele pra ele ver se ele corre”. Assim eu quase tomei duas batidas na traseira…
Como a atuação aerodinâmica desse aerofolio começa a fazer efeito de verdade junto com o limitador de velocidade do carro, e eu raramente vou no autódromo, a função fica sendo meio que apenas estética e eu comecei a olhar pra ele e ver dinheirinhos voando. Vendi e fiquei um tempo sem mas sabendo que em breve viria algo mais legal. Eu queria um de carbono, queria pintar o o parachoque e as saias, enfim. Aí vai um pequeno ensaio que fiz na época sem o aerofólio:
Ainda com o parachoque quebrado do lado do motorista:
Acho linda essa traseira reta…
Teste de imagem que fiz quando comprei um equipamento novo de filmagem:
Foto noturna em um encontro do clube:
Falando em limitador e altas velocidades, lembrei esse carro tem um fator interessante: havia um acordo de cavalheiros entre fabricantes japoneses e por isso os carros na década de 90 tinham a potência e a velocidade limitados. A maioria dos entusiastas sabe que a potência era maior, mas o que poucos sabem é que o limitador de velocidade funciona pra valer, chega a ser perigoso pois as vezes sinto como se acionasse o freio pra não passar do limite. Eu acho interessante esse recurso porque ele não me permite chegar a altas velocidades (meu câmbio tem escalonamento para 260km/h, se não me engano).
Nos tempos livres gosto de reunir com a galera pra um passeio pela cidade. Nesse dia por exemplo juntou uma turma boa, foi uma das primeiras vezes que apareci com o carro. Vários carros fortes e turbão! Eu pra variar, no meio da bagunça. Andei junto com carros de respeito e muito mais potência. Mas, eu me cago em altas velocidades, não sou competitivo. Vou pela diversão e tento sempre avaliar os riscos.
No meio dessas andanças conheci uma turma boa que também tem Subaru e atualmente sou um dos adms do grupo Sub’h no zapzap, com subaristas de Belo Horizonte e Minas Gerais. Temos também usuários que são vendedores de carros Subaru em concessionárias, vendedores de pecas usadas, mecânicos, funileiros, fotógrafos, engenheiros etc. A turma é muito massa! Se você tem um Subaru, é de Minas Gerais e quer participar do grupo, me mande uma mensagem pelo instagram @rodrigolagoa.
Gc8s de Belo Horizonte:
Carro que anda forte também precisa parar forte né? E assim foi um jogo de pastilha e freios e pneus (que estavam com um pouco mais de meia vida) em 3.000km 🙂
Kit de freio pra dianteira comprando com o Rafa da Street Solutions (na minha opinião um dos melhores fornecedores de pecas Subaru no Brasil)
Discos R1 Concepts
Aerokip Stoptech
Pastilhas Stoptech
Fluido Pentosin 5.1
New shoes:
O carro tinha Coilovers HKS modelos Hypermax III de pista. Totalmente incompatíveis com a minha realidade no dia a dia de uma cidade de interior de minas.
Aqui tem buraco demais, e quando não é um buraco, é uma bela de uma quelóide (jogam asfalto dentro do buraco e deixam mais alto e com o tempo ele afunda de novo e quebra virando outro buraco maior). A quantidade de quebra-molas, valetas e faixas de pedestre de 40cm de altura que saem do nada e levam ninguém a lugar nenhum é proporcional a quantidade de esquinas presente na cidade. A coluna tava sofrendo.
Mas… nem tudo são flores nessa vida né? Já tinha rodado por volta de 4.000km e se aproximava a hora de fazer a segunda troca de óleo do motor. Até os 3.000km eu tinha conferido religiosamente o nível do óleo e ele sempre impecável. Fui fazer um job lá no Mega Space e claro, fui com o carro — sem a menor pretensão de colocar ele na pista, fui para trabalhar.
Era a gravação da chamada do trackday do cliente e amigo LEOBH…
Na minha linha de trabalho tenho a sorte de as vezes ter oportunidades como essa, de estar dentro da pista com meu carro. E você entusiasta já deve ter ouvido essa frase do seu mecanico ou amigo: “não de pau no carro sem ter certeza que a manutenção está em dia”. E eu achava que estava.
Quem já viu o traçado no mega sabe que as curvas são de media-baixa, mas constantes. Você sai de uma entrando na outra, fora as que são na montanha descendo.
Quem assistiu o vídeo ali em cima viu que rolaram algumas cenas de ação onde eu coloquei a câmera presa no meu veículo e segui os demais. Foi aí que a minha casa caiu. Na empolgação do momento aproveitei pra fazer três voltas e testar o conjunto de suspensão de pista, tentar chegar no limite de aderência do carro nas curvas. P@#$% ! Que carro f8da! deu pra ver que tinha um grande potencial pra virar tempo ali no Mega. Saí com a cabeça nas nuvens aquele dia. Infelizmente não tive a destreza de lembrar de colocar as cameras pra gravar, o que me faz odiar mais ainda o que veio a acontecer a seguir.
Do Céu ao inferno em 30km
Voltando pra casa, ao passar do lado de um muro e acelerar pra ouvir o barulho do carro percebi um barulho bastante indesejado, como se batesse alguma coisa qndo o giro baixava nas trocas. Aquilo me apavorou completamente. Parei imediatamente no lugar que tava e chamei o guincho pra terminar o trecho até em casa. Quando cheguei, com o carro frio, dei a partida pra avaliar o estrago. Zero. Nada. Nem um barulhinho estranho. Reloginho.
Mas aí resolvi deixar o motor esquentar um pouco mais e voltei daí alguns minutos quando acionou a ventoinha e dei duas aceleradas mais fortes…. %&#*&!! Puxei a vareta de óleo pra verificar o nivel com o carro quente e uma surpresa: estava pelo menos 1 litro abaixo do ideal…
Pois é… durante os 10 meses seguintes amarguei com esse carro na garagem. Consegui um amigo pra desmontar o motor (a foto acima foi na porta da casa dele), medimos o vira e segundo ele, so ia precisar do básico (juntas, casquilhos, anéis de pistão). Minhas 295 noites seguintes (reparem na patroa sonhando com um Z):
Trabalhei feito um cavalo pra levantar grana pra comprar as pecas. Aguardando o momento certo de comprá-las (pois o dólar tá alto bagarai), aguardando oportunidade de trazer sem pagar imposto e o mais importante, informações concretas sobre as folgas, tabelas de torque e passo-a-passo de montagem de um motor que foi fabricado exclusivamente para o mercado japonês. Portanto completamente escasso de informações compreensíveis sobre a montagem desse motor. Eu tava literalmente no SAL.
Virabrequim forjado original:
Casquilhos condenados:
Novos casquilhos racing:
Parafusos ARP:
Anéis de pistão:
Juntas:
O motor e carro em casa, esperando o manual pra montar esse quebra cabeça novamente
Aos observadores, quem aí viu algo em comum junto das pecas novas que chegaram?
Pois é… “o que fazer enquanto seu carro tá parado” é o tema do próximo post. Espero que tenham gostado do texto e das fotos deste post. Aguardo o retorno de vocês nos comentários abaixo! Até o próximo.
Por Rodrigo Lagoa, Project Cars #428