Se você já leu aqueles avisos sobre o manuseio e descarte de baterias certamente sabe que elas não devem ser amassadas, perfuradas ou queimadas e que, caso isso aconteça, elas podem explodir. Imagine então o que pode acontecer quando um carro elétrico sofre um acidente que afeta seu conjunto de baterias. Não precisa imaginar — nós respondemos: ele pega fogo como este Tesla Model S que bateu na Holanda e acabou matando seu motorista.
Antes de continuar, que fique claro: não estamos apontando o dedo para os pontos fracos dos carros elétricos — afinal, um tanque com 50 litros de gasolina não é muito mais seguro. Mas este acidente teve um outro fator agravante que pode ter contribuído para a morte do motorista: a falta de orientação aos socorristas para atender carros elétricos com danos extensos.
O acidente aconteceu no último dia 7 de setembro. O motorista estava em alta velocidade quando perdeu o controle do carro, saiu da pista e bateu em uma árvore. Em seguida, algum dano causado ao conjunto de baterias deu início a um incêndio enquanto o motorista estava preso no carro.
Os bombeiros foram acionados e disseram que o motorista já estava morto quando eles chegaram, contudo, de acordo com a agência de notícias ANP, a remoção do corpo levou horas para ser iniciada, pois os bombeiros não sabiam como lidar com as baterias danificadas. O porta-voz dos bombeiros locais disse que quando há poucos danos é simples desconectar as baterias, porém com o carro parcialmente destruído os bombeiros não puderam iniciar o atendimento devido ao risco de choques elétricos. Diante disso, os técnicos locais da Tesla foram chamados para orientar a equipe de socorro sobre como atender o ocupante sem riscos de eletrocução.
Este é o segundo acidente fatal envolvendo um Tesla Model S — o primeiro aconteceu em maio deste ano com um Model S no modo semi-autônomo Autopilot. Neste segundo acidente as autoridades investigaram os registros do computador de bordo do Tesla e descobriram que o modo Autopilot não foi ligado em momento algum, porém o motorista estava a 155 km/h antes do acidente. A Tesla anunciou que está investigando as causas do incêndio.
Bateria perfurada: curto-circuito interno e reação com o lítio resultam em explosão
Este também não é o primeiro caso de incêndio originado por danos nas baterias. Em outubro de 2013 um Model S pegou fogo depois que um objeto metálico colidiu com o fundo do carro, danificando o conjunto de baterias. Duas semanas mais tarde outro Model S bateu em um muro e em uma árvore após passar por uma rotatória em alta velocidade e também originou um incêndio. Em novembro do mesmo ano um terceiro Model S bateu em um gancho de reboque, que causou um pequeno dano na parte inferior do carro afetando as baterias e dando início a um incêndio.
Além destes, houve ainda outros quatro incêndios envolvendo veículos da Tesla, porém sem relação direta com o conjunto de baterias. As investigações não foram conclusivas para determinar o motivo dos incêndios.