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Toyota pode voltar à F1 pela Haas
O episódio da Andretti já deixou claro que a F1 só tem 10 vagas para equipes e que quem já está dentro irá ficar dentro, e quem não está, terá que comprar seu acesso à categoria. A Porsche e a Audi perceberam isso logo, e nem perderam tempo em desenvolver um projeto para apresentar à turma da F1 — a Audi fechou com a Sauber e a Porsche, depois de tentar se juntar com a Red Bull e a McLaren, acabou desistindo.
O que tudo indica, a Toyota também percebeu isso e está negociando com a Haas. Não é nada oficial, mas os rumores que circulam pelo paddock de Interlagos neste fim de semana do WEC, dizem que a fabricante japonesa está de olho na equipe americana. A notícia original foi publicada por uma tradicional mídia húngara, o site Formula.hu, mas não há muitos detalhes — há quem diga que a Toyota pode simplesmente patrocinar a Haas já em 2025, mas também se fala no desenvolvimento de carros de F1 juntamente da Haas e da Dallara, a partir de 2026.
Nem a Toyota e nem a Haas se pronunciaram a respeito do assunto — e eles nem devem fazer isso. É preciso, contudo, considerar alguns fatores. Primeiro é que a Toyota ainda tem sua base em Colônia, na Alemanha. Ela nunca foi fechada nem desmanchada, e ainda é adequada para uma operação de Fórmula 1. A McLaren, por exemplo, usava a instalação para parte do desenvolvimento dos seus carros, especialmente o túnel de vento, antes de ter seu próprio. A Andretti também andou usando o local para seu projeto da F1.
A notícia húngara diz que a Haas está negociando com a Toyota uma utilização desta forma, mas, novamente, sem detalhes. Daí vem a suspeita de que a Toyota pode ser a patrocinadora da Haas — que usa motores Ferrari, é bom lembrar, e, por isso não seria uma parceria técnica, mas apenas uma questão de branding.
Por último, é possível que a Toyota seja uma desenvolvedora de chassis em parceria com a Dallara, mas não de motores, porque a Haas ainda tem seus motores fornecidos pela Ferrari. Essa hipótese também é levantada pelos húngaros, mas ela parece ainda menos plausível porque resultaria em um carro “Hass-Toyota-Ferrari”. (Leo Contesini)
Vendas do Taycan estão em queda, enquanto o 911 sobe nos EUA
Vejam só que situação: a Porsche está matando o 718 para transformá-lo em um elétrico. Ao mesmo tempo, o Taycan, que é um belo de um elétrico, não está conseguindo manter o ritmo e vem perdendo força: no segundo trimestre de 2024 ele vendeu menos da metade do que vendeu no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o 911 vende cada vez mais. Parece um recado claro do público, não?
Falando em números do mercado americano (EUA), foram 807 Taycan contra 4.790 911 no segundo trimestre — o 911 vende quase seis vezes mais que o Taycan. No mesmo período do ano passado, foram 1.635 unidades do Taycan — mais que o dobro deste ano. No total acumulado neste ano, o primeiro semestre viu 2.054 Taycan vendidos, ante 3.162 do primeiro semestre do ano passado. O 911? Já acumulou 6.720 neste ano, enquanto no primeiro semestre de 2023 foram 5.650.
É importante mencionar que o Taycan foi afetado por mudanças nos programas de incentivo do governo americano, forçando a Porsche a liquidar os carros de lotes antigos. Além disso, eles acabaram de renovar o Taycan, o que fez muita gente esperar. Mesmo assim, não parece que a novidade do modelo o ajudará a reverter o quadro de queda de vendas, muito menos a desafiar o 911 como ele fez no seu lançamento. Talvez a realidade sobre os elétricos esteja começando a aparecer. (Leo Contesini)
O Countach de Rod Stewart à venda
“My love for you is immeasurable. My respect for you immense. You’re ageless, timeless, lace and fineness. You’re beauty and elegance. You’re in my heart, you’re in my soul.”
Sim, senhores, deitem seus olhinhos cansados na beleza atemporal de um dos grandes amores da vida de Sir Roderick David “Rod” Stewart. O cantor inglês comprou este magnífico Lamborghini Countach LP400 vermelho em 1977, durante uma turnê, na Austrália. Foi seu dono até 2002, quando finalmente o vendeu. Um caso de amor de 25 anos.
O carro apareceu agora a venda no site americano Bring a Trailer. Agora parece totalmente original e imaculado, mas não foi sempre assim: Stewart enviou o carro para Los Angeles e o modificou extensivamente na Albert Madikian Engineering, bem no estilo dos anos 1980. Spoilers traseiros e dianteiros foram adicionados junto com um kit widebody, o que fez o carro igual ao mais novo LP400 S.
Mas tem mais: o teto foi cortado para dar a ele um painel superior removível estilo targa, se você consegue acreditar nisso. Um Rod Stewart num Countach já é uma visão incrível, imagine então um Rod Stewart num Countach sem teto! Imagine os gritinhos histéricos por toda Beverly Hills, no vácuo de sua passagem. O V-12 de 3,9 litros (e 375 cv a 8000 rpm), no entanto, permaneceu intocado. O segundo dono o converteu para volante à esquerda antes de vendê-lo em 2013, quando foi reformado para sua condição original.
O interior foi reformado em 2022, e alguns itens de manutenção foram feitos em junho de 2024. Uma ordem de serviço mostra trocas de fluidos, novas velas de ignição, um silenciador, e uma conta de quase 30 mil dólares. Barrabás.
O leilão termina hoje, 11 de julho. Um carro desses, já sensacional por si só, eleva-se pelo dono famoso, e as histórias que inevitavelmente deve ter impressas em seu corpo de metal. Quanto será que vale algo assim? E por qual motivo Sir Roderick o teria vendido depois de 25 anos? Fácil: “You led me away from home, just to save you from being alone. You stole my soul, and that’s a pain I can do without!” (MAO)
O Ferrari F355 restomod da Evoluto
Que tipo de gente acha que um Ferrari, qualquer Ferrari, não é exclusivo e sensacional o suficiente? Sinceramente parece impossível para a maioria dos mortais, mas essas pessoas existem. Afinal de contas, qualquer carro, depois de um tempo, parece apenas mais um carro, e inevitavelmente alguém se pergunta: E se eu tivesse um pouco mais de potência? Se o volante fosse diferente? E se o ar condicionado funcionasse tão bem quanto o de um, sei lá, Chevrolet Spin?
Um cara pode achar sacrilégio, sim, e com certeza o valor de um Ferrari é maior se mantido original, se você imaginar 20 anos no futuro. Mas não importa: sempre existiu gente para que algo original não é suficiente. E para esses, existe agora mais uma opção: um F355 restomod.
Este é o Ferrari 355 by Evoluto. Evoluto é um nome esquisito de uma empresa inglesa cujo objetivo é a “restauração meticulosa e modernização de supercarros icônicos”. Um deles é este Ferrari dos anos 1990.
O 355 original é totalmente desmontado e refeito, e seu chassi, depois de revisado, é “reforçado por infusão de carbono”, seja lá o que isso signifique. A empresa diz que a rigidez melhora em 23%.
O motor é uma versão preparada e restaurada do V8 original: um V8 flat-plane de 3,5 litros aspirado, aqui com válvulas maiores e cabeçote trabalhado, além de novos comandos, ignição sem distribuidor e escapamento exclusivo de titânio. São agora 414 cv ao invés dos 375 cv originais. A empresa promete confiabilidade moderna e melhor resposta, também.
O chicote elétrico é novo e reprojetado, câmbio manual de seis marchas, e novos freios Brembo maiores. As rodas são exclusivas, forjadas em alumínio e de 19 polegadas. A carroceria traz uma grife, algo importante hoje: é redesenhada por Ian Callum, o desenhista que fez o Aston Martin DB7. Os novos painéis externos são todos em fibra de carbono, claro. O carro todo pesa apenas 1250 kg.
O interior, como se pode ver nas fotos, também é modernizado e diferente. Você poderá personalizar a carroceria e o interior de acordo com suas preferências, diz a Evoluto. O preço ”depende das preferências de cada cliente”, ou seja, caro demais para se divulgar. Apenas 55 serão produzidas. (MAO)
Ineos mostra cinco evoluções do Grenadier
A imprensa inglesa tradicional não parece tão animada com o sensacional Ineos Grenadier, talvez por ter medo de se meter da celeuma entre a empresa e a Land Rover; talvez pela fábrica do Ineos ser na França. Mas sensacional ele é: um ponto único na história em que um cliente, chateado por seu carro preferido ser descontinuado, cria uma empresa par fazer uma evolução dele. O carro, no caso, é o Defender original, descontinuado pela Land Rover em 2016, mas que agora tem uma nova geração fiel no Grenadier.
Agora a Ineos mostrou variantes futuras do seu Grenadier 4×4 por meio de alguns protótipos que serão expostos no Goodwood Festival of Speed deste ano, que está acontecendo as we speak.
São cinco conceitos, incluindo uma versão com motor V8 e um carro de rali homologado pela FIA, foram revelados junto com o Grenadier Detour de tiragem limitada, que é o primeiro carro da nova e inevitável divisão de carros sob medida da Ineos, a Arcane Works. A empresa não chegou a confirmar a intenção de produção de nenhum deles, mas reconheceu que eles dão um “vislumbre de potenciais adições futuras” à linha, que atualmente compreende apenas a perua Grenadier e a picape cabine-dupla Quartermaster.
E o elétrico Fusilier 4×4? O projeto foi recentemente adiado indefinidamente; a Ineos decidiu não investir nisso, por causa das dúvidas que pairam sobre a propota proibição de carros à combustão interna. Como já dissemos, é momento delicado para as empresas, que tem que decidir onde investem no futuro. Prever o futuro, na realidade. Não queria estar nas botas dos líderes dessas empresas…
Para um dos conceitos, a Ineos fez uma parceria com a empresa alemã LeTech para equipar o Grenadier com suspensão elevada e eixos-portal. O resultado, afirma, é um aumento na distância do solo de 250 mm para 514 mm, e um carro que pode atravessar áreas alagadas e rios de mais de um metro de profundidade (o original passa por “apenas” 800 mm de profundidade). A empresa diz que já forneceu carros assim para corpos de bombeiros alemães, mas ainda não é opção regular.
O segundo carro mostrado é o ‘Shortermaster’: uma picape Quartermaster encurtada em 305 mm no entre-eixos. Outro, tem um V8 LS Chevrolet no lugar dos seis em linha BMW originais do Grenadier. Sim, um V8 de 6,2 litros e 430 cv, aspirado.
O quarto veículo mostrado é o Safari, com oito lugares. É, como o nome diz, para usar em caçadas africanas: foi criado pela Kavango, sediada em Botsuana. Outros usos, segundo a empresa, são uso em indústrias de conservação, veterinária, assistência médica primária e produção cinematográfica nos terrenos “mais exigentes”. Bwana vai curtir.
Finalmente, o quinto carro: a equipe de competição Buzz Special Vehicles preparou um carro para o Campeonato Mundial de Rally-Raid de 2025. Ele mantém o motor a gasolina BMW seis em linha turbo mas aumenta a potência para 350 cv e adota uma série de atualizações para competição.
O contínuo investimento em novos carros mostra que esta startup, uma das únicas modernas a não começar elétrica, está realmente aqui para ficar. Boa sorte a ela! (MAO)