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Turbopanzer: Porsche 911 GT2 RS está de volta com 700 cv

Logo que vi aquele Porsche 911 anabolizado no palco da E3 durante o lançamento de Forza Motorsport 7, corri para o site de imprensa da fabricante alemã em busca de mais informações e fotos. Nada. Esperei mais alguns dias e horas, mas nada foi publicado sobre o novo carro. Ao longo do último mês a Porsche tratou o GT2 RS como se ele simplesmente não existisse. Questionada pela imprensa europeia, a marca adotou o discurso padrão, respondendo que não comenta especulações sobre futuros produtos. Era como se aquele carro no palco não fosse um Porsche.

Felizmente não foi preciso esperar até o Salão de Frankfurt, como se esperava: a Porsche colocou seu 911 GT2 RS em um avião e o despachou para a Inglaterra, onde finalmente o apresentou nesta sexta-feira, durante o Goodwood Festival of Speed.

Antes de continuar, eu sei que Turbopanzer é o apelido do 917/30 que correu na Can-Am nos anos 1970. Mas se você considerar que Panzer é uma palavra usada pelos alemães para designar seus tanques de guerra, o apelido combina muito mais com algo parrudo como o GT2 RS do que com os esguios protótipos setentistas.

Agora que já deturpei o apelido, vamos aos fatos: o Porsche 911 GT2 RS vem com uma versão estupidamente retrabalhada do 3.8 biturbo do Turbo S, com turbos de geometria variável e intercoolers resfriados por água. Estupidamente no sentido da potência máxima: são 700 cv. Setecentos f*cking cavalos. Uma diferença de 325 cv em relação ao 911 Carrera de entrada, e 80 cv a mais que o GT2 anterior, lançado em 2010.

Mais impressionante que o número em si é ele ter sido produzido com apenas 3,8 litros e seis cilindros. Nenhum carro produzido em série com esse nível de potência tem menos de oito cilindros e quatro litros.

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O torque não é menos incrível: 76,3 mkgf, ou 5,1 mkgf a mais que seu antecessor. E ainda que tudo isso seja despejado nas rodas traseiras — que ficaram bem maiores, medindo 21 polegadas e calçadas em pneus 325/30 — o tempo de aceleração de zero a 100 km/h supera muitos carros de tração integral com potência equivalente: 2,8 segundos, segundo a Porsche. Como comparação, a Ferrari 488 GTB com seus 670 cv precisa de 3 segundos, enquanto o Lamborghini Huracán Performante, de 640 cv, leva 2,9 segundos.

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O GT2 RS não faria feio nem mesmo ao lado do poderoso Porsche 918 Spyder, que é 0,2 segundo mais rápido no zero a 100 km/h, mas tem exatamente a mesma velocidade máxima: 340 km/h.

O visual do carro, já conhecido desde o início do mês, e tem os mesmos respiros nos para-lamas para extrair o ar das caixas de roda do GT3 RS, mas os para-choques, capô, tampa do motor e asa traseira são exclusivos. A tomada de ar frontal, na borda do capô, é maior. Mais acima há dois dutos NACA e os para-choques dianteiros têm tomadas de ar maiores. O capô, aliás, tem uma pintura de dois tons que remete aos Porsche de corrida dos anos 1960 e 1970.

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Lá atrás a tampa do motor tem dois dutos de fibra de carbono que direcionam o ar para o cofre, e o para-choques tem dutos de ar maiores e posicionados mais abaixo em relação aos dutos do GT3 RS. As saídas de escape também são diferentes: no GT3 RS elas são centralizadas, enquanto no GT2 RS elas ficam separadas. A saída aparente é decorativa: atrás dela há dois canos: um com válvula e outro sem, vindo dos silenciadores.

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Outra relação direta com o 917 é a dedicação à redução de peso. No clássico das pistas a chave de ignição era perfurada e a manopla do câmbio era feita de madeira balsa. Aqui o capô, os para-lamas dianteiros, os retrovisores, e os dutos de ar externos são feitos de fibra de carbono, e o teto é feito de magnésio. Em relação ao antecessor ele ficou 100 kg mais pesado, chegando a 1.470 kg. Por outro lado, o novo GT2 RS é ligeiramente maior e mais equipado.

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É possível eliminar mais 30 kg do carro ao custo de US$ 31.000. É o preço do pacote Weissach, que troca o teto de magnésio por um de fibra de carbono, a gaiola de aço por uma de titânio, instala barras estabilizadoras do mesmo material e troca as rodas de alumínio de 20 polegadas na dianteira e 21 polegadas na traseira, por um jogo mais leve feito de magnésio nas mesmas medidas. O escape também ajuda: são 7 kg a menos com o sistema feito de titânio.

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O câmbio é o mesmo PDK de sete marchas e dupla embreagem fornecido pela ZF, porém com relações próprias e um diferencial com bloqueio mecânico e, claro, o famoso sistema de vetorização de torque da Porsche. O sistema de esterçamento das rodas traseiras do Turbo, Turbo S, GT3 e GT3 RS não poderia faltar por aqui, bem como os freios de carbono-cerâmica.

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Lá dentro mais redução de peso: bancos de competição feitos de fibra de carbono e revestidos de couro preto com alcantara vermelha. Todo o restante da cabine é revestida de plástico emborrachado, couro preto, alcantara e fibra de carbono. O volante usa alcantara, as portas combinam couro, alcantara e fibra, e as soleiras são de fibra.

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Apesar da pegada de pista, o GT2 RS ainda é um carro de rua e muito famoso por sua versatilidade, por isso ele usa o sistema multimídia Porsche Communication Management, que engloba o sistema de telemetria Porsche Track Precision, o sistema de navegação GPS, a conectividade Bluetooth e os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. E como um bom Porsche há opcionais até mesmo neste sistema: o pacote Chrono inclui uma função de cronometragem de tempos de volta.

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Agora a boa notícia (se você tem grana para arrematar um desse): a Porsche não irá limitar a produção do GT2 RS como fez com seus antecessores. Ela irá produzir quantos forem vendidos, o que significa que alguns deles certamente acabarão no Brasil.

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